O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, fevereiro 23, 2016

DE ONDE EU VIM...



QUEM SOU EU E DE ONDE SOU EU?

“Quando temos uma experiência mística sentimo-nos a superar a fragmentação usual da mente e do corpo e a alcançar um estado de união e inteireza. Transcendemos a distinção sujeito, objecto e experienciamos uma união extática com a humanidade, a natureza, o cosmos ou Deus. Esta experiência está ligada a sentimentos intensos de alegria, felicidade, serenidade e paz interior (…) sentimo-nos a abandonar a realidade comum, onde o espaço tem 3 dimensões e o tempo é linear. Entramos, numa dimensão (…) onde este tipo de categorias já não tem aplicação. Neste estado, o infinito e a eternidade tornam-se realidades experienciais. A qualidade numinosa deste estado nada tem a ver com as crenças religiosas (…) reflectindo, antes, uma apreensão directa da natureza divina do real ”.*

Aqui temos um verdade insofismável...quem experimenta não o pode negar...mas pergunto se o que viemos fazer a esta vida na terra é procurar esses estados para lá desta realidade...sinceramente me pergunto isso há muitos anos e por experiência desses mesmos estados alterados...como propósito e finalidade de vida mais alto e que parece toda a gente persegue. No entanto, sendo eles raros e dificeis de atingir - e não permanentes - como é que vamos viver os outros estados de alma e de espírito e os estados comuns da natureza comum aqui no Planeta?
E como é que destinguimos a crença e a fé da vivência ou da experiência em si mesma? Esta é outra questão em que parece toda a gente fica muito confusa...Sim, muita gente vive apenas a acreditar no que pensa que é e o que será...Mas será que por acreditarmos nas coisas ou em alguem, algum deus, as coisas são - um produto da nosso mente co-criadora - e faz com que para quem crê se torne verdadeira, mas em que plano?...
Tenho pensado muito na crença, em como vivi de crenças - sim a acreditar que isto e aquilo ia acontecer, que o mundo ia mudar ou eu... que eu ia ser diferente um dia, talvez quando fosse mais velha? E afinal estou a ver - à beira dos 70 anos - que pouco ou nada mudou na minha vida nem eu mudei quase nada e as questões que me avassalavam e que me limitavam, assim como os meus supostos defeitos (e qualidades) estão todos lá...assim, o que é que mudou depois de tanta coisa que acreditei anos e anos e até fiz tudo para mudar? Meditações, canalizações, regressões, retiros, viagens iniciáticas, radiestesia, sessões de todo o tipo de terapia...e o que é que mudou em mim? Muito pouco afinal, e a minha ferida, a minha dor, a minha ansia de qualquer coisa está lá na mesma...Talvez a unica coisa que tenha mudado tenha sido a maior consciência que tenho de como ...afinal nada muda e que eu não sei nada...mas também tenho CONSCIÊNCIA de que a Natureza humana é composta desta amálgama de sentires e contradições, de estados opostos, de sentimentos vorazes ou caóticos ou sublimes, assim como de ideias e por vezes visões de infernos e paraisos... e que todos e todas somos maus e bons à vez...
E claro, tive muitas experiências misticas e continuo a ter acesso a estados alterados...que como diz o autor faz-nos sentir superar a fragmentação usual da mente e do copro e do espírito - ficamos coesas unidas, integras, sim, mas ...e depois? Podemos fugir a esta realidade que nos oprime ou fascina? Ah sim, a meditação atenua e acalma o nosso ser terreno - e ficamos à espera dos deuses...desses estados...vamos a uma consulta de cientologia ou a uma sessão de Reiki...ou meditamos sentadas...e a luz de dentro vem...mas tal como nos dizem coisas tão belas os seres doutras dimensões e planos ou os anjos...para quem acredita, serão essas coisas parte da nossa humanidade de 3ª dimensão? E se estamos cá  nesta dita  3ª será para experimentar o que se passa na 4ª ou na 5ª dimensão e ser como os de Sirius ou as Pleiades? Bolas...há aqui algo que não entendo e até me dizem que eu escolhi vir para esta ...e então onde está a minha experiência da 3ª dimensão?
Onde está a minha realidade na Terra? Onde está a Consciência de Ser humano e não dos seres de Arturus ou do Asthar Sheran...
Bom, eu não nego nada,  como sabem...apenas pergunto...e perguntar não ofende...
rlp


*Stanislav Grof, Spiritual Emergencies: Understanding and Treatment of Psychospiritual Crises

Nota á margem:

Estava a falar só para mulheres num grupo e portanto no feminino e agora que estou a publicar para ambos os sexos não me apetece trocar isto e por no masculino...aguentem-se com a sensação de exclusão os homens porque nós convivemos com isso há muito tempo...

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