O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, novembro 29, 2011

A MULHER NO MUNDO - UMA REALIDADE ESCAMOTEADA


UM TESTEMUNHO LUCIDO...

- Rosa, como esse meu comentário não coube na janela de comentários do teu blog, resolvi publicá-lo aqui, fiz tal comentário para teu belo post "O êxtase e o sexo"? Ei-lo:

Olha, respeito com toda a certeza a opinião de sua amiga brasileira minha cara Eleonor, contudo também sou brasileiro, e pelo que acontece ainda com as novas gerações de mulheres brasileiras a coisa não mudou muito para melhor como ela apregoa. O Brasil pode ser um país onde há mulheres sensuais em maior numero e com “uma certa liberdade sexual” a mais se formos comparar com Portugal, se bem que acho as mulheres portuguesas maravilhosas também, afinal cada mulher tem o seu tipo de beleza e sensualidade diferente, no entanto apreciáveis. Agora, porque coloquei uma certa liberdade sexual entre parênteses, e isso é simples de explicar. O motivo é que tal liberdade é muitas vezes apoiada na velha hipocrisia dessa nossa judaica- cristã- sociedade- católica e protestante brasileira em que vivemos. Aqui as novas mulheres da nova geração de brasileiras não tem a divisão em suas almas, onde coisas ou regras determinam se elas são santas ou pecadoras, Evas ou Liliths? Não tem? Isso aqui hoje em dia não existe? Por favor, poupem-me, não me façam rir para não chorar. Aqui no Brasil isso esta bem marcado na alma, mente e corpo da mulher tupiniquim. Aqui se a mulher não obedecer às regras impostas pela Igreja cristã seja ela católica ou evangélica, se ela não pensar ou se comportar como toda essa sociedade masculinizada e patriarcal brasileira espera dela, essa mesma mulher é taxada de puta, vadia, imprestável e outros adjetivos nada elogiáveis. É aquilo, se reza pela nossa cartilha é santa, agora se não reza é puta mesmo. Aqui todos os dias não é uma só, mas um numero exorbitante de mulheres é morta por maridos, noivos e namorados que inconformados pelo término do relacionamento amoroso por parte da mulher, as matam violentamente com requintes da mais pura crueldade, perversidade e maldade humanas. Os jornais impressos e televisivos diários do meu país não me deixam mentir. Nas regiões mais miseráveis do norte-nordeste do Brasil pais e mães ainda vendem suas filhas a desconhecidos como puro objeto sexual. Haja vista que a cidade de Fortaleza foi escolhida como a capital mundial da prostituição infantil, onde as meninas menores de idade são as que mais sofrem com isso. Temos mulheres que são empresárias, presidentes, chefes de departamento em grandes empresas em nosso país? Sim, lógico que temos. Agora, não podemos ignorar que em alguns estados e cidades do Brasil, mesmo a mulher desempenhando os mesmos cargos importantes que nós homens desempenhamos, elas ainda recebem uma remuneração salarial inferior a nossa. Voltando a falar de violência doméstica, temos vigorando em nosso país a lei ‘Maria da Penha”, esse nome foi dado a essa lei de proteção a mulher em casos de violência sofrida por parte do homem, porque Maria da Penha, uma brasileira, apanhou tanto do seu marido que ficou paraplégica, isto é, precisou acontecer isso para que esta sociedade de porcos chauvinistas a qual tenho a infeliz sorte de pertencer, tomasse consciência que a mulher que habita na nossa terra precisava de alguma proteção contra a estupidez e maldade masculina. No entanto, a cultura de que ela sempre esta errada e que ela é muitas vezes a culpada pelo homem agir deste modo, e ainda porque o homem que a agrediu é o pai dos seus filhos, faze com que a mulher brasileira não denuncie o seu agressor gerando com isso a famosa impunidade de quem bate, espanca e tortura física e psicologicamente assim como emocionalmente a sua companheira do dia a dia. Isso é uma cultura maléfica que esta arraigada na alma feminina ainda em nossos dias, isto é, temos uma lei que diz proteger a mulher, mas por causa desta cultura de que a mulher mesmo agredida violentamente deve sempre compreender e proteger o seu agressor, a saber, o seu homem, faz com que tal lei se torne inútil, pois sem denuncia como pode haver punição para tais agressores? Não ignoro em absoluto que a mulher do século.

Elton Anjos das Letras

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