O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sábado, março 17, 2007

QUEM TRAI QUEM




Dói-me no coração tantas vezes esta operação delicada da vida que me anestesia para cortar pedaços que não são de mim...e depois da anestesia passar, ficar a dor à solta...até sarar...e ver no chão os bocados a mais que só nos envenenavam a alma... Tanto falamos do que dói a traição e o quão subtil ela pode ser e a que níveis nem sabemos que a cometemos ...a nós próprias, principalmente... E aos outros é completamente mistério...Nunca sabemos. Quem trai quem...ou quem se sente mais traído... Ás vezes confundimos coisas que não nos pertencem como nossas...é preciso ir a bisturi...limpar o coração de caroços que se instalam, sentimentos negativos que nos consomem...

A traição, o ciúme, a mentira ou a inveja ou uma expectativa qualquer...tudo tem a ver com a nossa incompletude, o medo de perdermos qualquer coisa... que não somos. Daí tanto medo de sermos traídas... Porque se fôssemos inteiras e unas, não sofreriamos nada disso e suportarimos tudo com compaixão, sem sofrimentos inúteis. Mas o dependermos de alguém que amamos (ou odiamos) ou de um sonho ou de um ideal que temos, sofremos sempre a perda...quando a vida mais tarde ou mais cedo acaba por nos libertar (a mal ou a bem) de apêndices ou "miomas"...que nos impedem de viver sãs e em paz connosco mesmas! É difícil ver isto, manter essa lucidez e aceitar quando nos arrancam aquilo que queremos agarrar e que afinal só nos prejudicava....

Miomas, caroços ou tumores...todas os temos antes mesmo de os sentirmos no corpo...há muito que nos corróem a alma e não vemos... Libertemo-nos pois de apegos e apêndices, de lutas insanas, de amores que nos atormentam... Sejamos apenas nós mesmas, não divididas, mas inteiras! Sejamos unas e antes de tudo, aceitemo-nos como somos e não como parecemos! Ou como os outros querem que sejamos! R.L.P.

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