O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sábado, setembro 10, 2016

COM MALDOSA INSISTÊNCIA



Com maldosa insistência
Longamente se disse:
A mulher só pensa em vestir-se
(ou despir-se).
É um erro....
O que ela realmente quer é
Embalar
Embalar no corpo a alma.

A mulher não é
A campeã das gatas:
(não pode encolher as unhas)
Mas o seu arco-íris da invenção
Exige mais do que
Um tapete de peluche
Para o ron-ron.
Nada há mais exigente do que
A pertinência da análise
(a segunda facada, dizem,
dói sempre mais do que a primeira)
E se passar da sombra para a luz é difícil,
o contrário ainda é pior.

(Ana Hatherly)

1 comentário:

Ná M. disse...

"Com maldosa insistência
Longamente se disse:
A mulher só pensa em vestir-se
(ou despir-se).
É um erro....
O que ela realmente quer é
Embalar
Embalar no corpo a alma."
(Ana Hatherly)