O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, outubro 11, 2010

DOS ANOS 70 ATÉ HOJE...


A EXPERIÊNCIA DE UMA MULHER EM BUSCA DA DEUSA...

“Sou filha, mãe, irmã, amante, sacerdotisa, mestra, escritora, artista, pesquisadora, musicista, taróloga, runóloga, artesã, ritualista, curadora e mutante. Sou uma mulher selvagem e aquática, poetisa mística e mágica, feiticeira feminista, lésbica e tecelã de mitos e canções. Sou uma mãe fundadora do movimento da espiritualidade feminina americana, uma das pioneiras que promoveram a actual revolução da Deusa.

Recebi o chamado da Deusa nos idos de 70, quando estava começando o movimento do Seu retorno. Senti que a Consciência da Deusa iria abranger o planeta, pois era a única solução aos problemas mundiais e que as mulheres iam ser as Suas emissárias. Ainda sinto isso, mas não sei quanto tempo o processo irá levar, nem as dificuldades que deverá superar.

Naquele longínquo começo encontrei e trabalhei com muitas mulheres, que, assim como eu, estavam despertando para a Deusa, sentindo amor pela Mãe Terra, por si e entre si. Foi uma lua-de-mel extática, mas poucas de nós estavam preparadas para as batalhas e lutas que iriam seguir. Na minha área (montanhas de Santa Cruz) eu era a única mulher que oferecia grupos de estudos e rituais para celebrar a Deusa. Nos meados da década de 70, descobri que havia outras mulheres fazendo o mesmo trabalho, como por exemplo Z. Budapest começando o movimento feminista em Los Angeles, Ruth e Jean Mountaingrove em Oregon publicando a revista Womanspirit que durante décadas foi o mais importante elo da trama feminina.
Enquanto o sistema patriarcal ensina competir e dominar a Terra, as mulheres dedicadas à Deusa buscam repartir e preservar a abundância dos recursos naturais. Os padrões masculinos e bélicos, incutidos no inconsciente feminino e alimentados por medos atávicos, contribuíram para cisões e divergências no movimento feminista.

Mas a espiritualidade feminina sobreviveu aos ventos contrários e agora está florescendo em toda parte, com centenas de livros e revistas com orientação feminista, círculos, rituais e festivais no mundo todo, estudos universitários, produtos e terapias. “A Deusa está viva e sua magia se espalha sobre a Terra”, antigo lema das pioneiras está se tornando a realidade que compensa os esforços e sacrifícios das iniciadoras.

Mas, nesta era de sucessos e expansão, o nosso movimento enfrenta outros desafios: como vender produtos e imagens da Deusa sem nos vender, como criar e manter uma base cooperativa em lugar da competição, como formar alianças e acordos sem criar dogmas e embates, como ter certeza de que a Tradição da Deusa está nutrindo as mulheres e não correndo o perigo de se tornar outro meio de opressão? Tenho certeza de que um movimento leal à Deusa deva resistir ao dogmatismo, rigidez e conformismo. Mas enquanto a Donzela ama a liberdade, a Mãe cria formas estáveis e duradouras e a Anciã ensina verdades eternas e sempre presentes. As premissas para a continuação e expansão deste processo do qual fiz parte, são a sacralidade da vida e a reverência da divindade feminina, o movimento circular e o poder compartilhado, o respeito à Mãe Terra e a conscientização dos seus filhos sobre a imanência e eterna presença da Deusa em todos os seres e níveis de criação”.

Shekinah Mountainwater - IN “Ariadne’s Thread”

Copiado de: http://sagrado-feminino.blogspot.com/

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