O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, outubro 01, 2013

SOMOS OS OSSOS DA TERRA




AS MULHERES CARREGAM
O PESO DO MUNDO...
 

"-..Lynn, estes ombros carregam o peso do mundo. As mulheres carregam o peso do mundo. (...) As mulheres preocupam-se. Elas querem nutrir a terra para que ela volte a ter saúde, mas elas têm medo de assumir a responsabilidade pelo que são. Elas aprenderam durante toda a vida, que, se forem fortes e poderosas, perderão a beleza e ninguém irá amá-las. É terrível a solidão lá fora com todo mundo desprezando-a porque você ergueu a cabeça acima da multidão, porque você é especial e diferente.

(...) Mas, na velhice, considero o corpo o melhor mestre e Lynn vai descobrir isso. Se você não aprender as suas lições cedo na vida, o corpo e a Mulher-Osso, Aquela que Coleta os Ossos, sempre vencem. O corpo é o nosso último mestre, em certo sentido. O corpo nos obriga a assumir o que nos tornamos e, se somos frágeis, ele torna-se frágil. Assim como se é espiritualmente, se é fisicamente. Se você não se entendeu comigo, a guerreira interior, nasce o guerreiro oculto e o guerreiro oculto é o assassino interior que não se manifesta quando é necessário. Esse é o aspecto mais importante da integridade na velhice. Quando os ossos começam a desintegrar-se é porque você não assume uma posição, não sente ter nenhum apoio e, estruturalmente, sua vida começa a desintegrar-se, talvez por achar que você já não   seja necessária à sociedade. Mas, se você não for mais necessária, crie um espaço para si mesma. Há muitas coisas que podemos fazer na velhice. Somos necessárias. Os velhos sábios são mais necessários na velhice do que nunca. A sociedade precisa reaprender isso. Então, você tem sabedoria, você viveu, percorreu o caminho e pode mostrá-lo aos mais jovens, homens e mulheres.
Você sabe o que vai curar a terra, disse Agnes. De maneira que, estruturalmente, se seus ossos estão a dizer-lhe que você precisa prestar atenção à sua estrutura e à maneira como ordenou sua vida, então faça-o.
 (...)
Compreendi que, em certo sentido, a deusa é o nosso corpo.

Faça da Mulher-Osso uma aliada, disse Agnes. Ela é a protectora de seus ossos. Fale directamente com ela. Faça uma cerimónia para ela. Acenda-lhe uma vela. Penetre com sua consciência no interior de seus ossos e reverencie-os por terem-na sustentado todos esses anos. Seu corpo é o de todos o melhor mestre e, quando assumimos a espiritualidade como o verdadeiro caminho de nossa vida, tendemos a desprezar o corpo como se não fosse nada. Ao atravessarmos o limiar da menopausa, ele é um dos primeiros mestres que deveríamos reconhecer e ouvir, a grande lição de que o corpo e os ossos são realmente os ossos da guerreira, os ossos da terra."

 In A Mulher no Limiar de Dois Mundos,
Lynn V. Andrews

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