O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, julho 26, 2011



AS VEZES, A TRAVESSIA DO DESERTO...

No tempo do deserto tudo é imensamente lento... é o tempo da alma. É o tempo em que nos aproximamos do nosso outro eu, da essência, daquela que viveu noutros espaços que faz parte de nós, que não está aqui aqui, mas que sentimos próxima....
É o tempo em que captamos os sonhos. O deserto aparece nesse espaço em que ainda não sabemos o que é, mas sabemos que existe.... é o espaço do pressentir....por isso a inquietação, a má lua, a saudade...
O tempo do deserto é o tempo do ser feminino, que acolhe o universo em si. É também o espaço da sede e da busca do oásis e por vezes das miragens.....mas esta só se sacia quando o pressentir se transforma em sentir consciente, quando a inquietação dá lugar ao sentido, à imagem, à ideia, ao conceito... Assim é o tempo do ser mulher; Um tempo que passa por desertos e oásis.

ANA VIEIRA

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