O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, junho 08, 2014

Aquele dia tinha um ar de algo a ser desvelado..



O BEIJO ESTANCADO NO AR


"O quanto de maravilhoso elas me ensinaram na relação Natureza-Terra-Humanidade! Estávamos ali naquele santuário guaratibano, em mar aberto, uma verdadeira biodiversidade. O ar puro, o cheiro do peixe assado, do camarão, dos frutos do mar, um ar quase sagrado. Era um feriado de sol fresco, tão fresco que o vento batia à minha pele e eu sentia a leveza do ser e o prazer de estar ali, próximo ao balneário. Ao lado só via as copas das árvores, à frente a ...estrada que conduzia ao desconhecido; ao lado, o manguezal ainda intacto cheinho de caranguejinhos caminhando; acima, o sol paradisíaco e um céu azul formoso anunciando um “mistério”. Aquele dia tinha um ar de algo a ser desvelado, ou algo a ser anunciado.
Comemos, bebemos, rimos das histórias contadas ao fulgor do êxtase de cada um. Ríamos como crianças, sem nenhuma responsabilidade. Mas algo havia no ar. O prenúncio do futuro. O prenúncio dos sentidos. Algo inquietante fora da normalidade de meus dias tão meditativos, tão atropelados pelo volume de trabalho, rotinas e responsabilidades. É ridículo relembrar insucessos do passado e é promissor fortalecer o sagrado “Eu” que habita em nós, na sutileza da existência. É ridículo quando se tem o sol pela frente, sofrer a dor do coração. Mas somos humanos. A ascensão à perfeição ainda não aconteceu, portanto lágrimas são permitidas. E como dói o coração! "
(...)
Eliane Potiguara

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