O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, abril 06, 2007

A MORTE DO EROS PELA ALIENAÇÃO SEXUAL...

“O amor-sexualidade e o amor-espiritualidade são a emergência de uma mesma seiva da árvore humana, a dois níveis diferentes mas indissociáveis: o Eros.”
Annike de Souzenelle
Não separo o Amor da sexualidade…
Sem amor a sexualidade é meramente mecânica, inferior e não acredito no prazer pelo prazer sem a dimensão da alma nem de uma consciência cósmica!
É por isso que não convivo bem com as mulheres ou lésbicas que se afirmam como os homens. Uma relação não se baseia num compromisso social, NEM NUM ENCONTRO CASUAL, mas num entendimento particular entre dois seres não importa de que sexo. Quando misturamos o contrato social, claro entra a instituição que é a prostituição da relação íntima.

Os homossexuais estavam à partida disvinculados desse contrato e podiam ser livres se optassem por uma consciênica do SER integral, o Andrógino.... mas agora estão a reinvindicar o contrato no compromisso social pela posse dos bens que caracteriza o casal de modelo patriarcal em que uma das partes é aglutinada ao proprietário representante oficioso da Instituição que tem o controlo da natalidade e da vida do casal de um só apelido. Por lei a mulher era e ainda é posse do homem. A mulher é anulada e despersonalizada tendo desde que nasceu sido preparada para cumprir essa função baseada na negação do seu ser como indivíduo, cumprindo o contrato de venda que é ter filhos e tratar do marido… Se não for assim é prostituida à força...
As coisas mudaram na aparência e até na lei, mas o modelo vinculativo e arquetípico diria e que predomina no inconsciente colectivo mantem-se o mesmo e é por isso que a mulher continua a ser violada, prostituida e espancada pelo marido-possuidor.
No caso do contracto que foi com os tempos romantizado e embelezado com artifícios de todas as espécies, raras vezes o amor pouco ou nada teve a ver com o contracto das famílias e interesses económicos e só muito recententemente se fala de amor e liberdade etc. etc. mas de fundo os valores inscritos na relação são os iniciais que pertencem ao código patriarcal.
Esta é uma sociedade de modelo patriarcal e a não ser que mude de raiz nunca vai ser senão uma parte da humanidade a dominar a outra. Quando os homossexuais, que agora querem repetir a formalidade perante a lei, eu não sei quem é que vai cumprir o papel da mulher ou do “comprado” seja entre duas mulheres seja entre dois homens. Sei que tudo o que vier daí é uma farsa – um simulacro de liberalização socia l- para não dizer uma alienação de princípios (visto estes já nem sequer existirem) porque, a única coisa que os seres humanos conscientes deviam fazer era reinvidicar a sua liberdade interior e a contínua busca do amor verdadeiro sem vínculos materias e serem o que forem sem a necessidade de permissão do Estado nem da sociedade para viverem de acordo com os seus sentimentos. Mas as coisas nua foram assim. Eu sei, é utópico. As pessoas querem herdar os bens do outro e as heranças e as seguranças (sociais) quando sabem que a relação acaba sempre que os interesses materias e económicos estiverem a predominar…
A relação não dura nunca mais de 2 a 3 anos…o que perdura é o vínculo social e os interesses económicos do casal incluindo os filhos.
Quem duvida que cada vez mais o casamento é uma instituição em decadência, cada vez há mais divórcios, esta-se a enganar. E se a tónica não fosse preservar ou garantir os bens do casal, a casa, o carro e os filhos não havia razão para contratos. Que os homossexuais queiram agora legar os seus bens ao amante em vez de aos filhos da mulher, eles podem mudar a lei através da força dos lobys porque a lei é sempre dos mais fortes ou seja do poder económico…
Mesmo depois do matriarcado, enquando a sociedade era ainda matriliniar, os bens (propriedade privada) do homem passavam para os filhos da irmã. Institui-se o casamento-contracto e a “fidelidade” da mulher para que o homem tivesse a certeza de que os filhos eram dele…e só garantindo, a partida a sua virgindade (o produto não tocado) e depois a infedilidade paga com a morte e o espancamento…isso era possível.
Mudou alguma coisa de essencial???
Se os seres humanos procurassem o sentido do amor verdadeiro e não apenas a sexualidade em si, ou a afirmação da sua diferença, seria muito pouco relevante a diferença na opção sexual de homens e mulheres, mas a mesma falta de consciência do Ser em si e a importância excessiva dado ao sexo e ao prazer, impede uma consciência verdadeira do sentido da vida, do amor e das relações que são sempre factor de evolução…
Claro, esta forma de pensar e sentir nada tem a ver com a sociedade culturalmente decadente e sempre machista dos nossos dias em que homens e mulheres são todos machos e pensam e sentem com o sexo, único sentido, a vida vivida da cintura para baixo … rlp

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