O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sábado, maio 12, 2012

A mão sobre o peito segura as lágrimas.




HA UMA MULHER QUE CHORA...

Há uma mulher que chora dentro do vestido da terra.
Uma mulher nuvem que se dissipa e morre tocada de ausência.
Uma mulher que semeia na terra o nome do que sem nome brota.
A mão sobre o peito segura as lágrimas.
Porque as lágrimas têm um caminho que não se confina na terra nem no azul do vestido do céu.

No jardim onde as almas se sentam no banco de pedra da sua mesma morte corre um rio sem tempo agarrado aos torrões da luz.
O corpo é uma lembrança fugidia e a realidade é um traço de vento no caderno das liliputianas palavras.


maria sarmento

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