O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, outubro 20, 2014

AS MELISSAS

 
 
A Mestra apicultora sabe que tudo nasce da mulher.

Aquilo que para ti é o universo é para nós a yoni-verso; a própria criação é um canto da yoni. O macho nunca deu nascimento a nada. Ele é talvez a semente da concepção, mas sem a receptividade e a criatividade da fêmea, não pode haver nenhum nascimento. Nós vemos portanto a Grande yoni como o Vazio, como o ancestral eterno que esconde nele a ancestral avó e o avô, e vemos nisso a origem mesmo dos ensinamentos sobre a sexualidade alquímica, segundo os quais a nossa Terra se manifesta como o centro sexual do nosso universo. Consequentemente no Grande Vazio existe algo no interior do nada, esse coração da luz pura, energia na forma mental, de onde emana o sopro, o inspirar e o expirar, a inclusão para lá das grandes avós, a fêmea, o ovo, o elemento receptivo e criativo. E depois a expiração, a explosão, o elemento activo, a ancestralidade vive-se ela mesma nesses dois aspectos e fazem amor; é assim que ele se cria a si mesmo em todas as formas e em todas as coisas. É a yoni-verso, no seio da qual nós existimos, e neste contexto que eu gostaria que tu compreendesses o que se segue. É tempo para ti de substituíres as teorias não confirmadas, as falsas noções e as opiniões abstractas por uma consciência com inúmeras ligações que unem todos os elementos no ritmo da tua vida. Feito isto, tu poderás descobrir o que nós sabemos e vemos.  

A Abelha Rainha continua

Para a grande maioria das pessoas no Ocidente, a yone evoca apenas o pecado, a vergonha e as parras da vinha! Não é um receptáculo passivo, porque ela possui a sua inteligência própria, e o trabalho realizado graças a esta inteligência é o pivô central da nossa obra. Nunca religião alguma foi boa para as mulheres; para nós, elas representam todas, séculos de opressão. As mulheres que seguem a Via do Pólen assumem plenamente o seu poder. Elas não exercem o poder como o fazem numerosas mulheres hoje em dia, que procurando reconquistar o poder que lhes foi tirado, elas acabam quase sempre por imitar os homens. O Sol e a Terra porém não estão em competição; são apenas contrários. Olha para a natureza: nós vemos que a oposição engendra um todo mais vasto, que é a harmonia. A competição destrói. As Melissas não estão em competição com os homens; elas antes compreendem que o seu poder como mulheres significa que elas podem ser sensuais, sexys, apaixonadas, até mesmo desavergonhadas, e que isso não as torna objectos sexuais para ti nem para qualquer homem seja ele quem for. Com efeito é o seu poder que dá nascimento a todas as coisas: a sexualidade, a emoção, o espírito e o corpo. O nosso tesouro encontra-se na Colmeia dos nossos conhecimentos, porque nós somos as que colhemos o mel do espírito.

A Mestra apicultora sabe que as Melissas podem ser reagrupadas em duas categorias distintas, em dois principais tipos de pessoas atraídas por este trabalho: as mulheres do tipo maternal e as do tipo magnético. Cada uma das minhas filhas, das minhas Melissas, tem a diferentes níveis disposições diversas em relação a uma ou a outra destas duas tendências. Se uma delas é puramente do tipo maternal, ela não terá outra aspiração que não seja ser fecundada cada ano. A proteger as suas crias e a corresponder às suas necessidades, quer se trate de um ritual, de um sonho sagrado ou, evidentemente, de uma criança. Se ela for do tipo magnética, e se é fiel à lei da sua natureza, não se recusará a ninguém que lhe faça apelo em nome da tradição. Chamada pelos poderes da feminilidade que ela encarna, ela é por natureza sem raízes, solitária e livre nos seus movimentos, e, se ela é fiel a si mesma, assim será com um outro, para além da comunicação eterna com a Colmeia…”

(…)

In La Voie chamanique de l’ abeille – (A Via xamânica das Abelhas (Trecho traduzido por mim, rlp)) de  Simon Buxton

 

2 comentários:

Vânia disse...

Este é outro tema q me farto d procurar e nada encontro. Em tempos tive um link q me sugeriste q ate adicionei aos favoritos. recordas? um assim com longos textos, quero adicionar novamente.

Ná M. disse...

Maravilhosooooooo ❤❤❤❤ como as abelhinhas e todos nossos lindos animais