O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, julho 09, 2009

A FARSA DO EU...


"A farsa de termos já um "eu’ é o primeiro empecilho para um trabalho profundo sobre nossa realidade. Jogamos uma energia imensa para manter a idéia desse "eu" que é aglomerado e que foi " feito em nós" não "por nós". Esta consciência não pode ser apenas intelectual. Não adianta você ler isso. Você precisa meditar, por muito tempo e atentamente para perceber isso. Todas as escolas trabalham com exercícios para que essa percepção seja possível.

Portanto seguir lendo este trabalho e o compreender indica que você já trabalhou o suficiente para compreender que o que chamamos "eu" é um agregado. Algumas escolas falam de muitos "egos", outras de muitas "personalidades". Personas, máscaras que usamos para nos comunicar com o mundo.

Quem é esse nós que se comunica?
Quem usa as máscaras?

Há uma unidade, algo, alguém? Ou são só fluxos, que focados sob a lente do presente parecem ser algo, parecem ter unidade e existência própria, mas são apenas momentos num fluir constante? Não passe apenas por essas questões, pense nelas, visualize, pare, respire e leia de novo esta página. Todas as escolas tocam nesse ponto. Percebemos o mundo a nossa volta. E quando níveis mais amplos de consciência são atingidos, algo permanece existindo.

A psicologia ocidental em quase sua totalidade só se interessa pelos estados outros de consciência que não o usual quando estes são patológicos, isto é, não integrados no indivíduo. Esquizofrenia, psicoses, neuroses, este é o campo que tais escolas lidam. Escolas como a junguiana e a transpessoal são exceções importantes, que embora de forma tímida, dão os primeiros passos no estudo dos níveis alterados de consciência nos quais ela não se fragmenta ou descompensa, mas se amplia. De uma forma primária ainda chamam tais estados de transe, muitas vezes considerando-os ocorrência fugidias , como acessos que vem e vão.

Mas outras escolas de psicologia mais sofisticadas como a budhista , tanto o ramo Chan e Zen, como o Tibetano, a Taoista, compreendem que existem outros estados de consciência e podemos não apenas incidir neles mas ampliar a tal ponto nossa percepção que um novo mundo se descortina aos nossos olhos, ampliado por podermos perceber mais. Um desses estados é conhecido como o estado de Arhat. Após um trabalho disciplinado o ser passa a interagir de forma mais consciente com o meio e assim ao invés de estados ilusórios passa a perceber o mundo como ele de fato é, com seus fluxos e mutações. Costuma-se dizer que o Arhat vê a essência das coisas e não apenas a superfície. Todo trabalho é realizado em etapas.

Em relação a energia por exemplo, como veremos mais adiante. É importante em primeiro lugar poupar energia, pois precisamos de energia para começar o trabalho sobre nós mesmos. Isto é fundamental, temos de aprender a deixar de gastar energia com hábitos tolos, com posturas existenciais que comprovadamente não levam a nada, só a um esgotamento de nós mesmos.

Em segundo lugar é o momento de recanalizar a energia, reconhecer que os focos nos quais a energia foi anteriormente aplicada eram determinados pelo sistema que nos criou, o qual tem seus próprios fins, bem distantes da autoconsciência e do equilíbrio."

IN http://pistasdocaminho.blogspot.com/

4 comentários:

Anna Geralda Vervloet Paim disse...

Oi Rosa,deixo aqui uma indicação para leitura

http://wwwjaneladaalma.blogspot.com/2009/07/trechos-de-uma-entrevista-com-o-diabo.html

o texto integral está citado no final da postagem

abraços

Paula Marinho disse...

Minha querida, saudades de si...

Que sincronicidade interessante ler esses escritos em seu blog qdo eu mesma estou a me observar em meus egos e a me descobrir (como sempre) num eterno "Só sei que nada sei"...
Grande abraço minha amiga.
PAZ!

rosaleonor disse...

Já li o texto e achei-o muito interessante...e diabólico, no bom sentido...

rleonor

rosaleonor disse...

Saudades minhas também Paula!
mas isso é que é consciência e saber...que nada sabemos. quando chegamos aí é que verdadeiramente começamos a chegar ao princípio do caminho...e ao nosso centro que no nosso coração e não no umbigo...

um grande abraço minha amiga

rleonor