O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, março 02, 2008

O FEMININO SAGRADO

O ESPELHO...
No meio de uma conversa, ontem, perguntaram-me como é que a mulher adquire essa consciência do Feminino Sagrado...(e não o feminino objecto-abjecto...)

Eu gostaria de responder hoje, que a Mulher ao entrar em contacto com a sua verdadeira dimensão, através da união das duas mulheres (sem mais se antagonizar ou separar nos dois esteriótipos, da virgem e da pecadora), QUANDO SE CONSCIENCIALIZAR DESSE FACTO, quando for para além dos conceitos religiosos e dos preconceitos sociais que a aprisionam e dividem nesses dois lados de si mesma, quando a mulher se sentir livre de exprimr igualmente a mulher devota e terna ou maternal, sem deixar de assumir a sua sensualidade, o seu desejo ou paixão, então a Mulher adquire o seu poder inato e pode conciliar-se com o feminino eterno e expandir essa consciência ao homem.

Enquanto a Mulher, primeiro que tudo, não fizer esse trabalho com ela própria, integrando esses dois lados do seu ser que na sociedade permanecem factor de cisão e antagonismo entre as mulheres, nem a mulher nem o homem podem compreender nem assumir o seu feminino e muito menos realizá-lo pois não têm um fiel reflector...
O que o homem nesta sociedade expressa de seu feminino acaba quase sempre por ser o lado da prostituta ou da "pega" no travesti ou no trans-sexual...Esse é o lado sombra da mulher que o homem ou odeia e teme ou imita e transporta (a)normalmente...
Poucos e raros são os homens que têm consciência do seu feminino sem trauma ou preconceito.
O homem nem sequer poderá espelhar-se numa mulher-metade que está dividida e se desconhece na sua essência, embora tenha sido historicamente o Homem o responsável dessa divisão .
Não há homens femininos sem o encontro com a Mulher Essência, a Deusa ou a Musa. E os processos não se podem inverter. É a Mulher que revela ao homem o seu feminino e não o homem que revela o feminino à mulher como quer fazer crer a cultura falocrática, que é através da sexualidade que a mulher se conhece. Não, isso só é possível se a mulher que pela sua natureza já é iniciada estiver consciente do seu poder ou dom de amar!

Nada acontece na Dimensão do Sagrado e de uma Consciência Superior se a mulher não for um um Ser Uno e inteira! Se a mulher não juntar os seus pedaços...

Só:

"Quando a mulher admite a sua natureza apaixonada, permitindo ao amor inundar o seu coração, os seus pensamentos criam nova força, são arrojados e belos. A sua seiva flui. O seu coração abre-se. Ela liberta-se das dependências e dos compromissos. Vislumbra o reino encantado, os vastos domínios mágicos da deusa que nela existe. Então, todas as coisas se transformam. E há um propósito nisso: que o mundo seja maternalmente reconduzido a um estado de grandeza e esplendor. Quando a mulher compreende o seu verdadeiro eu, ocorre um milagre e a vida em torno dela recomeça." Marianne Williamson, "O Valor da Mulher", ed. Rocco

4 comentários:

Lealdade Feminina disse...

O resgate do feminino não é penas na sexualidade... a sexualidade é uma componente importante mas há outras sensibilidades para as quais a mulher permanece dormente, até mesmo para uma forma feminina de ser e estar no mundo, não a dos cosmeticos e da moda, mas algo que nem sei bem explicar... uma mulher pode ser forte e feminina,suave... a força não é a brutalidade ou a falta de educação... por outro lado, as mulheres podem mais facilmente entrar em contato com uma sensibilidade criativa, por exemplo, ou mais instintivamente maternal, ou socialmente mais condescendente, mais cooperativa do que competitiva... O que não quer dizer que alguns homens não possam ser assim femininos tbm... mas a maioria dos homens e das mulheres ainda tem muito chão pela frente...rs... inclusive eu tbm...
rs...

Anónimo disse...

Minha querida, quem fala aqui de resgate da sexualidade? Não sei se deva entender o seu comentário como uma réplica se como uma achega, mas vamos corroborar essa ideia de um feminino distinto, e esclarecer uma coisa que eu quero deixar clara.

Há muita coisa não compreendida acerca do que seja esse outro lado da mulher para além da sua sexualidade sempre em foco, sempre em discussão, sempre anedótica. Há muita coisa que a mulher ignora dela mesma e até da sua sexualidade, porque enquanto ela não der esse salto de consciência e não unir as duas mulheres que dentro de si ela rivaliza, ela não será completa nem consciente do seu verdadeiro potencial, porque em tudo que faça lhe falta essa outra parte. Falta-lhe uma parte de si mesma e não o homem (ou mesmo o filho)como ela procura constantemente e a levaram a acreditar desde pequenina, nesse sonho do príncipe encantado, que a desperta com um beijo…

Não, Mulheres & Deusas não é apenas uma metáfora. São os dois lados do Ser Mulher, e por isso temos de nos concentrar agora no lado Deusa o seu lado mediúnico e instintivo, o lado oculto e reprimido da mulher, temos que dar lugar à mulher mística, à mulher das suas profundezas ctónicas, a mulher como oráculo da Deusa. A dimensão que lhe foi negada e ocultada pelo patriarcado.

Eu insisto neste aspecto dos dois lados da mulher porque ele é ignorado e mal compreendido quando enunciado, pelas próprias mulheres e por isso aqui falo exaustivamente da dimensão do sagrado, de mulheres & deusas, estas duas faces da mulher antagonizadas pelas religiões. É aqui que urge unir o que se opõe entre as ideias vulgarizadas do profano e sagrado…
De um lado temos as religiões dogmáticas e castradoras da natureza instintiva da mulher e do outro temos os preconceitos e tabus inerentes. Hoje em dia as pessoas que têm mentalidades materialistas e se dizem agnósticas, dizem ainda que são evoluídas, mas continuam a ser regidas a níveis do inconsciente por esses mesmos preconceitos e tabus e continuam a sentir como os seus avós…
O único e verdadeiro resgate do feminino é o da dimensão do sagrado e isso pede toda a nossa atenção toda a nossa energia, pois só ele trará a verdadeira dignidade à mulher. rl

Lealdade Feminina disse...

Ah... Rosa, agora eu entendi... não sei o que se passa, estou muito lenta essa semana... devo estar trabalhando demais...rs...
Não se aborreça qdo eu estou dando tiuti!!! passa logo...rs...
Mas vc tbm tá sem paciência né...rs...
Tudo certo... Só alegria...
Beijos...

Anónimo disse...

NÃO É NADA DE PESSOAL...estou sem paciência é verdade, mas não aborrecida consigo nem com ninguém... estou é farta desta vida virtual...
- é difícil às vezes fazermo-nos entender, não é verdade? no entanto o que conta e´a nossa autenticidade!

Abraço

rosaleonor