O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, agosto 10, 2015

O nosso tempo é novo, e o nosso trabalho também...


O NOSSO TRABALHO É NOVO...

A Bruxa afinal não é mais do que a mulher em pleno poder da sua intuição e consciência, do seu poder interior ligada às forças da natureza e do cosmos.
Aquilo que a igreja, os padres e toda a cultura patriarcal difundiram, nomeadamente nos contos de fadas e outros mitos e lendas, que eles deturparam, retratam a bruxa e a feiticeira como uma mulher feia e má que comia criancinhas.
Era a figura com que se assustava os meninos que não queriam comer, e para os mais adultos, a mulher que copulava com o diabo, que cometia pecados tremendos e atrocidades tais que os inquisidores não tiveram outro remédio senão as mandar para as fogueiras…
Esta é a história católica, e quanto às bruxas e às videntes do nosso tempo, de que as vizinhas e as comadres ainda há pouco anos falavam, nas aldeias e mesmo nas cidades, eram pobres mulheres ignorantes, sempre ridicularizadas, que faziam mezinhas para os maridos das consulentes abandonarem as amantes ou voltarem para casa, e prediziam outras tantas separações e desgostos de amor, e liam o futuro nas cartas, e a ideia generalizada era de que tudo isso não passava de mentiras e superstições…praticadas por mulheres pobres para gente ignorante…e de quem os intelectuais, os burgueses ou as pessoas sérias se riam, mas que acabavam muitas vezes por consultar às escondidas…
Ou então, no seu oposto, temos na América o Halloween, dia em que toda a gente brinca com abóboras, e se veste de bruxa, até crianças, como se fosse uma espécie de Carnaval…
Precisamos restituir à Mulher Bruxa, ou à Mulher Feiticeira, a ideia da sua grandeza e da sua beleza: fazê-la sentir o orgulho de ser representante da deusa.
E não há curas por si só, nem terapias, nem mezinhas, senão for a própria Mulher a querer de novo caminhar descalça (sem ideias) sobre a Terra Mãe...e não vestir-se de deusa...mas despir-se de todos os conceitos que a aprisionam ao passado!
O Caminho da Deusa não é outro senão o Caminho da Mulher dentro de si, é a voz do Útero, é o caminho da união das duas mulheres dentro de cada mulher, é o caminho de uma Consciência Maior, o caminho do Coração que bate e é inteligente e... não há outro Caminho...
O Caminho da Mulher não é de nenhum Mestre!
De nada nos serve andar a discutir ideias velhas e novas nem belos textos sagrados ou profanos, nem as faces da deusa...
Nada serve de nada se cada mulher não andar pelo seu próprio pé...
E a mulher que quiser encontrar-se consigo mesma, tem de esquecer os outros caminhos - os caminhos do passado e o caminho dos homens e mestres - e tudo o que aprendeu ao inverso e contra ela, para poder encher o copo, o vaso, o Graal da sua memória, do seu sangue vivificante, a sua voz interna e uterina ...e não vir com o copo cheio...de razões e de ideias em nome dos homens...da sociedade...Basta de ideias e confusões...Vamos parar com estas querelas...ou pareceres e divergências.
O caminho da MULHER não é do intelecto nem da razão...mas do SENTIR, do SER, da SÍNTESE...
O Caminho irreversível do Amor...e é o Amor que tudo ama, que tudo cura, e sem ele...tudo é vão e estéril...
O caminho da Deusa é doce e implacável...e por isso impecável...ele não permite mistificações nem simulações...nem fraudes...
Ele exige o total DOM de si...
Estas máscaras não caiem com meditações intensas, posições dolorosas nem em workshops fins de semana, em seminários de mentalização e decorando os Vedas, ou o Curso de Milagres...
Estas máscaras caem com muito trabalho interior, ao nível da psique e na integração da Sombra...na luta de contrários, integrando-os e não na fuga para mundos inventados, a oriente e narrados por sábios de outras eras...
O nosso tempo é novo, e o nosso trabalho também...
É ir ao fundo das nossas células e tirar de lá toda essa mentira secular de bondades e castidades, ou de amor incondicional...E a coragem de nos olharmos no fundo, e não termos medo dos nossos abismos, medo dos males de que nos acusaram...é o que nos liberta, e leva a essa sinceridade feita de coragem...começa sempre por nos mesmas...
É
 um processo individual, solitário, doloroso , nada fácil!

Esse trabalho é a OBRA de um Vida, é a própria VIDA vivida a partir de dentro e em consciência, é a vida de todos os dias, sem precisar de pagar nem de ler a cartilha de nenhum mestre/a ou iluminado/a.
Porque o Teu Mestre, a Tua Mestra, és Tu mesmo/a num plano superior.

Rosa Leonor Pedro
rpublicando

1 comentário:

Ná M. disse...

Lindo , lindo, lindo ! É o MEU caminho !