O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, junho 14, 2016

o impossivel



PARA LÁ DOS ENREDOS e dos enleios...

Acordei hoje a pensar nos nossos problemas - quase todos baseados nos relacionamentos - e no nosso convencimento...de que sabemos alguma coisa sobre alguém...a frase com que acordei hoje foi mesmo a de: "Ninguém é de ninguém, até quem nos abraça" - canção popular brasileira da minha infância...
Não só ninguém é de ninguém como ninguém ama ninguém...se não se ama a si próprio/a. O amor do outro/a é sempre uma emanação do nosso amor por nós mesmas ou então uma projecção baseada nas nossas carências...como não me amo quero que me amem...mas se eu me amar já não preciso que me amem. Se eu tenho comida...não preciso que me deem comida - não tenho fome...estou satisfeita...é a mesma coisa com o amor...
Eu fico parva quando vejo as pessoas a falarem das outras como se soubessem alguma coisa delas, a interpretar, a opinar,  sem perceber que apenas reflectem a sua própria visão das coisas baseadas na sua experiência de si - e é isso que importa saber que cada um vê e sente da forma como sente e como pensa...e essa forma é sempre pessoal e única, seja ela correcta ou incorrecta do ponto de vista do que é certo e errado. Quando eu olho e digo que é amarelo, não me digam que é azul...apenas que para si é azul...respeitando que para mim é amarelo... ah as pessoas falam em ARCO-ÍRIS  e a mim dá-me vontade de rir...

Ninguém é de ninguém, nem ninguém ama ninguém, como diz o poeta  e ninguém sabe de ninguém...e lá diz o ditado: "Cada um sabe de si e só Deus sabe de todos/as" e parece que o diabo também....e de facto é assim mesmo que é...por isso a única coisa que devia existir e ser real entre os seres humanos era o RESPEITO e a humildade face aos outros - aí não haveria manipulação nem controlo nem ninguém se atrevia a querer ensinar...ou dar palpites sobre a vida de ninguém...
Mas a vida humana tem sido um rol de enganos no sentido de cada pessoa viver em função dos outros e a imiscuir-se na vida dos outros...ah pois as crianças tem de ser cuidadas e educadas...etc. Sim, o mesmo respeito era preciso...olhar e ver o outro no seu angulo ...
Assim, cada um/a falaria de si...e deveria ser ouvida e não existiria aquela coisa parva de eu não estou de acordo eu penso assim e eu acho que não é assim - bastava mudar de atitude...e sabem que mais? Aprenderíamos infinitamente se ouvíssemos a experiências dos outros sem querer impor ou exibir as nossas...Simplesmente Ouvir...e assentir. E falar só de nós e não dos e para os outros...como se uns estivessem certos e outros errados.

rosa leonor pedro

2 comentários:

Anónimo disse...

Estava a pensar sobre a alguns dias. Quando expomos nossa visão sobre qualquer fato ela serve muito mais para nós que para os outros. Como se fosse um espelho refletido uma das nossas muitas faces que ainda não conhecemos, e que por ser desconhecido não conseguimos identificar a projeção no outro.

Texto excelente, obrigada.

rosaleonor disse...

Muito obrigada eu pelo seu comentário e pelo seu parecer - é certamente assim, pois só poderemos de facto, pensar sobre nós ou a partir de nós...


rlp