O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, agosto 29, 2016

É PRECISO DENUNCIAR

Texto de Atheistserena

Eu vou parar de falar sobre o Islã quando as pessoas não mais forem mortas, torturadas e oprimidas em nome dele. Quando eu não tiver mais que ler notícias de como inocentes são massacrados, aos gritos de Allahu Akbar. Quando os gays não forem mais torturados, mortos, atirados de prédios, assediados, devido a excessiva homofobia que existe em sua religião.
Quando a ciência não mais for encarada com hostilidade, quando curas e vacinas não sejam mais tangidas com dogmas religiosos e fátuas. Quando as pessoas não mais sofrerem e as doenças não se espalharem. Quando uma nova descoberta não seja mais percebida como um ataque pessoal a sua fé. Quando apóstatas como eu forem livres de dano, hostilidade, morte, ameaças, isolamento e quando possamos nos assumir abertamente e sermos partes da sociedade. Quando você parar de condenar pessoas inocentes ao fogo do inferno.
Quando eu parar de escutar sobre o ISIS estuprando, comprando e vendendo escravas sexuais, o que é sancionado no Islã (4:24; 33:50). Quando eu não mais escutar sobre crianças inocentes sendo forçadas em casamento com homens mias velhos. Quando eu não mais escutar sobre crianças sendo circuncidadas e seus lamentos de agonia. Quando eu não mais ver menininhas pequenas de três anos sendo forçadas a usar hijabs e niqabs, sexualizadas em uma idade tão tenra, e ensinadas que sua feminilidade é repulsiva. Eu ficarei calada quando eu me esquecer de um vídeo de um menino de 12 anos, atado em correntes, sendo lentamente decapitado por homens muçulmanos (Alcorão 8:12).
Quando eu não mais ler histórias de meninas de 5 anos sendo mutiladas para preservar sua futura castidade. Quando não mais ter que ler como ela nunca terá prazer no sexo, como irá pegar infecções pelo resto da vida, e muito provavelmente morrerá ao dar a luz. Para aqueles que dizem que a mutilação genital feminina não é islâmica:
* A escola Shafi’i school considera a mutilação genital feminina como “wajib” (obrigatória).
* A escola Hanbali school considera como “makrumah” (honrosa) e é fortemente encorajada, como um dever.
* A escola Maliki a considera como “sunnah” (opcional) e preferida.
* A escola Hanafi a considera como “sunnah” (preferida).
Eu me calarei sobre o Islã quando eu parar de ver os hematomas e o sangue no corpo de minhas madrastas. Eu me calarei sobre o Islã quando eu não mais ver as esposas sendo surradas (Alcorão 4:34). Eu me calarei quando eu não mais temer que as mulheres sejam oprimidas, apedrejadas, mortas em nome da honra. Quando a cultura patriarcal diminuir. Quando eu não mais ver as mulheres sendo escravas de niqab. Quando as mulheres não mais sejam vistas como inferiores em sua religião. Quando o apedrejamento, açoites, amputações e tortura no nome do Islã e de Alá não mais aconteçam.
Eu me calarei sobre o Islã quando ele não mais representar uma ameaça para a humanidade e a civilização. Quando não houver mais ataques, não mais houver grupos terroristas que se desenvolvem no seio da doutrinação e alimentados no ódio. Quando nós não formos mais taxados de “kuffar”, infiéis ou descrentes. Quando as pessoas de outras crenças puderam praticá-las em países e comunidades de maioria islâmica  sem ser sujeito ao abuso, ou taxação (jizya). Eu me calarei sobre o Islã quando ele parar de tentar implementar sua reivindicação de supremacia. Eu me calarei sobre o  Islã quando os apelos pela sharia pararem.
Eu me calarei sobre o Islã quando os apologistas pararem de defende-lo de maneira cega e darem uma enxergada real no islã. Quando as mulheres pararem de serem espancadas por mostrarem um pouco de pele. Quando elas puderem estudar e ir à escola. Quando os meninos não mais forem circuncidados ainda bebês. Quando o casamento infantil for visto como algo repugnante e uma coisa horrorosa do passado. Quando as meninas pararem de serem escravizadas em todos os aspectos por guardiões do sexo masculino. Eu me calarei sobre o islã quando eu não mais ver mães grávidas jejuando no Ramadã, e quando não mais escutar sobre pessoas hackeadas até a morte por serem secularistas.
Eu ficarei calada sobre o Islã quando pararem os crimes em nome de Alá. Quando as pessoas admitirem que isto tem justificativa no Islã, e que ele não é uma religião de paz, nem mesmo minimamente. Quando pararem de nos considerar como “islamofóbicos”. Não é islamofobia quando a religião quer você morto e que queime no inferno eternamente. Eu me calarei sobre o islã quando não houver mais bebês geneticamente deformados por ser filho de primos em primeiro grau. Eu calarei minha boca sobre o Islã quando a religião parar de pintar os não muçulmanos como demônios e parar de proibir a amizade entre pessoas de credos diferentes.
Eu me calarei sobre o Islã quando não mais incitar o antissemitismo e quando ele respeitar outras religiões. Quando parar de condenar as pessoas a um fogo eterno. Quando parar de violar inúmeros direitos humanos e a escravidão sexual (33:50, 4:24). Eu ficarei quieta sobre o Islã quando não mais houver a opções “converta, submeta-se ou morra”. Quando não houver mais atos de terror cometidos em seu nome.
Eu posso ser uma voz solitária e pequena. Mas sou forte em minhas convicções e sei que muitos outros pensam o mesmo que eu. O Islã não é uma religião de paz. E eu não sou uma islamofóbica por admitir isto: a verdade.
______________
Sobre a autora:
Atheistserena (Serena Ateísta) é uma ex-muçulmana que também já foi cristã. Em parceria com AtheistHafsa, escreve em um blog chamado “Freethinkg Heretics” e se define como humanista secular.

AS MULHERES


ÀS VEZES...


AS mulheres tem uma intensidade que pode ser devoradora de tudo...podem ser devoradora de homens e de sexo, podem ser devassas e destruir tudo a sua volta, mas sobretudo são devoradoras delas próprias. Mas essas são as mulheres que vivem partir do seu amago, que não tem medo de viver, que não tem rédeas nem aceitam amos nem regras, não seguem mestres. Elas nunca foram domadas pelo patriarcado. Não aprenderam nas suas universidades, não sabem o seu abecedário criminoso, não sabem do seu idealismo mentiroso, nem do politicamente correcto, nem as ideologias marxistas ou liberais.
Por isso as mulheres mais ousadas e belas foram as malditas, as que viveram fora do sistema e foram por ele excluídas, as fora da lei, mas mesmo essas que eram grandes e belas e ousadas ele atacou e reduziu à miséria. E agora mais do que nunca o sistema volta a atacar e a querer amordaçar a mulher, calá-la, reduzí-la a uma burka negra e ao silêncio. A Europa está a ser atacada por bárbaros e as mulheres politicas estão todas narcotizadas pelo poder e o orgasmo ou a ilusão do dinheiro e das suas conquista ou de um falso deus de paz e amor podre, fictício das católicas.
AS prostitutas foram dopadas pela ambição e as feministas adaptadas ao sistema capitalista e a verdadeira mulher foi anulada e já não grita, nem contesta nem sabe quem é...ela cala...cala e mata-se, suicida-se de prosac,  de químicos e de anestésicos, com droga dura ou com álcool.

...essas mulheres que ousaram ser para além das suas prisões e limites pagaram um alto preço, certamente com a morte prematura...ou acabaram na miséria e desgraça, mas elas existiam ou existem, e não digo que são as mulheres verdadeiramente livres porque não tiveram  essa consciência de si, mas viveram de acordo com a sua natureza instintiva ou primária, viveram com paixão a vida sem medo de nada...elas acederam ao seu amago, mas não foram donas de si totalmente, elas sofreram horrores para  serem como sentiam...conseguiram sim, foram belas e desejadas e renegadas, vigaram-se ou triunfaram, foram adoradas pelas multidões algumas, mas  duvido que alguma tenha morrido em paz...e em serenidade. Algumas foram mortas...ou perseguidas...

rlp

O PERDÃO DO AMOR...

HOJE PENSO NUMA MINHA AMIGA AUSENTE - adorava que publicasse um livro...



Perdão PERDÃO perdão PERDÃO

[ Sentara-se à soleira da porta. Sentira-se tão cansada. O tempo passava como se fosse irreal. Pusera-se a tricotar um pequeno cachecol com cachos de uvas penduradas. Tricotar, permitia-lhe meditar. Entrava em ressonância com qualquer coisa desconhecida, e sempre, tão íntima. Por vezes um medo lhe invadia a mente... era o desconhecido, esse que habita à porta de nós mesmos e que está sempre espreitando os nossos olhos.
Nesses momentos de profunda ''tricotagem'', há um voo de passagem que chega e quase sempre incomoda. É preciso estarmos preparados e, a maioria das vezes, nunca estamos. No reino da mente, há milhares de discursos, de invasões, ou, de vozes. Ela é como um comboio sobre linhas, contínuo é o seu movimento... diria-se que, a mente, sofre de ''doença crónica do pensar''! Quanto mais a reprimimos, mais ela ladra... a sua natureza, é de criar cada vez mais pensamentos e gerar todas as formas de emoção!
Nesse dia, mal sentara-se e começara a tricotar... um pensamento saíra voando do fundo da Mente e logo, se agregara à emoção, criando uma vibração sentida. Dissera para si mesma: '' e se alguém, ainda vivo, nesta terra esteja amando-a em silencio? Portanto, sofrendo por isso.''... Não um amor de família, de amizade... e sim, um amor no sentido de relacionamento afectivo - amoroso.
Continuara a dizer para si mesma, '' e se alguém, nesta terra à beira-mar plantado, estiver amando-me em segredo, por tantas razões e por isso, manter-se em silencio, por outras tantas razões? Oh que dor mais insuportável!!! Se existes, oh Alma, que me amas assim tanto... quero pedir-te perdão PERDÃO por me amares assim tão silenciosamente!! Só de pensar nisso, dói-me toda a carne do corpo... e um peso toma-me a alma!! Perdoa-me PERDOA-ME a carga desse amor que carregas por mim e que eu não sei.
Amar em silencio, sem ser correspondido, ou poder confessar tal amor, deve ser um sofrimento tremendo, uma solidão sem fundo... como são os sofrimentos de quem ama e deixou de ser amado!!!
O Amor entre os Humanos, em especial os afectivos-amorosos, são um terreno fértil de desencontros e encontros e, o palco de experiências dolorosas
.
Criatura, oh criatura, PERDOA-ME esse sofrimento que te causo na solidão de não poderes abrir a tua boca... Não gostaria de amar alguém em silencio como tu, porque não suportaria ter o coração preso sem uma resposta. Não importa quem sejas, onde estejas... PERDOA-ME o que te faço sentir!!! PERDOA-ME se sentes dor. PERDOA-ME!!!????
Uma Alma não amada, que não se sente amada, é uma alma presa... PERDOA-ME!!! POR FAVOR, PERDOA-ME. Ajuda-me a abrir também o meu coração ao perdão de saber perdoar-te e perdoar-me e perdoar os desígnios indiscretos da vida!!
No entanto, se o Amor que sentes por mim, é INSPIRAÇÃO e VIDA... abençoada é a vida que te ilumina... porque esse Amor liberta-te e liberta-me!!
Se alguém que também, eu tivesse deixado, e continue a amar-me com o desejo de ainda ter-me, quando já não amo e não consegue desapegar... também peço PERDÃO... todo o PERDÃO do Universo, e vou mais longe... PEÇO às FORÇAS MAIORES DA VIDA, que conduzam ao seu caminho, alguém capaz de neutralizar e transformar todo o amor dessa pessoa por mim, e que a deixe fluir num novo encontro de amor... mais pleno que aquele que viveu comigo. Assim, poderá também libertar a minha própria alma e amar também mais!!! Porque as almas, precisam de se libertar para serem novamente amadas e amarem... só assim, a Humanidade caminhará para a evolução!!! PERDOEM-ME... por favor?? POR FAVOR, PERDOEM-ME???!!!...''
Quando parara de tricotar, já o sol havia descido no céu. Os pensamentos surreais deixaram-na surpresa... mas a maior surpresa, foi constar que todo o cachecol estava escrito com as palavras PERDÃO... cada uva tinha uma palavra com PERDOA-ME. ]

in naosoueueaoutra - A. F.

sábado, agosto 27, 2016

OS VICIOS...e as dores...


BEM ME QUER MAL ME QUER...

A MULHERES ABUSADAS - SEJA PSICOLÓGICA SEJA FISICAMENTE...


"Frequentemente, as mulheres usam álcool e outras drogas para lidar com a dor e o desapontamento de relações infelizes ou abusivas com estes homens. Médicos têm dado tranqüilizantes a milhões de mulheres para ajudá-las a lidar com casamentos que deveriam ter se dissolvido. Inumeráveis mulheres espancadas bebem ou fumam em uma equivocada tentativa de lidar com seu desespero e terror. Muitas outras mulheres usam comida, álcool ou cigarros para entorpecer os sentimentos de solidão que destroem suas almas em relacionamentos com homens que nunca aprenderam a ter intimidade, a se conectar profundamente com outro ser humano (o que, certamente, não quer dizer que todas as mulheres saibam ter intimidade, mas a maioria delas foi socializada para valorizar a intimidade e para se culpar se ela está ausente em seus relacionamentos).

Em seu estudo de mulheres fumantes, a pesquisadora canadense Lorraine Greaves descobriu que algumas mulheres vêem seus cigarros como parceiros passivos e reconfortantes. Elas gostam de como seus cigarros estão sob seu controle, que elas podem tê-los sempre que elas os queiram. Greaves descobriu que isto é particularmente verdadeiro para mulheres que sofreram abuso. Há tão pouca segurança e previsibilidade em suas vidas que a constância de seus cigarros torna-se muito importante. Naturalmente, a ironia é que o cigarro acaba controlando a fumante. E que a maior parte dos vícios torna quase impossível, para as mulheres, deixar relações abusivas e mais difícil resolver os traumas da infância. Somente na convalescença podemos acertar contas com o abuso e fazer conexões que curam em vez de ferir.

“Bem me quer, mal me quer”, diz uma publicidade mostrando uma margarida e um maço de cigarros. “Mas uma coisa é certa. Carlton tem os mais baixos teores.” Você não pode confiar nos homens, mas você pode confiar em seus cigarros. Enquanto isso, uma publicidade dos cigarros Briones mostra um homem em uma sacada fumando um charuto enquanto uma mulher enfurecida bem abaixo olha para ele. O texto diz: “Ele não argumenta. Ele não responde. Ele não tem opinião.” Parece que a mulher precisa de um cigarro.

“Até que eu encontre um homem de verdade, eu aceitarei um cigarro de verdade”, declara uma mulher com aparência de durona em uma publicidade de cigarro. À primeira vista, isto parece ser sobre sexo, naturalmente – o homem de verdade sendo o garanhão, aquele que está no controle. Uma outra forma de ler a situação, entretanto, é pensar o homem de verdade como aquele que é gentil, protetor e carinhoso. A mulher que nunca aprendeu a pensar nos homens deste modo, que apenas foi explorada pelos homens, de fato, estará propensa a aceitar um cigarro ou uma bebida no lugar dele. Ela também estará propensa a desenvolver uma aparência de dureza para se auto-proteger. Nem tudo que os publicitários fazem é intencional, mas eles de fato sabem o que estão fazendo quando eles oferecem cigarros – álcool e comida – para as mulheres como um meio de lidar com a raiva e o desapontamento nos relacionamentos.

Os vícios podem também ser vistos como uma tentativa de manter a conexão diante de uma freqüente e violenta desconexão. Não buscamos álcool, cigarros e comida simplesmente para anestesiar a dor, mas também na tentativa de manter algum tipo de relacionamento, mesmo se este é um relacionamento com a própria coisa que vai nos destruir (um padrão familiar para aqueles que foram abusados quando crianças). Como diz a analista junguiana Marian Woodman: “um vício reencena uma relação traumatizada com o corpo”.

Não nos tornamos viciados porque somos autodestrutivos. E não desenvolvemos problemas alimentares por somos fúteis ou obcecados com nossa aparência. A maior parte dos vícios começa como estratégia de sobrevivência – estratégias lógicas, criativas e mesmo brilhantes. No começo, estamos tentando nos poupar, possibilitar continuar vivendo apesar de tudo o que sabemos (mesmo que apenas inconscientemente). No começo, o álcool, outras drogas e substâncias fazem com que nos sintamos bem. No final, o vício apenas aprofunda nosso desespero e nossa vergonha. Quando isto acontece, no entanto, estamos muito fundo na negação para admitirmos."


NOTA: tirei este excerto de um artigo lido algures, mas ao copiá-lo perdi o contacto com o nome do autor e do sitio do qual o tirei - um longo artigo. Se alguém que o ler o identificar peço o favor de me referencia a fonte. Lamento imenso o facto, mas achei que o tema e o que se diz de importante aqui é mais importante do que deixá-lo por publicar por não encontrar o nome do autor. Por isso peço desde já desculpa ao autor...


rlp

quinta-feira, agosto 25, 2016

Esta rapariga é maluca!


UM BELO E ILUSTRATIVO TEXTO...
de Maria Teresa Horta / Meninas



- Esta rapariga é maluca!
...
"Sem medir o excesso daquilo que dizia e do demasiado que adivinhava, Cassandra era uma menina esquivosa, com a lividez das velas dos altares, de quem as pessoas se afastavam, supersticiosas, temendo que tamanha afoiteza a pudesse levar a devassar-lhes o olhar maldoso, encontrando no lodo desse fundo os muitos pensamentos de inveja e traição, de ódio e sordidez que escondiam nas mentes e nos corações mirrados, sempre temendo que Cassandra, ao descobri-los, os tornasse visíveis diante de todos.
- Ela consegue adivinhar o que nos vai na alma - preveniam-se uns aos outros, temendo-a; embora sem jamais confessarem com clareza o medo que sentiam dos seus poderes divinatórios. E menos ainda dos seus poderes proféticos, que constava ela possuir no devassar do passado e no desvendar do futuro; embora admitissem a possibilidade de Cassandra poder escutar-lhes as falhas, as faltas culposas, pela calada da noite.
Então tentavam desacreditá-la, afirmando no disfarce da raiva:
- Esta rapariga é maluca!"
(...)


ESTE É O NOSSO VERDADEIRO DILEMA...

A Mitologia a Religião e a política...

há milhares de anos, cassandra, última pitonisa da deusa-mãe foi votada ao descrédito por apolo, o deus que destronou o oráculo de delfos e matou a piton, a grande serpente em delfos....
desde aí, a mulher que era a pítia, a sacerdotisa da deusa, deixou de ser intérprete do divino para o homem, para o sacerdote de apolo, servir os interesses exclusivos dos guerreiros e chefes militares e as suas estratégias e não uma ordem estabelecida entre o céu e a terra e o seu equilíbrio...

essa é a cultura grega-romana que herdamos e a que prevalece ainda nos nossos dias.
assim a voz das mulheres é votada ao descrédito desde que nascem...
sejam elas cultas ou incultas o complexo de cassandra está inculcado nelas e nele se revela o seu sentimento de impotência...

escrito em 2006
rlp

quarta-feira, agosto 24, 2016

AS DUAS (ESPÉCIES) MULHERES...


A MULHER MODERNA

Como é que vamos sair deste impasse?

O que acontece de facto, é que enquanto não entendermos que o homem e a mulher são diferentes e opostos e ainda que complementares, enquanto se pretender uma pretensa igualdade de sexos não se pode ver que a mulher vive uma cisão em si que a reduz e mutila de uma totalidade, não se vê também que esta mulher apontada como par complementar do homem, está cindida em duas, não é a Mulher total, não é uma Mulher, mas um...a metade; então nem o homem nem a mulher poderão efectivamente ser um Par ou o casal alquímico...a partir de uma metade?
Daí que a enfase do que escrevo esteja posta quase exclusivamente na necessidade da mulher ter uma consciência de si e do seu feminino profundo, ao mesmo tempo que se consciencializa da sua ferida no amago de si mesma, para assim poder fazer a ligação à mulher original que desconhece.
O drama da mulher moderna é que ela está tão convencida e inflacionada pela ideia de liberdade e emancipação ou mesmo da Deusa que nem sequer enxerga a sua divisão interior em duas mulheres antagónicas dentro de si e sempre em luta - e parte para a relação a dois sempre em desvantagem e presa dessa dicotomia (a quente e a fria, a boa e a má, ou seja a sensual e a frigida, a devassa e a casta) sem perceber que não fazendo esse trabalho consigo mesma, sobre si mesma, nunca o par almejado é alquímico e complementar, mas manco...pois só uma metade mulher se apresenta ao homem...que nunca sabe de que lado dela está, se da boa se da má...e é imprevisível, pois essa mulheres se revela a curto ou longo prazo na relação como histérica e maníaca ou a doente, bipolar, com uma neurose grave...disfunção da personalidade etc. ao forçar e querer ser apenas essa metade idealizado pelo homem. Talvez um cancro na mama ou do útero a acorde para sua cisão e para o outro lado de si do qual ela esteve toda a vida separada ao fim e ao cabo. Mas nem sempre a Mulher acorda...
rlp

AS MULHERES TEM O CONHECIMENTO/SABEDORIA



AS MULHERES TEM SAIDA...


As mulheres raramente vão ao encontro do seu Caminho que não conhecem. Elas foram histórica e culturalmente desviadas do seu potencial e propósito, desviadas da sua fonte de conhecimento que é o Utero. Mesmo nos grupos de mulheres que buscam saídas alternativas, ditas "espirituais" temos o Tantra (o homem e o sexo como objectivo) como na espiritualidade temos  Deus como objectivo ou os anjos ou a evolução espiritual (o céu como objectivo) ...mas,  a Mulher em si, ela própria como SER HUMANO independente e a Terra como Ser Vivo e pulsante ficam quase sempre para trás, como se a Natureza Mãe e a Mulher não tivessem qualquer razão de ser em si ou ligação do SER MULHER com a Vida que nasce dela tal como a vida nasce da Terra e do solo…

A Terra é tão ignorada como  a mulher é ignorante de si mesma
 por  viver sempre dedicada aos outros ou a viver em função de algo fora por mais legitimo que  seja, vivendo em função do olhar masculino que lhe dá razão de "ser", seja do Pai, seja do filho ou do amante, mas nunca se afirmar por ela mesma, como um ENTE consciente de si mesma!  E sem esta consciência de si ela nunca irá despertar para si mesma, para o seu potencial adormecido, para a sua força primordial de deusa, como revelação da própria  VIDA EM SI e  amor da Vida plena; ela foi educada para servir o homem, o Pai e o filho  e nunca se libertará de forma a nunca mais  depender de nada nem de ninguém para SER MULHER!
O que eu entretanto queria dizer com isto é que há um Caminho da Mulher, dentro de si mesma, um sentir sensual e cheio de emoção e que ele é para dentro de si, onde Ela sabe que tem esse Poder interior, onde a sua  força se esconde  e que ela tem de a resgatar, e que só pode ser plena em si quando não depender de  outros para a sua vida ter sentido...e essa é a sua descoberta...o Coração é o Manancial...ainda fechado!
Por a Mulher ter esse Conhecimento/Sabedoria em si mesma, ser em si um poder da Natureza, ela foi afastada dele e dividida em duas mulheres - para que não lhe tivesse acesso e pudesse assim, ficar presa e cativa do homem, do seu “olhar de vida” (mais morte do que vida!) e ser dominada e explorada por ele ao longo dos séculos. Esta divisão da mulher, esta cisão fulcral em cada mulher como uma ferida é a fonte de toda a separação dentro e fora da Mulher e é a meu ver igualmente a causa de todos ou quase todas as doenças e males sociais…claro, sabemos que ninguém quer ver isso e a questão tem sido persistentemente branqueada por religiosos, padres, sociólogos, antropólogos, escritores e até psicólogos como vimos no inicio do texto…
Só à Mulher pode mudar isto…

Rlp

terça-feira, agosto 23, 2016

SABER E NÃO SABER

"ALMA E CONSCIÊNCIA"

"A Alma... Não se Usa na Superfície do Mundo"...



A ALMA E O ESPIRITO

Vivemos num tempo estúpido de facilitismos e superficialidade em que tudo se mistura e já ninguém sabe quem fala verdade. Todos se copiam e papagueiam "verdades" como espirito e "alma e consciência" e ninguém se entende. As "massas" não entendem o sentido da Realidade Última e confundem tudo com o relativo da vida superficial e rotineira que vivem sufocados pelo véu da mentira colectiva de uma pretensa cultura democrática que quer fazer chegar o conhecimento a todos, mas o Conhecimento sempre foi e é iniciático; só o individuo que conhece dentro de si as suas diferentes partes constitutivas, corpo-alma e espírito e os seus animais-instintos, pode chegar ao cerne do seu SER. E só alguns seres - de acordo com o seu esforço a sua evolução e sinceridade - chegam ao verdadeiro entendimento do que é Real e eterno dentro de si...
(rlp)

ASSIM, “A confusão criada pela imprecisão habitual das palavras alma e consciência é agravada pela rotina que preside ao seu emprego, rotina que atrofia o entendimento daquele que fala, tanto como daquele que escuta.
(...)
Poucas palavras causaram pela sua alteração tantas e funestas consequências como as expressões: “alma” e “consciência”, porque as realidades que exprimem são os elementos base do que constitui o ser humano não mortal, e que podem esclarecer o fim da sua existência.
De cada vez que um conhecimento iniciático foi suplantado por dogmas saídos das disputas teológicas, o sentido da “alma” e “consciência” sofreram variantes conforme as doutrinas religiosas ou os ensaios filosóficos que se tornaram autoridade nessa época. “
"*
* In LOUVERTURE DU CHEMIN – de Isha SCHWALLER DE LUBICZ

segunda-feira, agosto 22, 2016

A DESTRUIÇÃO DA MULHER


ALGO DE MUITO GRAVE SE PASSA NO MUNDO
CONTRA AS MULHERES

Nas ultimas décadas, a mulher para ser aceite e considerada "moderna", versus emancipada, teve de se submeter uma vez mais, já não ao lar-marido-filhos, como era antes, mas nos dias de hoje ,a uma profissão de sucesso e a um patrão, a uma ideologia ou a uma cultura e a uma arte essencialmente masculinas, direi sem essência e em que o feminino é denigrida sistematicamente como e a mulher transformada num mero objecto sexual ou de exposição mediática.
Ela deixou entretanto de ser "a esposa" fiel ou mesmo a "amante" ou a "puta" e passou a ser "emancipada"...


Não se pode defender um estatuto da mulher e a sua dignidade de um lado, como pretendem as feministas e as políticas e por outro ela continuar a servir de caixote de lixo de todas as indignidades…ela é feira da pornografia, ela é cobaia científica, ela é uma boneca insuflável de silicone, ela é a escrava do alterne, da moda e dos cosméticos, dos médicos e proxenetas…explorada e morta, no Islão, em África, na Índia ou no Ocidente...
Por todo o lado no mundo a mulher é morta aviltada e explorada.
Ao fim de quase um século na crença de uma liberdade e igualdade, voltamos a encontrar a mulher completamente exposta ao abuso e à exploração sexual por Mafias e Artes e Mídea e até por conta própria...e o mais grave: por vontade própria...
O que o Sistema conseguiu nestes últimos 50 anos foi mentalizar a mulher a se tornar naquilo que ele levou séculos a construir à força: destituir a mulher de qualquer valor intrínseco e agora é a mulher em nome da sua "emancipação" a escolher a prostituição e a aceitar a ignominia em nome de direitos iguais...


Se temos duvidas basta olharmos para a mulher moderna vemos apenas como ela se deixou aos poucos usar em todas as plateias e palcos, em todos os cenários e filmes, em todas as passerelles, vendendo-se e traindo a sua verdadeira natureza de que se afastou completamente à medida que ia respondendo aos apelos de uma imagem estereotipada, do consumismo e do sucesso material que a sociedade patriarcal dela exigia...
A mulher de casta passou a ser promiscua...liberal...ter muitos amantes é preciso, escrever sobre o seu corpo ou exibi-lo sem pudor: ela filma até a sua intimidade, os seus orgasmos, como fez a escritora Clara Pinto Correia, mas sobretudo ao escrever desabridamente o "fodamos" - "mulheres capazes"- sem freio, sem tino, superficialmente - seguem escritores semi pornográficos que exaltam a sua submissão sexual e rebaixamento humano total etc. e defendem uma mulher desinibida e sem limites para o uso do corpo-sexo...Defendem as estéticas artificiais e o silicone e tudo que a Mafia médica e as farmacêuticas criam de artificial e lesivo apra a sua saúde  e com a qual visa apenas destruir a sua verdadeira identidade - como digo tantas vezes -, arrancando-lhe os ovários o útero e os seios...enchendo-a de químicos. A "Medicina" que lhe destrói a sua integridade física e moral, em nome da cura...que lhe vende todos os produtos criando o medo da morte e da doença - ela arranca-lhe sem mais, seios e ovários para prevenir o cancro...Os médicos violentam as grávidas - violência obstétrica - e os cientistas querem "limpar-lhe o sangue"...e os maridos e amantes (ah, os "companheiros") limpam-lhe o sebo... e o feminicídio cresce em todo o mundo.
Ah... Algo está mal...algo muito grave se está a passar no mundo e as mulheres não querem ver; ninguém quer ver ou rever o que de errado aconteceu nesta parafernália de supostos "direitos e igualdades" - o homem que não seria nada a imitar nem a copiar tornou-se o modelo da mulher. Elas quiserem ser iguais a eles e agora eles respondem-lhes em massa na violação no abuso inclusive das filhas, alinham na destruição massiva da mulher, aliando-se a muçulmanos ideologicamente ou solidariamente...para se vingarem das mulheres. E os árabes vão inventar um Útero artificial, tal como eles criaram mulheres de silicone;  os cientistas criaram um útero artificial para os gays terem filhos e serem desventrados como as mães - ah a inveja do útero tão primitiva afinal - eles os gays adoptam crianças sem mãe, cantores e jogadores de futebol milionários compram crianças como compram automóveis...Eles fazem render as mulheres como "barrigas de aluguer" - já não precisam de criadas nem de servas, nem de mulheres para nada; eles roubaram tudo à Mulher, tudo...Começaram pela cozinha...pela costura, pela manicura, pela cabeleireira...e agora só faltava o útero...porque os seios já os tinham de silicone...
ah sim, as mulheres foram para a guerra...e mataram...e o que restava das mulheres morreu com elas...

rosa leonor pedro
Anónimo

Patrícia disse...

Triste e verdadeira constatação Rosa, creio que a expressão "fazer as escravas acreditarem serem livres" caiba como uma luva na doutrinação sexual feminina, pois percebo que a mulher nunca foi tão humilhada e descaracterizada de sua verdade, como nessa pretensa liberdade a qual aceita cumprir como um protocolo da mulher moderna. Estão todas cegas de si mesmas, como poderão ver o predador que se finge de guardião a conceder-lhe segurança no mundo de medo que ele próprio cria.
Gratidão mais uma vez pelas tuas palavras sábias.

(Eu é que lhe agradeço rlp)

domingo, agosto 21, 2016

mundo ainda não criou seres capazes de se amarem


O ENCONTRO CONNOSCO MESMOS/AS

 .."Amor é quando é concedido participar um pouco mais. Poucos querem o amor, porque o amor é a grande desilusão de tudo o mais. E poucos suportam perder todas as outras ilusões. Há os que voluntariam para o amor, pensando que o amor enriquecerá a vida pessoal. É o contrário: amor é finalmente a pobreza. Amor é não ter. Inclusive amor é a desilusão do que se pensava que era amor. E não é prêmio, por isso não envaidece, amor não é prêmio, é uma condição concedida exclusivamente para aqueles que, sem ele, corromperiam o ovo com a dor pessoal. Isso não faz do amor uma exceção honrosa; ele é exatamente concedido aos maus agentes, àqueles que atrapalhariam tudo se não lhes fosse permitido adivinhar vagamente.”
(...)
Clarice Lispector

Não, o mundo ainda não criou seres capazes de se amarem…


Porque sem que cada ser se conheça e se ame primeiro, ninguém se pode amar e este é o círculo vicioso do mundo! E aqui voltamos ao âmago da questão: pode a mulher mãe sem se amar a si mesma e sem que o homem a respeite amar o filho ou a filha? Sem dúvida que todas nós precisamos ser amadas e o merecemos, mas haverá algum homem nesta sociedade infame, de exploração comercial do que há de mais puro, a intimidade de dois seres, que verdadeiramente ame uma mulher? Ah! Se forem magras e elegantes…se forem bonitas e atraentes…se tiverem um peito assim e uma bunda assado…como as modelos? E vá de por silicone, vá de encher as nádegas, os lábios e as faces de plástico…vá de cortar os seios, vá de cortar o nariz os pés a ancas as mãos e não sei que mais as mulheres cortam para se parecerem com os ícones da moda e do cinema…
Como é que ainda a educação ou a falta dela, toda esta subcultura do feminino de séculos de ignorância e programação católica as escravizam ainda a padrões obsoletos que, apesar das lutas feministas que ajudaram a mudar muita coisa, não mudaram nada do essencial e a alienação da mulher em termos ontológicos é a mesma? Se antes eram “educadas” para casar, para procriar, para parir, para serem submissas aos homens e fiéis ao marido…agora substituíram isso pelo trabalho igual, pelas pílulas e a liberdade sexual; pelas estéticas e a moda e mais uma vez caíram na esparrela dos anúncios, ou dos contos do vigário; toda essa literatura romanesca com que encheram o seu vazio de sonhos de um amor romântico… pode já não ser os maridos, mas os amantes…e afinal para continuaram escravas do homem e dos seus padrões de beleza!
Sim, apesar de tudo se ter alterado nos costumes nestas últimas décadas e a confusão social pela perda de valores ser cada vez maior, e embora as mulheres trabalhem e ganhem por vezes mais do que os maridos e até parecem livres de fazer o que querem…continuam afinal emocional e sexualmente prisioneiras do homem a nível das suas células, a nível do inconsciente colectivo, pela alienação mediática e pelos filmes e por isso ainda acreditam numa espécie de príncipe encantado que agora é o milionário e no amor das telenovelas… As mulheres de hoje estão aprisionadas nessa armadilha invisível dentro delas. Pensam que são livres e não percebem as correntes que as amarram…
São centenas ou milhares de mulheres prisioneiras e no mundo inteiro milhões, mulheres presas dentro delas próprias, prisioneiras desses padrões, de um velho paradigma, amarradas a essa ansiedade feroz do amante nessa carência extrema de si mesmas que as caracteriza (diria, que as caricaturiza… porque essa mulher é uma caricatura de si mesma e do seu potencial adormecido) e que no fundo faz essa amarga solidão que as leva, em desespero de causa, a aceitar de volta homens violentos, homens que as maltratam ou a crer e a procurar novos amores e por mais que sofram e sejam traídas, enganadas e mal amadas, nunca aprendem a lição nem a sua liberdade… Serão escravas as mulheres para todo o sempre?
Será que não vemos que enquanto não nos amarmos primeiro a nós mesmas, enquanto não formos auto-suficientes e conscientes do nosso ser integral, enquanto não integrarmos as partes de nós divididas, não nos podemos libertar…
Enquanto não nos podermos amar nem respeitar a nós mesmas como seres independente, como seres singulares, unos, nenhum homem ou mulher nos poderá amar. Enquanto não nos valermos a nós próprias, o amor seja de quem for não nos serve para nada. (De algum modo e a um certo nível isto também é válido para o homem…mas a mulher é um caso mais grave, porque o homem tem mais auto-estima que à mulher quase sempre falta…) Enquanto essa consciência não acontecer esse amor que vivemos é sempre a projecção ou uma ilusão temporária de que nos compreendem e aceitam, que encontramos o sucedâneo do pai ou da mãe…e que nos amam como nas histórias de reis e princesas ou antes, de gatas borralheiras e príncipes que a breve trecho se transformam em sapos e monstros, no virar da página…
rlp
escrito em 2009

O AMOR CEGO


COM QUE AMOR AMAMOS

O amor que projectamos em alguém e alguém projecta em nós é um puro e doce engano que dura o que dura até percebermos que não amamos ninguém, muito simplesmente. Mas isso leva uma vida inteira a perceber...e a descobrir o que possa ser um amor verdadeiro.
O maior Mistério da vida é esse Amor que o ser humano procura e nunca encontra...
Mas pensemos, será mesmo que amamos, ou será como é que nos amamos? A nós...não nos aceitamos nem nos amamos e aos outros talvez por isso é sempre sofrendo...ou fazendo sofrer, pedindo, exigindo, criticando, caluniando, julgando o/a outro /a que não corresponde as nossas expectativas e carências, seja mãe seja pai ou irmão amante...às vezes gritamos manipulando outras violentando, ou matando - a violência conjugal...
ah! eu amo-te tanto e tu não me amas como eu te amo...
Ou será que há um outro Amor que não conhecemos, sim, esse Mito AMOR versus PSIQUE e que é cego ou aquele que se pode vislumbrar algures no firmamento e é isso que se pensa ser Deus...mas eu falo aqui só do que é humano, neste plano, nesta Terra...Aquele que conhecemos e que se debate entre o amor ideal das escrituras e dos romances e histórias e a realidade concreta...que é não haver amor nesta humanidade e a nenhum nível que não seja idealizado, expectado,.
Basta olhar ao redor e ver com olhos de ver...ele não existe, mas nós teimamos em reinventá-lo...em cantá-lo em sonhá-lo e depois caímos na dor e no "abandono"...
E assim entre a ilusão sonho de um amor incondicional que nos salve e resgate da dor da carência e da ausência - da separação da mãe - o que vivemos é sofrimento... quando se acha que se ama, o que quer que seja, cão que morre amante que nos abandona, amor que acaba (quando nunca existiu?) e a realidade é quase sempre a dor dessa impossibilidade, o amor de algo que queremos alcançar...e mesmo que o toquemos no outro sentimos que ele nunca colmata essa carência e nem sequer mata o desejo...
O Amor sempre foi a dor do impossível mas cuja ilusão adiamos para outro tempo, outro par, outro engano. Na verdade o que nos é permitido viver é apenas esse sofrimento misto de prazeres e dores, alegrias e tristezas, ilusões e desilusões, no fundo é isso que acontece ... e nunca a certeza ou o saciar; E isto nada tem a ver com sado-masoquismo quando buscamos sentires extremos para nos castigar.
Parece que ao fim de tantos anos descobri finalmente o que se passa de errado neste mundo...os seres humanos não sabem nem podem amar porque é algo que não faz parte da sua natureza humana. Nós NÃO SOMOS AINDA VERDADEIRAMENTE HUMANOS - POR ISSO FALHAMOS E FUGIMOS DO SOFRIMENTO.
Só sofrendo somos humildes e capazes (às vezes nem assim!) de perceber o próximo, mas com as malditas religiões perdemo-nos todos do único propósito desta Vida e desta Dimensão...e não andar para ai a imitar e a copiar e a cantar as glorias dos deuses e dos anjos como de outras dimensões onde não estamos... mais do que isso, porque AMAR é um dom que não pertence a esta espécie degenerada, imperfeita e impiedosa...mas como nos impingiram aquela de nos "amarmos uns aos outros" e outros tantos idealismos e ideologias...andamos neste engano há séculos!
E a haver um Amor Maior É a Natureza do próprio Amor Maior nunca se deixar converter ao pequeno mundo em que vivemos nem a nada daquilo que mais queremos...e essa é a razão pela qual há tanto sofrimento neste amor que projectamos. Porque sendo o Amor Maior o que mais todo/as nós queremos viver...não o poderemos viver enquanto o quisermos dominar e controlar, tê-lo à nossa mão ou aos nossos pés... que ele seja feito à nossa vontade, à nossa maneira e para o nosso beneficio ou ego...tantas vezes...vencer-dominar-possuir...
O homem faz sempre isso a Mulher e a mulher?
(...)
Esse amor que todas/os idealizamos e sonhamos é a coisa mais ambicionada e perseguida por toda a humanidade desde os tempos mais remotos ...mas como todos/as tão bem sabemos é em nome dele que se fazem e fizeram as coisas mais abomináveis cruéis e loucas e obscenas e criminosas. Sim em nome dele, e do Amor de deus...e por isso ele nunca deixará que ninguém o veja ou o toque a não ser no momento fulminante em que somos cegas por ele, quando morremos ou naquele momento de luz e dor...quando a seta que acerta em pleno no nosso coração e depois o dilacera - e piora quando a queres arrancar...etc. etc. etc.
É POR TUDO ISTO, que

"Quem ama
Fica cheio de não-saber
Não pára de procurar..."
*Ana Hatherly -


rosa Leonor pedro
republicando

sexta-feira, agosto 19, 2016

The Goddess in Art TV Series: Highlights

Psicologia Dialética: O SAGRADO FEMININO: A NOVA MODA

Psicologia Dialética: O SAGRADO FEMININO: A NOVA MODA: Adriana Tanese Nogueira Psicanalista Era uma vez as feministas, e antes delas as Doris Gray da vida no seu aventalzinho de cozin...


Excertos de O SAGRADO FEMININO: A NOVA MODA

(...)

"Sinceramente, tenho alergia à modas e clichê.

Para mim o sagrado feminino existe somente em quem assume o fardo do ser mulher e do ser mulher livre. Livre da opinião alheia, livre da benção do grupo, livre da chantagem econômica que maridos e pais impõem, livre da jugo afetivo que a família impõe, livre da necessidade de ser aprovada por um homem – livre de se vender e “prostituir” para agradar, fazer parte, ter dinheiro, status, aplauso.
...
Você não encontrará o “sagrado feminino” num workshop com fogueiras e cantos, danças e pinturas. O feminino sagrado é a Deusa em você, é Deus ao feminino em você que exige seu compromisso e sua lealdade. É começar a reconhecer como sagrada sua voz interior, começar a se ouvir, começar a deixar as tramóias de lado e ser honesta, transparente, impiedosamente transparente consigo mesma. O sagrado de seu feminino aparece quando você para de esconder sua femininidade que obviamente não se resume na sessão ao cabeleireiro e à acadêmia. A deusa em você está na sua exigência de ser mãe com dignidade mas também no parar de ser mãe que produz filhos concretos para produzir filhos espirituais, parir novos mundos para si e a humanidade. O sagrado feminino aparece quando você se recusa a fazer o jogo do sistema capitalista que escraviza mulheres e homens, mães, crianças, pais, natureza, animais, e que para se sustentar exige que cada um amordace sua sensibilidade, sua beleza interior sua delicadeza. Você dá voz ao feminino sagrado quando não vive em função do lucro, quando coloca as relações e o amor acima do lucro sem entretanto se prejudicar porque precisa viver e viver saudavelmente para poder amar mais e melhor.
O sagrado feminino é quando você consegue amar o outro a partir do amor que tem por si mesma, quando você se permite ser tocada lá no fundo pelo outro para assim de verdade compreendê-lo, sentindo de dentro e estando juntos de verdade. O sagrado feminino encara o desafio de como é que isso pode acontecer, sem receitas! Sem receitas, sem gurus. Você aprendendo a andar sobre suas próprias pernas.
A deusa agradece."
(...)
"Vivemos numa sociedade altamente machista não só de homens como de mulheres machista (as piores). O machismo das mulheres vêm às claras no olhar desaprovador que lançam contra outras mulheres que ousam o que elas não tem coragem de fazer, ou que dizem o que elas não tem coragem de dizer, ou que peitam o grupo (feminino, pasmem!) em nome de sua independência de pensamento e autonomia de comportamento. O machismo das mulheres está na competição desregrada e venenosa que travam contra outras mulheres." 
(...)
 "Cadê a deusa em você? Agora, nesse momento? Cadê ela? No workshop que irá fazer nesse fim de semana? Ah... certo. Quero ver onde está o sagrado feminino na sua relação, no seu trabalho, entre você e suas amigas, entre você e a causa social que atende, entre você e seu chefe e sobretudo entre você e os valores que de fato diariamente norteiam sua vida, suas escolhas, suas prioridades."
(...)
de Adriana Tanese Nogueira
Psicanalista

"mas onde está a sacerdotisa se ainda não está a mulher?"

É PRECISO DISTINGUIR O TRIGO DO JOIO

Há pelo menos 48 a 50 Grupos de mulheres "MULHERES CORRENDO COM OS LOBOS" no Facebook...Há centenas de páginas e de grupos do "feminino sagrado" e dezenas de mulheres a fazer Workshops sobre a Deusa...a fazer festivais e festas, danças  e rodas...
Há dois livros de referência máxima: este que cito, da Clarissa Pinkola Esteés e as Brumas de Avalon de Marion Zimler Bradley.

A grande maioria dessas leitoras e protagonistas desses grupos, como é óbvio, são muito jovens, entre a casa do 30 a 40, pouco mais ...ou mesmo mais novas. As mais velhas, diz-se "têm mais juízo",  não será o meu caso...até porque pertencem a uma geração que nada se relaciona com o Sagrado nem com Deusas...as mulheres da minha geração (anos 60/70) são conservadoras ou feministas de esquerda.

LI AS BRUMAS DE AVALON ENTRE  1984 a 1990 e chorei e senti a urgência de um resgate do verdadeiro feminino e mais tarde quando comecei a escrever e publiquei o meu primeiro livro de poemas sobre a Deusa em mim - muitas destas mulheres ainda não eram nascidas ou teriam no máximo 10 a 15  anos -  e vislumbrava a Magia do Sagrado Feminino, fui olhada de soslaio e desacreditada até pelas amigas que se riam de mim. ou ridicularizada pelas mais intelectuais. Com o Blog Mulheres & Deusas em 2001 comecei esta luta de trazer informação fidedigna para esse universo apelando a uma Nova Consciência do Ser Mulher. Não havia mulheres em Portugal interessadas ou sequer abertas para a temática e apenas alguns ecos e apoio que me vinham do Brasil. Sei que tal como estas escritoras havia mais mulheres escritoras e pioneiras da Busca da Deusa e de um novo feminismo e que escreveram livros magníficos.
Durante mais de 20 anos pouco ou nada aconteceu nesse domínio e de repente nesta ultima década, deu-se
 um inflacionamento do "feminino sagrado" que invadiu os mercados e todas as mulheres que leram esses livros e mais meia dúzia de livros sobre o tema, ou mesmo nenhum, sentem-se inspiradas e arranjam uma casinha de madeira perto de um lago, vestem uns vestidos coloridas e saias comprimidas e tornam-se sacerdotisas da Deusa... Outras julgam-se mestras e criam grupos de discípulas sem nenhum caminho andado, e ainda mais ignorantes do que elas seguem-nas mulheres dependentes e imaturas, submissas e deslumbradas, sem capacidade de discernimento nem pensamento próprio, sem nenhuma experiência de vida! 

Penso se isso foi bom ou mau...
 Por um lado é o tempo das mulheres se abrirem e se manifestarem no seu potencial de deusas e resgatarem o seu feminino ancestral, o seu lado instintivo, a sua intuição, mas por outro corremos o risco de inverter as situações; é verdade e eu devia ficar exultante, mas o drama é que poucas ou nenhuma dessas mulheres tem qualquer consciência psicológica do Ser Mulher em si ou  da mulher inteira, integrada  e vive dividida não só na sua pele como na pele das muitas deusas e apenas andam a volta dos "mistérios" do sangue e do útero ou decoram a ordem dos ciclos mas sem irem ao fundo do seu próprio psiquismo como mulheres, sem fazer qualquer trabalho profundo consigo mesmas, sem saber nada do Sistema que as aprisiona durante séculos nem como tudo aconteceu...
"mas onde está a sacerdotisa se ainda não está a mulher?" perguntava há pouco uma amiga...

E eu dizia-lhe, sim,  usa-se agora felizmente muito mais a intuição mas nega-se em contrapartida o saber adquirido...a aprendizagem deste mundo, tudo o que sofremos e tudo o que conquistamos...é desperdiçados e caímos no erro de voltar a uma certa instintividade. 

" Infelizmente agora usa-se mais a intuição! Até a intuição deve estar subordinada ao saber adquirido e ao bom-senso, basta fazer uma viagem ao passado e ver quantas vezes a intuição esteve equivocada e os resultados subsequentes. Sonhos, visões, intuições, vozes divinas e angelicais serviram de validação a grandes barbáries da História." ananda k. lila


Sim, eu podia pensar que tudo isto é válido só por si e sinal de grande avanço para as mulheres sabendo que todo o esforço é benéfico, mas sei, tal como a minha amiga diz, dos retrocessos e dos enganos, por isso não creio que, regar geral, todo este movimento das deusas seja um avanço adquirido, porque é preciso primeiro ser-se consciente de si e dos enganos e ardis que acompanham estas descobertas, assim como o oportunismo que leva tanta gente a aproveitar-se economicamente da ignorância e ânsia de saber das mulheres...
Não, não só os homens exploram as mulheres; também as mulheres se servem das outras para se afirmarem como detentoras de algum poder. E ninguém pode ter poder sobre ninguém entre as mulheres. Nenhuma mulher se pode arvorar em guia, sábia ou à frente de outra...somos todas irmãs, apenas umas mais conscientes que outras, de certo através das idades, mas isso só nos pode valer em perfeita irmandade e respeito pelas diferenças...
Por isso é preciso distinguir o trigo do joio - é preciso ler e estudar e saber de si, interiorizar e fazer introspecção, é preciso ir às fontes se possível do Conhecimento ancestral... não basta decorar ou papaguear as coisas ou ir viver no campo com as galinhas e fazer um altar à deusa. Não, para isso é preciso antes de tudo ser-se MULHER .
rlp

Nesta altura e neste tempo há de tudo, mas muita loucura, exibicionismo e oportunismo e muita alienação de si como mulheres mas também  há muitas mulheres lúcidas que vão discernindo e que fazem a diferença ...como por exemplo a autora deste excerto:

"Rodas de sagrado feminino estão acontecendo em cada esquina e há muitos grupos na busca de se conectar e honrar o feminino, a linhagem feminina ancestral, reconhecer as mulheres que a precederam fazendo as pazes e abrindo caminhos para que cada uma possa simplesmente ser.
Entretanto há ao mesmo tempo muitas distorções perigosas que em vez de gerar bem estar e liberdade, podem aprisionar e dar continuidade à certos tipos de opressões de recaem de mulheres sobre mulheres. É preciso antes de tudo saber o que se pretende e o que se imagina que seja o Sagrado Feminino. Ou apenas criamos mais um grupo de fantasiosas místicas que se acham  especiais por serem mulheres, mais especiais do que os homens, e ainda pior, podemos criar regras, dogmas onde algumas mulheres se identificam, se encaixam e outras não. Ou seja, algumas são sagradas e outras…nem tanto. Mas mesmo assim em algum momento todas irão fazer reverências às suas ancestrais, mesmo que elas tenham em suas histórias características que não as façam assim tão “sagradas”. E mesmo que uma mulher desta roda não tenha verdadeira honra por suas ancestrais devido à traumas e mágoas de verdadeiro sofrimento nas mãos delas, farão o gesto de reverência, pois caso não perdoem ou honrem suas ancestrais estão fugindo ao sagrado feminino, não são dóceis e amáveis de flores no cabelo como se espera do arquétipo feminino, diga-se de passagem – distorcido.
Ritualizar abre portas para o lúdico, para a criatividade e principalmente para a intenção de encontro com que é sagrado, com o que é divino. O ritual pode ser o fio condutor de uma experiência pra dentro que pode revelar tesouros. Mas um ritual também pode ser destrutivo quando mulheres buscam sua identidade pela comparação com as outras e não aprendem na viagem interior a encontrar a identidade própria, os valores próprios e a partir daí se mover pelo coração. Elas podem se comparar sobre a forma de como é a intuição, umas tem visões, outras, sensibilidade aguçada e as percepções do rito podem causar um sentimento de não pertencimento. Mas para além disso, elas podem ficar presas nestas formas, deslumbradas e envaidecidas com os próprios insights e não se darem conta do que realmente interessa , que é justamente como esta experiência afeta sua atuação no mundo." *
Excerto de texto de Espaço Matri Gaia    

* de Adriana Tanese Nogueira        

ACREDITO NA MULHER




ACREDITO QUE NA MULHER,

O CONHECIMENTO/SABEDORIA SÃO INATAS


..."Chegarei mesmo a dizer que, nesta evolução do conhecimento, a mulher leva vantagem (sobre o homem), mas não sei se ela sabe disso. "*


Não efectivamente a mulher não sabe disso. Não só não sabe como nem suspeita...porque o que a história dos homens lhe contou foi o inverso, toda a informação lhe foi dada do avesso tal como se inverteu toda a informação original da Génese...


"A mulher já tem nela as infraestruturas para criar o ser inteiro. Falta-lhe justamente o impulso criador. Na Bíblia, o episódio da costela de Adão apresenta as coisas de maneira inversa."*

O que nós agora temos de compreender como mulheres é que ao dar-se essa inversão de valores e de princípios, isso criou uma cisão na mulher que a levou à diminuição do seu potencial e ao esquecimento do seu poder interno, tendo essa inversão sido a causa da divisão da mulher em duas - a santa e a pecadora. O que as religiões fizeram foi manter a mulher cindida em dois estereótipos para que ela não tivesse acesso ao seu próprio potencial e assim, mulher e homem se manteriam escravizados, presos da matriz de controlo que mantem a humanidade prisioneira de um nível inferior ao que era suposto segundo a evolução da Espécie.


POR ISSO A MINHA VISÃO DA MULHER É DIFERENTE...
Ela nada tem a ver com a Moda do Feminino Sagrado...

Há um resgate da Mulher que nada tem a ver com práticas místicas ou religiosas ..mas apenas com o interior de cada mulher hoje. Acredito que qualquer mulher pode abrir-se à consciência da sua cisão e não só compreender a essência do seu ser como entender o porquê dessa cisão e a partir dai fazer um caminho de consciência psicológica sem alterar a sua vida do dia a dia em nada nem ter de seguir modelo nenhum especial.
Acredito que só a Consciência de si através da sua vivência pessoal e interior e no mundo ela pode chegar ao conhecimento profundo de si sem seguir nada nem ninguém, sem precisar de validar ou associar-se ao que quer que seja como modelo...
Qualquer mulher minimamente inteligente pode entender a razão do seu sofrimento acrescido no mundo dos homens sem ter de se sujeitar a "terapias" ou a processos que não sejam naturais e dentro das suas possibilidades reais.
Seja que mulher for e tenha que formação tiver pode aceder à essência do seu ser e saber de si a uma dimensão que a transporta a outro nível de consciência - uma consciência mágica e do sagrado inerente a todas as mulheres - PORQUE ESSA É A NATUREZA DA MULHER e tudo o que ela precisa de saber está dentro dela...só precisa acordar para si ...e dar-se a si mesma o beneficio da duvida ..em vez de seguir terceiros ou entregar a sua vida nas mãos de quem quer que seja...
A mulher que se vira para dentro de si em busca de si mesma encontra as suas raízes...a mulher que se virar para fora em busca de respostas encontrará sucedâneos e formará couraças...e assim se afastará cada vez mais do seu centro.

RLP


*citações de O HOMEM ENTRE O CÉU E A TERRA
ETIENNNE GUILLE



quinta-feira, agosto 18, 2016

A violência perversa no casal - é própria do casamento.



SOBRE A VIOLÊNCIA NO CASAL, ao traduzir este texto coloquei o discurso de acordo com os papéis. para mim, embora a mulher possa ser também uma narcisista e dominar o homem em certos casos, o facto é que o DOMINADOR social e psicológico dentro do Sistema Patriarcal é sempre o Homem pela sua força e preponderância como cabeça do casal e o provedor do lar, o dono da casa e o senhor da mulher - a psicanálise e a psicologia em geral omitiram estes aspectos do domínio secular do homem sobre a mulher (quase sempre vitima de submissão e anulação) e pretendeu dar uma igualdade de géneros que nunca existiu até hoje de facto...Sabemos hoje que a violência sempre perversa dentro de casa e entre o  casal pelo domínio do homem no casamento era próprio da relação-contrato  e sempre foram a sua expressão "natural". Neste aspecto a psicanálise e mesmo a psicologia das profundidades perderam muito na sua análise por branquearem e ignorarem a Mulher como vitima endémica do Sistema patriarcal e aceitarem isso como normal...


A violência perversa no casal

"Muitas vezes se recusa ou se desvaloriza a violência perversa no casal, e  reduz-se  a uma mera relação de dominação. Uma das simplificações da psicanálise consiste em fazer da vítima o cúmplice ou mesmo o responsável pelo intercâmbio perverso. Isto é negar a dimensão da influência, ou o domínio, que paralisa e que o impede de se defender, e equivale a negar a violência dos ataques e a gravidade do impacto psicológico do assédio que se exerce sobre ela. As agressões são subtis, não deixam um rasto tangível e as testemunhas tendem a interpretá-las como simples aspectos de uma relação conflituosa ou apaixonada entre duas pessoas de carácter, quando, na verdade, constituem uma tentativa violenta e por vezes bem sucedida, de destruição moral e mesmo Física...

No casal, o movimento perverso se inicia quando o movimento afetivo começa a faltar, ou quando existe uma proximidade muito grande em relação ao objecto amado.
Uma proximidade excessiva pode dar medo. Por esta razão, o mais íntimo é o que se vai converter no objeto da maior violência. Um indivíduo narcisista impõe o seu domínio para manter o outro, mas também tem medo que o outro  se aproxime demais e o invada. Pretende, portanto, manter o outro numa relação de dependência, ou mesmo de propriedade, para provar a si mesmo a sua omnipotência. A vítima, imersa na dúvida e na culpa não pode reagir.
A mensagem não confessada é "Não te quero", mas se esconde para que o outro não se vá. Deste modo, a mensagem actua de forma indireta. O outro deve permanecer para ser frustrado permanentemente. Ao mesmo tempo, há que evitar que pense para que não tome consciência do processo...
O domínio se estabelece num indivíduo narcisista que pretende paralisar  a parceira colocando-a em uma posição de confusão e de incerteza. Isto livra-o  de comprometer-se num relacionamento que dá medo. Por meio deste processo, mantém o seu parceiro à distância, dentro de limites que não lhe pareçam perigosos. Não quer que a sua parceiro o invada, mas fá-la sofrer o que ele mesmo não quer sofrer, afogando e a mantê-la "à sua disposição". Se um casal quer funcionar normalmente, deveria prever um reforço narcisista mútuo, embora existam elementos pontuais de domínio . Pode acontecer que um se tente "desligar" do outro, a fim de estar muito seguro  porque  assim fica numa posição dominante na relação. Mas um casal conduzido por um perverso narcisista constitui uma associação letal: a difamação e os ataques subterrâneos são sistemáticos.
Este processo só é possível graças à excessiva tolerância da pessoa agredida. Os psicanalistas interpretam frequentemente que esta tolerância está relacionada com os lucros inconscientes, essencialmente masoquistas, que a vítima pode obter da relação. Não obstante, veremos que esta interpretação é parcial, pois algumas dessas pessoas não manifestaram nunca tendências autopunitivas antes nem as manifestam mais tarde; também é perigosa, pois, ao reforçar a culpa da vítima, não a ajuda de nenhum modo a encontrar os meios para sair dessa situação embaraçosa.
Na maioria dos casos, a origem da tolerância se encontra numa lealdade familiar que consiste, por exemplo, em reproduzir o que um dos pais viveu, ou aceitar um papel de pessoa reparadora do narcisismo do outro, uma espécie De missão que um deve se sacrificar."

Marie-France Hirigoyen
"O assédio moral. O abuso psicológico na vida cotidiana " (CAPÍTULO 1)



DEGENERADAS HERIDÁRIAS...

“As mulheres por vezes ficam histéricas e fazem e dizem as coisas mais estranhas. Mas esta observação vai dar a volta e morder a própria cauda: talvez a verdade da vida e do viver resida nas estranhas coisas que as mulheres fazem e dizem quando estão histéricas”

in “As Duas Vozes” - de William Golding (Prémio Nobel).



A MULHER, ERA ASSIM TRATADA NO SÉCULO XX

Sobre uma mulher muito bonita e riquíssima que abandona o marido que a trai e que por sua vez se apaixona por um jovem motorista da casa....Julio de Matos, Egas Moniz e Sobral Cid, assinaram um documento em 1910 que leva a polícia a internar essa mulher como louca, e onde diz:


"A mesma senhora é uma degenerada hereditária, na qual se vem manifestando em relação com a menopausa, grave perturbação dos afectos e dos instintos que a privam de capacidade civil para reger a sua pessoa e os seus bens."

A MULHER

“A mulher afirma-se pela fala, tem uma capacidade de verbalização característica, tanto pela positiva, como pela negativa. Como o homem sabe disso, manda-a calar. O falar parece ser, às vezes, uma substituição do pensar, mas não: trata-se da expressão de um pensamento. Há um pensar que leva a agir, um pensar que leva a falar, um pensar que leva ...ao silêncio. Esse é o pensar profundo que se transforma em acto e obra. A tagarelice é o pensar que não assentou.
A tra...dição obrigou a mulher a ficar dentro de uma caixa de vidro na qual era visível, mas não audível. Então ela falou desesperadamente, mas sem qualquer efeito. Quando partiu essa prisão de vidro, a sua voz transformou-se num acto revolucionário. A mulher moderna é o efeito dessa explosão, da saída da clausura que é a casa, a família, a beleza obrigatória. Quando toma a palavra, rompe essa teia que a envolvia numa rede de silêncio e de idealização. A mulher não é a Eva, representativa da origem do mal da humanidade, nem a figura platónica que o petrarquismo elevou a ídolo." - ANA HATHERLY

quarta-feira, agosto 17, 2016

UM DURO CAMINHO



QUEM FAZ O CAMINHO DE SI
E QUEM BRINCA QUE O FAZ?

“Todo tipo de coisas me desviam para longe de minha ciência à qual eu acreditava estar dedicado firmemente. Através dela, queria servir a humanidade, e agora, minha alma, tu me levas para essas coisas novas. Sim, o mundo do meio, intransitável, multiplamente cintilante. Esqueci que cheguei a um mundo novo, que antes me era estranho. Não vejo caminho nem trilha. Aqui deverá tornar-se verdade o que acreditei sobre a alma, que ela sabia melhor seu próprio caminho e que nenhum desígnio lhe poderia prescrever um caminho melhor. Sinto que é tirado um grande pedaço da ciência. Deve estar certo, por amor à alma e por amor à sua vida. Dolorosa é apenas a ideia de que isto só aconteceu para mim e que talvez ninguém consiga tirar alguma luz daquilo que eu produzo. Mas minha alma exige esta produção. Devo poder dizê-lo também só para mim sem esperança - por amor a Deus. Deveras um caminho duro. "
(...)

Carl Gustav Jung - Livro Negro 3

SE HOUVESSE UM DEUS O MUNDO ESTARIA SALVO...



A ALIENAÇÃO DAS PESSOAS HOJE É TOTAL...

Toda a gente que se acha "iluminada" ou "espiritual"...fala em amor incondicional...em amor búdico e em amor crístico ou tântrico...Mas ninguém sabe amar humanamente falando, neste ponto de situação do mundo,  nem sabe amar o outro, nem o próximo, nem o longínquo, quanto mais o inimigo. Cada ser humano é completamente ignorante de si mesmo. As pessoas não distinguem a essência da existência nem o corpo do espírito e da alma nem sonham o que seja se é que todos têm alma. 
E quanto mais falam desse amor e de deus, mais longe estão dessa possível experiência de Consciência. E como é que se poderiam amar uns aos outro/as, se os homens não são homens nem sabem nada das mulheres, se odeiam as mães e violam crianças - se as mulheres não são mulheres nem sabem onde andam, se o mundo está todo do avesso e ao contrário e ninguém sabe mesmo o que é esse AMOR ou Deus ou lá o que inventam, porque se ele fosse real e concreto o mundo estaria já salvo há muito...
Nós não somos seres livres - a humanidade é escrava de propósitos obscuros e a idealização do mundo (tal como as religiões e as ideologias) é a forma como eles nos controlam - enquanto sonhamos e julgamos que mudamos alguma coisa no exterior, com ideias e florzinhas e boa vontade, eles dominam e destroem tudo...fazem isso há séculos.
Não, a humanidade não é humana nem todos os humanos têm alma...e quem comanda a vida é o deus dinheiro!


rlp

O ASSÉDIO MORAL E O ABUSO PSICOLÓGICO



O ASSÉDIO MORAL E O ABUSO PSICOLÓGICO existe em todo o lado...não podemos dar por garantido que ele não existe onde menos suspeitamos...porque ele está nos meios ditos "espiritualistas e iluminados", principalmente...

" Ao longo da vida, mantemos relações estimulantes que nos incitam- a dar o melhor de nós mesmas, mas também mantemos relações que nos desgastam e que podem acabar por destruir-nos. Através de um processo de assédio moral, ou de abuso psicológico, um indivíduo ...pode começar fazer o outro em pedaços . O exagero pode levar até mesmo a um verdadeiro assassinato psíquico. Todos nós temos sido testemunhas de ataques perversos num ou noutro nível, seja em casal, seja em família, no emprego, ou na vida política e social. No entanto, parece que a nossa sociedade não percebe essa forma de violência indireta. A pretexto de tolerância, nos tornamos indulgentes."

Marie-France Hirigoyen


in  "O assédio moral. O abuso psicológico na vida quotidiana "
(Via Germana Martin)
Foto mizé jacinto

segunda-feira, agosto 15, 2016

15 de AGOSTO



"Ó Ártemis, Virgem-Rainha do universo, do céu, das estrelas e da lua, imaculada mãe de Deus, que nunca foi casada, elevada aos céus para a tua própria glória celestial,  tendo a teu lado o teu filho, Senhor dos senhores e Vencedor da morte.

Período de 15 de agosto que marca também a chegada, no horizonte, a estrela azul de Sirius, Aset, Isis, a divina mãe dos antigos egípcios. De Azul vestida a rainha dos céus se eleva no céu, sentado em uma lua crescente e esmagador de calcanhar a serpente Seth. As religiões monoteístas com seu Deus paternalista e vingativo, não puderam livrar-se definitivamente do culto da Deusa-Mãe escondida sob os traços da Virgem Maria.

"As belicosas amazonas te levantaram, outrora uma estátua, na praia de Éfeso, ao pé do tronco de uma faia; Hippo realiza os ritos e as Amazonas, rainha Oupis, em torno de sua imagem dançaram primeiro a dança exército, a dança dos Escudos e, em seguida, desenvolveram em um círculo de seu amplo coro; [...] em torno dessa estátua, mais tarde, se construiu um grande santuário; a luz do dia nunca iluminou mais digno dos deuses nem mais opulento [...] " - Calímaco , hinos iii a Ártemis v. 237-250.
A Virgem negra cristã, a sobrevivência de um culto pagão matriarcal

texto - http://matricien.org/matriarcat-religion/paganisme/artemis/

*Pintura de Lena Gal

documentos antigos

AH A GRANDE DEUSA MÃE


Os antigos cultos da Deusa Mãe e a importância da mulher, e o exercício do seu sacerdócio, quando ela ainda era una e integral na sua identidade, quando a mulher se expressava na sua totalidade e representava na carne e na alma a Deusa e a Natureza Mãe, permanecem nas nossa memória e no nosso inconsciente colectivo e como diz Dalila P. da C. -“Desde a época megalítica, passando pelo sec. VI a.C., até aos nossos dias, uma natureza ofídica, aquática, ctónica, estará aqui impressa neste território e a sua humanidade; e neles agindo sem cessar”…*

É essa acção subterrânea que actua nas nossas células e acorda as nossas memórias de deusas e sacerdotisas nos nossos dias pela activação das energias da Grande Deusa que descem agora de novo em toda a terra e que nos poderá fazer erguer de novo o Cálice de ouro e pedras preciosas e fazer com que o homem deixe de empunhar a Espada para matar o seu irmão e escravizar a mulher!
(…)


-“Esta partilha de um sacerdócio, que seria exclusivo, ou preponderantemente exercido por mulheres no culto da Grande -Deusa entre os povos pré-indo-europeus, depois partilhada com os homens e nos povos semitas ou indo-europeus, surge aqui expressado entre nós também, tanto na função sagrada da poesia, como na do culto. “*

Precisamos voltar a esse espaço sagrado nas nossas vidas e dar corpo à Deusa para que Ela possa manifestar mais uma vez a Sua vontade na Terra. Lembrar, como nos áureos tempos, que as mulheres evocavam a palavra sagrada e a proferiam sem medo, com orgulho e humildade…pelo amor da humanidade. Lembrar que: “Esta função sagrada feminina numa comunidade de povos atlânticos, europeus, através dos milénios e que através de todas as etnias e estimativas diferentes, continuaria a ser primacial.”*
RLP


“Documentos antigos de origem eclesiástica, provam-nos que havia na Romania uma poesia popular detestada pela Igreja, carmina amatória, (…) cujo principal agente era a mulher. Tal poesia chegava a invadir a própria Igreja e escandalizar a seriedade do culto (…) essa arte feminina deveria ter florescido intensamente na Galiza (…) Temos notícia de que as mulheres desempenhavam papel importante nas grandes cerimónias religiosas de Santiago de Compostela.” (F.C.)*


*Excertos de  Dalila P. da Costa