O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, janeiro 23, 2013

Entrevista Joumana Haddad | Revista O Grito!


O que você pensa des­tas mulhe­res que, em pleno século 21, esco­lhem ser “mulhe­res obje­tos” e sim­ples sím­bo­los sexu­ais?

Para mim elas não são dife­ren­tes das mulhe­res que usam a burca e dizem que é esco­lha delas. Elas acei­tam ser sub­mis­sas aos valo­res de um sis­tema patri­ar­cal que quer eliminá-las e falta res­peito à sua iden­ti­dade femi­nina. São as duas faces da mesma moeda, a da falta de dignidade.

Entrevista Joumana Haddad | Revista O Grito!*
(*ver na íntegra)

(...)
Você tem von­tade de tam­bém atin­gir o público mas­cu­lino e fazer com que ele mude sua visão das mulhe­res?

Claro, pois eu acre­dito em uma mudança que só é pos­sí­vel em con­junto, com plena cum­pli­ci­dade entre homens e mulhe­res. Não deve exis­tir separatismos.

Na sua opi­nião, a mulher árabe tem mesmo von­tade de mudar ou ela está aco­mo­dada no seu papel de mulher sub­missa e repri­mida?

Existem os dois mode­los, infe­liz­mente. Claro que tem as mulhe­res que são como eu e que lutam para as coi­sas muda­rem, mas tam­bém tem as que são cúm­pli­ces con­tra elas mes­mas e que estão envol­vi­das no jogo da auto vitimização.

Você defende a mulher libe­ral e inde­pen­dente, mas tam­bém a femi­ni­li­dade. Como você lida com isso no dia a dia?

Não acei­tando a chan­ta­gem que ten­tam fazer comigo no coti­di­ano. Também não acei­tando esco­lher entre minha inte­li­gên­cia e meu corpo, entre minha força e minha feminilidade.

O que você pensa des­tas mulhe­res que, em pleno século 21, esco­lhem ser “mulhe­res obje­tos” e sim­ples sím­bo­los sexu­ais?

Para mim elas não são dife­ren­tes das mulhe­res que usam a burca e dizem que é esco­lha delas. Elas acei­tam ser sub­mis­sas aos valo­res de um sis­tema patri­ar­cal que quer eliminá-las e falta res­peito à sua iden­ti­dade femi­nina. São as duas faces da mesma moeda, a da falta de dignidade.

Qual é sua rela­ção com o Líbano e a cul­tura liba­nesa?

Tenho uma rela­ção um tanto pro­ble­má­tica com meu país natal, pois só vi dele, desde de minha infân­cia, vio­lên­cia, guerra, morte e medo. Me per­gun­tam mui­tas vezes por que eu não me mudo para outro lugar. Na ver­dade o motivo da minha insis­tên­cia em viver aqui não resulta das coi­sas que me agra­dam, mas daque­las que não me agra­dam e que eu gos­ta­ria de con­tri­buir para mudar. Me fal­ta­ria cre­di­bi­li­dade se eu cri­ti­casse de fora.
(...)

 

3 comentários:

Soror E.T disse...

Realmente não há grande diferença entre a opressão da mulher no oriente e ocidente.
Fátima Mernissi tematizou isto muito bem em suas obras.

rosaleonor disse...

Nunca li nada dessa autora, fale-me de um livro dela que tenha gostado...

beijinho

rleonor

Soror E.T disse...

Li Sonhos Proibidos, porém aqui no Brasil é meio difícil de conseguir suas obras.
Acho interessante a comparação que ela faz entre a condição feminina do ocidente e oriente, fala sobre o harém, muito interessante. Uma mulher admirável.