O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, abril 16, 2009

...dança meu coração...

SAMSARA


Você confunde a dor de que eu falo com o sofrimento comum...
Não falo de sofrer dores banais...de dores físicas ou de dores emocionais...falo de um acto da natureza interior que é romper uma barreira para chegar mais perto da essência ou mais alto. O lugar onde a dor e o prazer se misturam e dão um fruto que é Conhecimento ÚNICO...

Sei que não ME entende, mas não pense que me oponho à sua via do prazer...você é livre no seu caminho e pode escolher; o que escrevi nada tem a ver consigo pessoalmente, mesmo que lhe quisesse dar uma resposta através do que eu sinto.
Mas não, de facto a mim o prazer em si não me diz nada, nunca disse...POSSO PARECER elitista ou convencida mas a mim só o êxtase ou o nirvana me interessam. Questões de natureza íntima e de alma antiga, que já passou por todos as dores e prazeres deste mundo e que só se contenta com o sublime; com a alegria mais pura que reside na paz do nosso coração.
Sim, nem prazeres nem dores me dizem já nada…

*


(Poema XXXII)

DANÇA, meu coração! Dança hoje com alegria.
Os compassos do amor enchem de música os
dias e as noites, e o mundo escuta
as suas melodias:

Loucas de alegria, a vida e a morte dançam.
Ao ritmo dessa música, dançam as colinas
os mares e a terra. Entre risos e lágrimas,
a humanidade inteira dança.

Para quê vestir o hábito do monge e viver
separado do mundo em orgulhosa solidão?
Vê! O meu coração dança no requinte de uma
centena de artes; e o Criador se compraz.


(Cem Poemas, de Kabir. Poemas selecionados
por Tagore , da Editora Attar *(1989)

3 comentários:

Nana Odara disse...

Tanto faz meu infantil entusiasmo
ou seu antigo cepticismo
o q importa realmente
é caminharmos lado a lado...
e vc, já há muito nessa estrada,
passar pra nós que viemos atrás,
o seu conhecimento
e a sua sabedoria...
mas saiba q é dificil pra mim assimilar
tudo q dizes ou tudo q me ensina
por isso mesmo,
pq eu estou chegando agora...
ainda inexperiente,
imatura,
mas cheia de energia,
de entusiasmo, de vivacidade
com vontade de fazer,
de ver acontecer...
Compreenda meus arroubos
como eu compreendo tbm o seu cansaço...

NEANDERTHAL disse...

será que Rosa Leonor merece este sentido poema de NANA ODARA? Neanderthal tem a resposta.

Anónimo disse...

quem tem a resposta?

se cada um é um mundo e só vê aquilo que quer ou pode...
estamos todos na babel que é o mundo das palavras...

Rleonor