O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, maio 28, 2008

A filosofia do ódio


NO mundo do poder patriarcal dizem que o homem é deus. Iludem-no. Se considerarmos os homens como metade dos habitantes do planeta, a terra seria uma selva de idolatria, divindades, templos e altares. Por incrível que pareça, há homens que caem nessa armadilha com a voracidade dos macacos, consumindo a vida na materialização desta filosofia de loucura. Dizem que o homem é bravo. Brutalizam-no e fazem dela uma besta para a realização dos desejos sociais, inspirando-o a destruir tudo para abrir percursos desconhecidos. Fazem dele um cavaleiro soberbo, errante, solitário, a busca do impossível com as mãos nuas, suor e sangue.
A bravura humana inspira-se na filosofia do ódio.
(…)

O planeta Terra encontra-se envolvido num conflito sem fim. A vida colocou o homem e a mulher como eternos rivais, digladiando-se na arena da vida. Estamos na era atómica, o mundo está quase a desabar. Outro aviso ao criador: se tiver que reconstruir o Éden que todos os seres sejam completos, incluindo a humanidade. Que sejam hermafroditas. Masculino e feminino no mesmo ser, para se atingir a perfeição suprema e com ela a paz por todos nós desejada, sem disputas, nem desilusões, nem desgostos de amor.”

In O SÉTIMO JURAMENTO
PAULINA CHIZIANE (escritora moçambicana)
Da Ed. CAMINHO – uma terra sem amos

2 comentários:

Anónimo disse...

esse trecho escrito pela moçambicana deixa aflorar seu complexo fridiano(na exeção do termo).Afinal já é sabido por todos, já foi experimentado por todos que,a paz só é prazerosa depois da guerra.

rosaleonor disse...

Que imbecilidade de comentário...implícito de racismo e machismo bélico...isso que diz...é sabido pelo macho mas a fêmea não sente assim...mas é inútil falar com gente sem rosto nem nome...

rlp