O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, abril 11, 2008

A Inveja do Mistério da Mulher...

O VÉU DE ISIS
(...)

"Com efeito, o homem primitivo invejava à Mulher o seu mistério, a sua ambiguidade fundamental, o seu poder de dar a vida, o homem moderno porém esqueceu, pela sua educação completamente masculinizada, este desejo metafísico da Mulher Divina.
Esse desejo encontra-se no estado inconsciente em todos os indivíduos.
Os poetas e os artistas os traduzem nas suas obras, os outros nos seus comportamentos aparentemente inexplicáveis ou simplesmente aberrantes como é o caso da imitação fisiológica e do fetichismo do vestuário.
(...)
O padre que oficia nos seus trajes de cerimónia, todos de origem feminina, e o travesti, castrado ou não, obedecem a um mesmo desejo.
Destapar uma ponta do véu , descobrir o famoso véu de Ìsis. **
(...)

As mulheres têm sido alvos de uma das mais sofisticadas e insidiosas conspirações. Milhares de anos de história têm sido reescritos com o objectivo de apagar da memória colectiva o facto de os homens nem sempre terem ocupado os lugares de chefia.
A evidência arqueológica defende a existência de um período de vinte mil anos de história durante o qual homens e mulheres viviam em igualdade, sem o domínio de nenhum sexo sobre o outro. A terra prosperava. As tão apregoadas características femininas da compaixão, educação e não-violência eram partilhadas por homens, mulheres e pelos elementos fundamentais da estrutura social. As mulheres eram veneradas como sacerdotisas e curandeiras. As nossas forças intuitivas não eram desprezadas e mas respeitadas. A nossa maneira de ser espontânea de pensar e de sentir era vista como uma harmonia criativa, e não como “coisas de mulheres”.
Os nossos companheiros e amantes, os nossos filhos e amigos, consideravam-nos sacerdotisas naturais. O nosso poder conciliador era fruto da nossa ligação compassiva com o espírito e com a terra. Mas desviámo-nos do nosso rumo e a Deusa ocultou-se.”
(Sylvia Pereira)
**In LA FEMME CELTE - de Jean Markale (Excertos traduzidos directamente do francês)

2 comentários:

Unknown disse...

Li algumas de suas participações nos blogs relacionados. Achei interessantíssimo como você expõe idéias simples, porém de difícil explicação para muitas mulheres.
É vergonhoso como as mães criam suas filhas para serem objetos funcionais para a "vida" dos homens, sempre tão produtiva e relativamente confortável, graças ao empenho e eficácia feminina.
Os filhos e filhas dos homens acabam por ter um só destino cada um: um será líder, e a outra, a serva.
Costumava orgulhar-me de ter criado minha única filha sem tê-la presenteado com "bebês" da Estrela, ou Barbies, ou fogãozinho, etc. Não lhe ensinei a costurar, nem cozinhar, ou nenhuma outra tarefa estritamente feminina, mas tão somente deixei que procurass aprender aquilo que precisasse saber, conforme a necessidade fosse aparecendo...e, o mais fantástico disso tudo, é que isto eu não aprebdi com minha mãe, mas com com meu falecido pai, que, em vida, mesmo sendo um machista declarado, para mim portou-se como um verdadeiro "cavalheiro". Foi ele que me deu o primeiro carro e me fez aprender a dirigir; me deu um violão, uma coruja e um caminhão, ele nunca me deu "coisas" de menina. Não sou uma lésbica, sou até casada, não que isto signifique algo melhor que uma condição homosexual, mas apenas justifica a mente de um homem que moldou a mente de uma mulher (eu), à sua imagem, e só agora, através dos seus olhos eu pude ver o homem fantástico que ele foi...
Meu nome é Sandra, e meu imail é: samarah_coyote@hotmail.com

Anónimo disse...

Minha querida, o que diz é extraordinário e positivo de um lado, mas o seu pai não a educou como mulher mas dentro das possibilidades que um pai dá a filho homem... Antes isso é certo, mas foi só o outro lado, não o lado da mulher verdadeira, embora a tenha liberto da canga...Aparentemnte às vezes os pais Homens parecem mais evoluídos, porque têm menos medos, mas não fazem a diferença senão entre uma mulher serva ou uma líder. Ora a mulher terá de se situar no meio, no centro, no âmago. Terá de Ser não a intelectual apenas ou a esposa fiel, mas a sábia e a deusa...A mulher terá de conciliar dois lados de si mesma. Uni-los para ser inteira, este é o meu ponto de cisma e reflexão...
Você pode estar muito grata ao seu pai por ele a ter moldado à sua imagem, mas a dimensão do sagrado e a consciência da Nova Mulher não pode dar-lhe.Portanto espero que se abra e veja por si mesma o que lhe falta. Como diz nem a mulher homossexual tem vantagens sobre nada a não ser amar a mulher como se fosse um homem que é o que acontece vulgarmente. Não porque se ame ou ame a mulher, bem pelo contrário, às vezes odeia-se ou despreza-se...
Eu espero que me compreenda e ao que quero dizer. Não nego a sua vantagem sobre as mulheres doméstica, mas não deixe de considerar a DEUSA dentro de si e o que isso signifca.
Eu percebi o que queria dizer mas fí-la olhar para algo que falta, não me leve a mal...
Obrigada por ter escrito este testemunho!!