O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, abril 06, 2017

A MULHER MODERNA É ANTIGA...


UMA MULHER É UMA MULHER


E sempre que uma mulher tem essa consciência de si e não se deixa submergir pelo amor dos filhos marido ou amantes ela mantem em si a chama de um fogo não extinto que não é apenas desejo sexual ou paixão amorosa, mas anseio de ser inteira e ela mesma acima de tudo e de todos por maior que o seu amor seja por eles.
O que aqui está em causa é ela perceber o que lhe falta e preencher o seu ser de algo que a sociedade e a família e o patriarcado lhe roubou...a sua essência primeira. A essência da mulher que para além de ser mãe e amante ela é um poder de amor que exala dela força e magia independentemente da família e do circulo que a aprisiona e obriga a viver dentro desses padrões que a limitam ao amor parental, condicionada pelos conceitos, castrada de si mesma e sem ter acesso a essa energia latente que a define como uma mulher inteira, geralmente dividia e em duas naturezas a selvagem aprisionada por um lado a mulher sensual e livre e a esposa cativa do lar e casta e assim mantem a mulher dividia dentro de si mesma obrigando-a a cumprir um papel especifico e definido a partida em detrimento da sua liberdade de ser e de se expressar na sua totalidade.


É essa Mulher oculta na mulher, essa mulher tantas vezes adivinhada, pressentida, que a sociedade não permitiu ser, que não permitiu essa mulher expandir-se, a mulher amante da Natureza, a Mulher amante de si mesma, a mulher amante dos animais, a mulher amante mas que também é adivinha, que é profetisa, que é feiticeira, que é curandeira e parteira, que foi esmagada e queimada nas fogueiras, essa é a mulher integral, a mulher que todas as mulheres de hoje tem de resgatar ligando-se de novo às forças ctónicas e telúricas da Terra e fazer a ponte com a mulher psíquica de hoje, a mulher culta, a que estudou e usa também o intelecto e a mente.
A mulher não se pode voltar a perder agora caminhando no sentido oposto ou contrário da mulher moderna...nem pode negar as suas conquistas no mundo moderno de hoje. Ela tem de ir ao seu passado e resgatar esse poder e essa memória de que foi privada e resgatar a herança das suas ancestrais, mas ela não pode nem deve ficar presa num mundo que já não é a nossa realidade, como eu vejo tantas mulheres começarem a fazer...ao se virarem exclusivamente para rituais e práticas que as afastam da sociedade e desta realidade.


A minha mensagem - se há uma mensagem nas minhas palavras - é para que a mulher se complete e não que se subtraia, para que a mulher de hoje possa sentir essa mulher atávica que nela dorme, que ela foi outrora mas sem abandonar o lugar na sociedade onde conquistou um lugar ou não. Isto não quer dizer que sirva o Sistema, que não esteja consciente de como o Sistema a escravizou, mas enquanto estiver nele inserida tem de ser uma mulher deste mundo e não apenas do passado para assim poder fazer essa ponte e passar essa experiência da mulher ctónica que tanto faz falta às mulheres mundanas, completamente alienadas de si e desse eterno feminino, dar um exemplo a essas mulheres modernas que se creem emancipadas mas que esqueceram por completo quem foram e um passado de mulheres livres, verdadeiramente mulheres em todo o sentido da palavra...
E não basta juntarmo-nos em grupos fechados e ficarmos felizes porque estamos a evocar a Deusa ou a sua ancestralidade esquecendo o presente e sem nos voltarmos para a vida real e aquilo que nos rodeia e perdermos todo o bom senso.


Acredito que a mulher do futuro é a mulher moderna que É ANTIGA porque  recuperou a sua ancestralidade e fez a fusão das duas mulheres divididas em si e integra a consciência do passado com a consciência psicológica do seu presente e tudo o que descobriu e viveu ao longo da sua vida e da sua experiência humana. É muito importante a mulher não se ficar pela imitação de deusas e sacerdotisas ou xamãs e fazer desses modelos apenas um modus vivendi...ou se tornarem as vendidas do Templo...ou as prostitutas sagradas ...comercializando o que devia ser apenas livre e CONSAGRADO À DEUSA E À MÃE de alma e coração. Sem especulações sem mercados...

Rosa Leonor pedro
(Republicando)

Sem comentários: