O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, agosto 24, 2008

O PRINCÍPIO CÓSMICO MATERNAL


"O amor materno muitas vezes chega a ser considerado divino, apesar de sabermos que um amor desta categoria não faz distinções. O amor divino é incondicional. Ultrapassa as barreiras de sangue, de raça, de sexo, de país. É algo a ser desenvolvido em todos os seres, quer estejam na veste masculina ou na feminina, pelo aprendizado que os relacionamentos oferecem.
Polarizado em suas crias, o instinto materno é uma força essencial para a geração e preservação da vida física. A mulher inclina-se nessa direção mesmo quando muito bela e admirada, sabendo que durante algum tempo seu corpo perderá o apelo sensual, algo do encanto que prende o macho, assumindo em contrapartida o apelo da vida.
A filosofia esotérica ensina que tudo o que acontece na vida do homem é reflexo do plano divino. Assim, a relação “pai, mãe e filho” que sustenta a vida de um ser humano não é diferente daquela que sustenta o Universo, como filho da união do Espírito com a Matéria. A Trindade Divina - bem clara na teogonia egípcia como “Osíris, Ísis e Hórus” (ou Pai, Mãe e Filho) - está refletida na trindade da família humana.
Hodson, na obra “O Reino dos Deuses”, relata os mecanismos que atuam desde o plano invisível - pelo trabalho de Anjos, Devas e Espíritos da Natureza - para dar forma a todos os modelos programados na Mente Divina. Um desses Anjos é a própria Mãe do Mundo.
Diz Hodson: “O Princípio cósmico maternal está universalmente manifesto, e todos os seus atributos conservadores e reprodutores estão ativos em toda a Natureza. Fisicamente se expressa tanto como polaridade química negativa, quanto como feminilidade de todo o mundo orgânico”, indicando que, desde a formação das substâncias químicas, a dualidade “masculino-feminino” está dando suporte à vida.
“A Mãe do Mundo planetária é concebida em certas escolas de filosofia oculta como uma altamente evoluída Representante e Incorporação Angélica do Aspecto Feminino da Divindade. É também concebida como um Oficial Adepto do Governo Oculto do Mundo, em quem todas as mais elevadas qualidades de feminilidade e maternidade brilham em sua mais completa perfeição”, diz ainda Hodson.
A evolução humana é regida por três instrumentos de consciência: a dor, o conhecimento e o amor. No começo, a dor naturalmente predomina. A criança só conhece a natureza do fogo depois que colocou a mão nele. A dor leva ao conhecimento, este leva à compreensão e finalmente ao amor. Assim acontece também com o próprio caminho do conhecimento. No final, tudo converge para o amor, onde está a essência da Sabedoria.
Como Sabedoria, o Amor nada tem a ver com as preferências e apegos do amor humano. Amando pela essência, ele ama o “um” no Todo e o Todo no “um”. Quanto a ele, nada pode ser subtraído ou acrescentado.
Ramakrishna, santo hindu do século 19, cultuava a Mãe Divina dizendo
“Ó Mãe! Concede-me que eu possa ter uma devoção pura e simples. Aqui está o
pecado, aqui está a virtude; eu os ponho a Teus pés. Oh! Toma-os ambos. Aqui
está o conhecimento, aqui também está a ignorância. Oh! Toma-os ambos e
concede-me que eu possa ter tão só devoção. Aqui está a pureza e aqui também a
impureza; não desejo nenhuma das duas. Aqui há boas obras, aqui há obras más;
todas coloco a Teus pés. Concede-me que eu só tenha devoção e amor por Ti”.
No colo da mãe terrena - refúgio do mais abnegado amor humano - as dores do filho são consoladas. No regaço da Mãe Divina elas são extintas pela libertação que o Amor Universal propicia, como via direta para Deus. "*
*
Texto de Walter Barbosa, membro da SOCIEDADE TEOSÓFICA (brasileira).

2 comentários:

Nana Odara disse...

Mãe é mãe...
Mas nem todas as mães são iguais... e as mães patriarcais sustentam muitas mentiras embaixo do seu altar bolorento...

Anónimo disse...

jÁ UMA VEZ LHE RESPONDI SOBRE ISSO E VOLTEI A FAZÊ-LO...espero que não ache como a luiza que estou a julgar essas mulheres...espero que você me tenha compreendido já melhor. Ver não é julgar...embora o tom pareça acusatório, não o é, é mais o meu estilo...

abraço
rosa leonor