O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, janeiro 31, 2013

DE ONDE NASCEM OS NOSSOS MEDOS...


 
O Principezinho e a Serpente…
De vez em quando vejo num canal televisivo onde estão a passar uma série de desenhos animados do Principezinho...e a Sua Rosa...E ele vai de planeta em planeta escrevendo à Sua cativa rosa com a sua raposa igualmente cativa todas as suas aventuras. Em todos os planetas em que ele vai há sempre terríveis dramas e problemas muito graves que ele ajuda a resolver...e entre todas as peripécias da aventura do bem e do mal em que ele é o Heróis incontornável, adivinhem quem é a Grande Inimiga, a grande malvada da série, a pérfida e intriguista, a sórdida e bestial inimiga de tão maravilhosa personagem como é para todas nós "O Principezinho" e a sua moral representante da nossa "criança"?

Adivinham ou não adivinham?

POIS A INIMIGA NÚMERO UM DO PRINCIPEZINHO, (aquele menino doce e lindo e louro) a grande causadora de todos os males em todos os planetas...
E são milhões de crianças no mundo que verão essa série, meninas e meninos de tenra idade A AMAR O PRINCIPESINHO E A SUA BONDADE e que vão eles aprender e sentir senão esse medo visceral e o ódio incontido pela GRANDE SERPENTE?
E esta é uma história actual difundida largamente para crianças de todo o mundo.
Como acham que essas crianças quando crescerem vão olhar para uma serpente?

Não se passou com todas/os nós em geral  a mesma coisa quando eramos crianças e adolescentes...esse medo das SERPENTES  e a ideia de mal associado a elas e à mulher como uma sua aliada...Esse medo passou através de gerações e gerações de forma subtil, inconscientemente ou de forma deliberada ...
E que mais podemos nós  mulheres agora fazer senão reaprender tudo e estar bem alerta a essa perseguição da Serpente e da Mulher? E resgatar um novo sentido da vida natural e instintiva...da terra e dos animais...no fundo resgatar o mundo ctónico e a nossa ligação a Terra Mãe...
É que a Grande Serpente é o símbolo da nossa origem remota, da nossa natureza ctónica e das forças telúricas e da terra e é ela que nos liga ao céu...

Pensem e vejam a relação que há entre o catolicismo e toda a acultura patriarcal que coloca há milénios a mulher como o mal ao lado da serpente e como ela a enganou e tentou etc. e depois a mulher ser a culpada da Queda do mundo e da saída do PARAÍSO...etc. e como esta historinha para crianças em pleno sec. XXI faz o mesmo...e tantas outras tal como os filmes de caça as Bruxas, mulheres perversas e más...e assim é a própria feminilidade e a mulher a ela associada que sofre igualmente do efeito desse medo e desse ódio que vem da criança ao  homem...por isso matar uma serpente (ou um gato) e ter medo dela é quase o mesmo do que o medo inconsciente que têm da MULHER profunda e ctónica. NO fundo é esse medo ancestral e profundo, inconsciente, que domina o homem comum  e que o leva  à continua violência doméstica e agressão social à mulher ou mesmo a violar  e matar mulheres...porque elas são sempre as culpadas da sua infelicidade, infortúnio ou falta de amor... etc.
PENSEM BEM NISTO...

 rlp

1 comentário:

Soror E.T disse...

qdo criança a "bola da vez" eram os gatos.

Nos infortúnios as mulheres podem ser responsáveis, porém em momentos de glória, nunca.