O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, fevereiro 19, 2018

HÁ UM CAMINHO ESPIRITUAL DA MULHER?



"As mulheres que alcançaram a iluminação – conseguiram-no seguindo vias ou modelos tradicionais masculinos? Conseguiram-nos seguindo o seu próprio caminho? Como é que o encontraram? Por que tipo de conflitos, dúvidas sobre si próprias, etc., passaram para encontrarem o seu próprio caminho?" Treya*

Há certamente um caminho da Mulher diferente do homem e há um resgato do feminino essencial diferente do homem...antes de equiparamos os sexos e os princípios era preciso entender que a mulher foi afastada da sua essência e da sua identidade para assim poder ser usada pelo Sistema patriarcal e tornar-se uma mulher reprodutora e objecto de prazer, dividida entre a santa e a puta - a esposa e a prostituta -...divisão essa que teve origem na Instituição Casamento que serviu para garantir a "fidelidade" da mulher ao marido, como propriedade sua, e  dar o nome ao Filho do Pai e fazer da Familia o núcleo central do Sistema. Neste Sistema endocratico e patriarcal o Homem domina e anula a mulher enquanto ser individual para a colocar aos serviço exclusivo da Espécie Homem.
Portanto para que se possa encetar um caminho espiritual da Mulher ou encetar uma tarefa civilizacional como diz a autora (?) é preciso o resgate do principio feminino, mas antes de mais   a mulher tem de ter consciência do seu ser mulher enquanto Ente independente do homem... e com consciência própria uma vez que a não a tem - não a tem  as donas de casas cada vez mais raras, nem as executivas ou trabalhadoras e nem as feministas que descambaram completamente de uma luta  inicial por verdadeiros valores e direitos e não essa igualdade que hoje em dia é propagada...afinal a liberdade de serem usadas e abusadas por vontade  própria mas segundo os padrões de escravização que delas fizeram os homens...seja como mulheres que consomem sexo seja como mulheres que consomem a moda e usam todo o tipo de produtos que as transformam e tornam meros objectos...


"As mulheres não são apenas consumidoras na economia de mercado; elas são consumidas como mercadoria. É disso que fala o poema de Oles, e isso é o que Tax chamou de “esquizofrenia feminina”. Tax constrói um monólogo interior para a dona-de-casa-mercadoria:


“Não sou nada quando estou sozinha comigo mesma. Em mim mesma, não sou nada. Só sei que existo se sou desejada por alguém que é real, meu marido, e pelos meus filhos”.

...

"A grande tarefa civilizacional, talvez a mais urgente nos dias atuais, consiste no resgate do princípio feminino. Chamo atenção para o fato de que não falo de categoria feminino/masculino, mas de princípio feminino/masculino. Afasto-me decididamente da ideologia do gênero, sexista, baseada no sexo biológico, que constrói social e culturalmente as categorias do masculino e do feminino de forma dualista e excludente.

O resgate do princípio feminino e do masculino propicia uma nova inteireza à humanidade, ao transcender as distorções na relação homem-mulher e ao ultrapassar o sexo biológico de pertença. Significa não somente libertação dos humanos, especialmente da mulher, mas também da natureza e das culturas não estruturadas no eixo do poder-dominação, equiparadas ao fraco e ao frágil - portanto, ao feminino cultural." (?) 

rlp
*In Graça e Coragem de KEN WILLBER

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