O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, agosto 06, 2007

AS SUBJECTIVIDAS e os enganos...



AS AFINIDADES ELECTIVAS...

Antes eu sabia que me lias, que conhecias os meus estados de alma e me acompanhavas com delicada atenção...velavas pelas minhas angústias e vinhas sossegar-me o coração, com poemas escolhidos ou frases que me retinham a respiração pela beleza que continham, pela precisão com que me elevavam aos céus de uma amizade sonhada e que parecia estar a tornar-se no dia a dia realidade...

Eu mantinha uma reserva de pessoa céptica, ferida, de quem foi sucessivamente magoada, e que já não dava muito lugar à esperança de amizades genuínas...daquelas que nunca mudam com os anos nem com o desgaste dos confrontos de ideias, das desilusões inevitáveis...
Tu sorrias da minha reserva e continuavas a dar-me provas tão inesperadas de que o "amor incondicional" era afinal verdade entre pessoas, que comecei a render-me aos poucos à tua doçura, à tua tão delicada forma de seres e de dares sem exigires nada...
Garantiste-me que nunca deixavas cair aqueles que amavas...

Até que um dia, te re-apaixonaste e como qualquer outra pessoa, disseste que te cansaste das minhas reservas, dos meus humores e já não tinhas tempo para as minhas subjectividades...

Muitas vezes me interrogo, como hoje, se foste mesmo verdade ou te mentias apenas...


(coração roubado em http://saberdesi.blogspot.com )

2 comentários:

Paula Marinho disse...

Muito lindo Rosa! Já li e reli essa mensagem várias vezes desde que você a postou. Como é bela e verdadeira.
E entre alguns sentimentos um tanto contraditórios me pergunto se um dia eu aprendo, ou se o que dizem ser minha "essência" vai me deixar acreditar sempre...

rosaleonor disse...

Raramente escrevo coisas desta ordem, tão subjectiva...mas é verdade que se nós não nos amarmos a nós mesmas realmente ninguém nos pode amar...

Um abraço minha amiga
rl