O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, abril 08, 2007

OS CAVALEIROS E O GRAAL

" Eu vejo esse culto à mulher pelos cavaleiros, como na verdade o culto ao feminino que a mulher de carne e osso espelha. Embora a mulher fosse considerada, não era uma mulher que estava sendo amada e sim a projeção do feminino que os homens tem dentro de si. Eles se apaixonavam pelas mulheres, não as amavam. Parece-me, assim que a mulher de carne e osso não basta ao homem, não merece ser amada como é, como um ser com qualidades e defeitos, tem de ser idealizada para que o homem a ame. E depois que o tempo arrefece a paixão, lá vai o homem à procura de outro objeto que assuma seu ideal de beleza, pureza ou sei lá o que que eles estavam procurando encarnar na mulher. Não sei se me fiz entender."

Podia ser como você interpreta...à partida e à superfície parece que seria assim, mas eu estou em crer que não...Nós estamos a pensar à luz do catolicismo e o que ele fez com as mulheres…Ao contrário dos católicos não se trata aqui do que o homem projecta ou idealiza. É algo que está muito acima do bem e do mal ou do que você diz as qualidades e defeitos da mulher…Trata-se do reconhecimento da mulher-deusa, da sua essência e princípio que foi adulterado e só na divisão da mulher em duas, a pura e a pecadora é que essa atitute (embuste) se conjuga, pois o que os cátaros tinham era a noção da Mulher em si, "superior", completa e sublime, embora muito semelhante ao que acontece no tantra a relação sublimada é superior em fusão das almas e das energias do que só dos corpos. Não é negar o corpo ou o sexo da mulher, é ir mais além do prazer. Eles eram dualistas sim mas encaravam de modo diferente a mulher. Respeitavam-na e enalteciam-na na vida e não a dividiram como os católicos uma no altar e outra no bordel. Não é a não aceitação do corpo como "impuro" ideia que os católicos (e islâmicos) professam e que está na origem da cisão da mulher, mas a transcendência dos sentidos como algo de supremo a atingir tanto no homem como na mulher e através justamente do poder interior da mulher, a DAMA que consola e ilumina e dá o sentido da busca do Graal...

Isso é o Minne para mim e sempre tive uma intuição muito forte disso mesmo como mulher…Os cátaros eram iluminados e nada tinham a ver com os fanáticos católicos. Por isso foram dizimados pelo vaticano e pelo Império de Roma que é a antítese do Amor. Eles mataram todos os cátaros e queimaram todas as suas obras de uma riqueza incalculável…porque os cavaleiros e os cátaros eram poetas do feminino e da palavra mágica…

Roma-Amor (leia ao contrário)
RLP

Sem comentários: