O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, dezembro 12, 2007

Doris Lessing inquieta com efeitos da Internet


"Possuímos um tesouro - o da literatura. Regressemos aos egípcios, aos gregos, aos romanos. Está lá tudo, a riqueza da literatura, pronta para ser redescoberta por quem quer que tenha a sorte de com ela deparar. Imaginem que este tesouro nunca tinha existido. Como seríamos vazios, pobres!" Palavras de Doris Lessing no discurso do Nobel. (…)

"Como é que os nossos espíritos vão evoluir com a novidade Internet, que seduziu toda uma geração para a converter às suas inépcias?"(…)
Doris Lessing conclui o seu discurso pessimista, expressando o desejo de que o contador de histórias "continue a existir sempre, porque são os nossos imaginários que nos modelam, nos fazem viver, nos criam, para o melhor e para o pior"."O contador de histórias, o fazedor de sonhos, o fazedor de mitos são a nossa Fénix, o que temos de melhor no máximo da nossa criatividade" - afirma a ficcionista.

A autora britânica, com 88 anos, alerta ainda para um mundo ameaçado, desprovido do poder da palavra que tem de reconquistar o seu poderio.
No seu discurso, Lessing valoriza o poder da educação na cultura fragmentária em que vivemos actualmente: "Enquanto, no Zimbabué, as crianças estão esfomeadas de conhecimento, nos países mais privilegiados desprezam a leitura pelas inanidades da Internet." - A.M.G.

É verdade, eu não consigo ler mais de dois parágrafos na Internet, e não prescindo dos livros, mas posso publicar tudo o que quiser sem censura nem custos de impressão…Esta é uma liberdade que só não a compreende uma escritora consagrada que pode publicar livros sempre que quiser…
Como em tudo, pode ver-se o lado nocivo da Internet mas também podemos ver o lado positivo da mesma.
Considero a televisão muito mais nefasta e perigosa do que a Internet.
Eu no princípio detestei a Internet e os computadores até ela me dar a possibilidade de chegar ao público, embora reduzido, em comparação com as multidões que não têm acesso nem instrução, mas que vêem televisão passivamente, e seja igualmente céptica na questão da Internet permitir acesso de qualidade e manutenção de um verdadeiro Conhecimento interior ou desenvolvimento humano. Ceder ao facilitismo e à superficialidade, à vulgaridade ou mediocridade é o mais comum neste mundo virtual tal como na realidade.
Não se ter espírito crítico nem verdadeiro discernimento é o grande perigo que todos corremos. No entanto creio que a Internet pode ser usada com fins criativos e construtivos, muito mais do que a televisão.
Bem sei que um Livro é algo imprescindível e gosto de o ter nas mãos e sentir o seu cheiro…devorar as suas páginas, sobretudo se for de uma escritora com a Doris Lessing…
rlp

2 comentários:

Lealdade Feminina disse...

Se servir como um pequenino sinal de que nem tudo está perdido, a primeira coisa que o Theo escolheu pra ser qdo crescer foi escrevedor de histórias... eu tbm demorei muito tempo a entrar no mundo virtual, sempre achei que era uma coisa de menin@s parvos, sexo e outras porcarias... só qdo comecei a pesquisar a Willendorf, foi que comecei a usar mais a internet... por isso ainda quase não conheço nada... mas te achei logo ao princípio... e cá estou... realmente a tv faz mal, mas a vantagem da net está na autoria, somos nós que fazemos... enquanto na tv não temos essa possibilidade... ainda há muito lixo na net, mas as pessoas sempre podem escolher... Agora que tenho acesso em casa, sempre quero vir um pouco... mas o tempo é curto... e ainda bem pq sempre prefiro a vida ao vivo... está muito mais emocionante, mas é verdade que vejo muito menos televisão... mas as audiências não deram por isso...rs...

Marian - Lisboa - Portugal disse...

Concordo quanto à tv fazer de nós seres passivos que ficam parados a absorver aquele lixo todo (que é quase sempre) mas tambem há excelentes programas de divulgação e pode-se usar a tv para denunciar coisas que de outro modo nunca seriam sabidas, etc
O problema é sempre o 'como' se usa não o 'que' se usa...
Já no que respeita à internet acho bem diferente: pura e simplesmente é a maior enciclopédia do mundo para qualquer assunto, a qq hora, em qq lugar... quando tivemos antes algo assim?! alem de um modo de comunicaçao e de tudo mais que a Rosa falou. A questão é que há quem não saiba usar net, ou a use para maus fins... mas claro, isso é o mesmo sempre em relaçao a tudo. a forma como se usa vai fazer a diferença. Há quem a use para procurar pedofilia ou pornografia ou simplesmente para gastar tempo a enviar ou ler piadinhas de fragil gosto que nao vão acrescentar nada á consciencia e apenas a entorpecem e apequenam
-idem para chats, que podem ser usados construtivamente ou nao-,ou a criar blogs ou listas 100% umbiguistas revelando ao fim ao cabo um ego estreito na consciencia do mundo...
Quem faz a net sao os seus utilizadores... e por aí temos uma boa amostragem social
enfim diz-me como usas a net e dir-te-ei quem és! :-)
Mas que pode ser uma ferramenta muito positiva, pode!
Abraço