O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, agosto 29, 2016

É PRECISO DENUNCIAR

Texto de Atheistserena

Eu vou parar de falar sobre o Islã quando as pessoas não mais forem mortas, torturadas e oprimidas em nome dele. Quando eu não tiver mais que ler notícias de como inocentes são massacrados, aos gritos de Allahu Akbar. Quando os gays não forem mais torturados, mortos, atirados de prédios, assediados, devido a excessiva homofobia que existe em sua religião.
Quando a ciência não mais for encarada com hostilidade, quando curas e vacinas não sejam mais tangidas com dogmas religiosos e fátuas. Quando as pessoas não mais sofrerem e as doenças não se espalharem. Quando uma nova descoberta não seja mais percebida como um ataque pessoal a sua fé. Quando apóstatas como eu forem livres de dano, hostilidade, morte, ameaças, isolamento e quando possamos nos assumir abertamente e sermos partes da sociedade. Quando você parar de condenar pessoas inocentes ao fogo do inferno.
Quando eu parar de escutar sobre o ISIS estuprando, comprando e vendendo escravas sexuais, o que é sancionado no Islã (4:24; 33:50). Quando eu não mais escutar sobre crianças inocentes sendo forçadas em casamento com homens mias velhos. Quando eu não mais escutar sobre crianças sendo circuncidadas e seus lamentos de agonia. Quando eu não mais ver menininhas pequenas de três anos sendo forçadas a usar hijabs e niqabs, sexualizadas em uma idade tão tenra, e ensinadas que sua feminilidade é repulsiva. Eu ficarei calada quando eu me esquecer de um vídeo de um menino de 12 anos, atado em correntes, sendo lentamente decapitado por homens muçulmanos (Alcorão 8:12).
Quando eu não mais ler histórias de meninas de 5 anos sendo mutiladas para preservar sua futura castidade. Quando não mais ter que ler como ela nunca terá prazer no sexo, como irá pegar infecções pelo resto da vida, e muito provavelmente morrerá ao dar a luz. Para aqueles que dizem que a mutilação genital feminina não é islâmica:
* A escola Shafi’i school considera a mutilação genital feminina como “wajib” (obrigatória).
* A escola Hanbali school considera como “makrumah” (honrosa) e é fortemente encorajada, como um dever.
* A escola Maliki a considera como “sunnah” (opcional) e preferida.
* A escola Hanafi a considera como “sunnah” (preferida).
Eu me calarei sobre o Islã quando eu parar de ver os hematomas e o sangue no corpo de minhas madrastas. Eu me calarei sobre o Islã quando eu não mais ver as esposas sendo surradas (Alcorão 4:34). Eu me calarei quando eu não mais temer que as mulheres sejam oprimidas, apedrejadas, mortas em nome da honra. Quando a cultura patriarcal diminuir. Quando eu não mais ver as mulheres sendo escravas de niqab. Quando as mulheres não mais sejam vistas como inferiores em sua religião. Quando o apedrejamento, açoites, amputações e tortura no nome do Islã e de Alá não mais aconteçam.
Eu me calarei sobre o Islã quando ele não mais representar uma ameaça para a humanidade e a civilização. Quando não houver mais ataques, não mais houver grupos terroristas que se desenvolvem no seio da doutrinação e alimentados no ódio. Quando nós não formos mais taxados de “kuffar”, infiéis ou descrentes. Quando as pessoas de outras crenças puderam praticá-las em países e comunidades de maioria islâmica  sem ser sujeito ao abuso, ou taxação (jizya). Eu me calarei sobre o Islã quando ele parar de tentar implementar sua reivindicação de supremacia. Eu me calarei sobre o  Islã quando os apelos pela sharia pararem.
Eu me calarei sobre o Islã quando os apologistas pararem de defende-lo de maneira cega e darem uma enxergada real no islã. Quando as mulheres pararem de serem espancadas por mostrarem um pouco de pele. Quando elas puderem estudar e ir à escola. Quando os meninos não mais forem circuncidados ainda bebês. Quando o casamento infantil for visto como algo repugnante e uma coisa horrorosa do passado. Quando as meninas pararem de serem escravizadas em todos os aspectos por guardiões do sexo masculino. Eu me calarei sobre o islã quando eu não mais ver mães grávidas jejuando no Ramadã, e quando não mais escutar sobre pessoas hackeadas até a morte por serem secularistas.
Eu ficarei calada sobre o Islã quando pararem os crimes em nome de Alá. Quando as pessoas admitirem que isto tem justificativa no Islã, e que ele não é uma religião de paz, nem mesmo minimamente. Quando pararem de nos considerar como “islamofóbicos”. Não é islamofobia quando a religião quer você morto e que queime no inferno eternamente. Eu me calarei sobre o islã quando não houver mais bebês geneticamente deformados por ser filho de primos em primeiro grau. Eu calarei minha boca sobre o Islã quando a religião parar de pintar os não muçulmanos como demônios e parar de proibir a amizade entre pessoas de credos diferentes.
Eu me calarei sobre o Islã quando não mais incitar o antissemitismo e quando ele respeitar outras religiões. Quando parar de condenar as pessoas a um fogo eterno. Quando parar de violar inúmeros direitos humanos e a escravidão sexual (33:50, 4:24). Eu ficarei quieta sobre o Islã quando não mais houver a opções “converta, submeta-se ou morra”. Quando não houver mais atos de terror cometidos em seu nome.
Eu posso ser uma voz solitária e pequena. Mas sou forte em minhas convicções e sei que muitos outros pensam o mesmo que eu. O Islã não é uma religião de paz. E eu não sou uma islamofóbica por admitir isto: a verdade.
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Sobre a autora:
Atheistserena (Serena Ateísta) é uma ex-muçulmana que também já foi cristã. Em parceria com AtheistHafsa, escreve em um blog chamado “Freethinkg Heretics” e se define como humanista secular.

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