O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, março 12, 2012

O QUE ESPERAMOS NÓS DO OUTRO/a?

GESTO MÁGICO

"Certa pessoa comporta-se como quer que o objeto se comporte, movida pela expetativa mágica de que a vista deste gesto forcará o objeto a imitá-lo. Na realidade, o gesto mágico não é antecipação do que o objeto vai fazer, e sim do que a pessoa deseja que o objeto faça. Claro, portanto, que o gesto mágico difere da “empatia” objetiva, a qual consiste em identificação temporária com um objeto para o fim de antecipar aquilo que o objeto vai fazer.


Por forma análoga consiste a empatia, em dois atos: a) identificação com a outra pessoa e b) consciencialização dos sentimentos próprios após a identificação; daí, consciencialização dos sentimentos do objeto."

Otto Fenichel Teoria Psicanalítica das Neuroses Edições Atheneu


Empatia versus gesto mágico, que segundo Fenichel é um conceito de Theodor Reik, filósofo e psicanalista, e que me parece útil para retratar aquelas situações em que por razões diversas como ignorância, insensibilidade, não nos preocupamos em saber o que o outro pensa e sente (e se somos capazes de realizarmos o que pretendemos), e mesmo assim, julgamos que basta um gesto (intervenção sem qualidade), para que ele se comporte como desejamos.

Embora utilizado como estratégia de educação infantil, o verdadeiro gesto mágico pode ser entendido como forma de acalmar consciências, ou então como forma de manipulação, e é inerente aos inúmeros acontecimentos da nossa vida pessoal, profissional e política.

2 comentários:

Anónimo disse...

gostei desta ideia: se faz com a esperança que o outro faça...

rosaleonor disse...

...
verdade...

rl