O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, novembro 02, 2011

Hécate Preside a Momentos de Verdade


Hécate como Feiticeira Temida
As mulheres temem ser chamadas de bruxas por razões históricas de peso. A Inquisição foi criada em 1252 pelo papa Inocêncio IV e a tortura prosseguiu durante cinco séculos e meio até ser abolida pelo papa Pio VII em 1816. Entre 1560 e 1760 a perseguição de mulheres por bruxaria atingiu o seu auge. É chamado a este tempo o “holocausto das mulheres”. Estima-se entre cem mil e oito milhões o n.º de mulheres condenadas á morte na fogueira.

As mulheres mais temidas ou respeitadas foram as mais perseguidas. Entre as primeiras a serem queimadas, incluíam-se as parteiras e as curandeiras, as velhas que facilitavam o trabalho de parto e ajudavam as mulheres a darem á luz, que conheciam as ervas medicinais e cujos poderes provinham da observação e da experiencia. As mulheres com autoridade e experiencia ou conhecimentos, as mulheres excêntricas ou as mulheres com posses, normalmente viúvas também eram denunciadas, sujeitas a tortura e condenadas. Qualquer mulher idosa corria riscos, para sobreviverem, era preciso que não dessem nas vistas nem se distinguissem. Só as mulheres idosas invisíveis permaneciam vivas.

Um dos motivos pra acusações de bruxaria era a ganância, ficar com os bens das bruxas ou verem-se livres da competição. Os acusadores das parteiras, por exemplo, eram médicos. As viúvas com algumas posses cobiçadas por outras pessoas eram alvo de denúncia. Havia avareza por parte da inquisição. Considerava-se que os bens de uma mulher que tivesse sido denunciada como bruxa e queimada serviam para custear o seu encarceramento, tortura e até a morte na fogueira.

As mulheres do campo queimadas na fogueira por bruxaria eram cristãs de nome, mas se celebrassem os solstícios de Verão e de Inverno e os Equinócios da Primavera e do Outono, se plantassem d acordo com as fases da Lua, se fossem capazes de prever o frio que faria no Inverno, com base no comportamento dos animais e se tivessem conhecimentos superiores aos dos membros do clero, tornavam-se aos olhos da igreja, personificações do diabo.
Tudo isto devido aos seus preparados de ervas medicinais e ao seu conhecimento dos ciclos das estações e das fases da Lua, oriundo da antiga religião do culto da Deusa.
As vassouras eram associadas ás bruxas devido á sua utilização em rituais pagãos de casamento e de nascimento. Em Roma, a vassoura simbolizava a sacerdotisa-parteira Hécate, que varria a soleira da porta para afastar os espíritos maus que podiam fazer mal á criança.


Hécate Preside a Momentos de Verdade


Procurar a verdade em vez de permanecer na ignorância ou na negação ou dizer a verdade em vez de calar são decisões cruciais, de encruzilhada.
Sempre que diz a verdade a outra pessoa, sobretudo se a verdade abala uma premissa, esse momento, torna-se numa encruzilhada. Do mesmo modo, sempre que procura a verdade, Hécate é a sabedoria interior que a preparar para ouvir.
Por vezes pode sentir-se inesperadamente na encruzilhada da Hécate, quando alguém está a dizer ou a fazer algo que a porá numa situação difícil. Pode ser um momento de falar em público ou uma situação em que “calar é consentir”, talvez perceba por si que se trata de um momento de verdade que lhe exige que faça o que sabe ser difícil, mas verdadeiro para sí.
Além do efeito que pode ter sobre a própria situação, estes momentos moldam a alma.
Por vezes, quando sabe que o que está prestes a fazer parece “herético”, surge um temor irracional, uma reacção emotiva que parece antecipar o grito “Bruxas á fogueira!” Trata-se de um medo transpessoal existente na psique das mulheres, um terror de serem rotuladas de bruxas e perseguidas.
Sentir este medo e ainda assim fazer o que tem de ser feito, exige coragem. Tendo em conta as repercussões no campo da energia colectiva feminina, quanto mais mulheres enfrentarem este medo mais fácil será para outras.

 in As Deusas em cada Mulher, a Deusa Interior, de Jean Shinoda Bolen, Planeta Editora.

1 comentário:

Anónimo disse...

Oi meu nome é Lumina eu estudo Hécate a alguns anos e quero saber se alguém tem informação de como Hécate se expressa na personalidade feminina.
Se sim, enviem por favor e-mail para francharmed@hotmail.com.

Desde já agradeço.

Lumina