O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, maio 17, 2006

O MUNDO EM QUE VIVEMOS É GOVERNADO POR HOMENS...

NA "NOSSA" MÃE ÍNDIA AS MULHERES SÃO VENDIDAS MENINAS
...NÃO MEDITAM COMO OS SANTOS YOGUIS...



Tráfico de mulheres aumenta infectados com HIV na Índia

No distrito de Sonagachi há pelo menos 10 mil prostitutas
O tráfico de mulheres jovens que são forçadas a trabalhar como prostitutas foi identificado como o principal fator para o aumento da Aids na Índia.
O país já tem cerca de 5,1 milhões de soropositivos – o segundo maior número no mundo depois da África do Sul.
Algumas estimativas indicam que, em apenas seis anos, seriam 20 milhões de infectados.
Em distritos como Sonagachi, em Calcutá, onde há pelo menos 10 mil prostitutas, alguns homens insistem em mater relações sexuais sem camisinha.
As garotas provenientes do tráfico são obrigadas a aceitar. Muitas são originárias de vilas rurais e não sabem o que é Aids antes de serem vendidas.
À medida que elas viajam pelo país, a doença é, inconscientemente, espalhada.
No leste da Índia, Calcutá emergiu como o centro do tráfico de meninas, que também chegam do Nepal, Bangladesh e Mianmar.
Elas são, geralmente, vendidas para bordéis em Mumbai. Algumas vão para o Oriente Médio, África e Europa.


Bordel

Aklina Khatoom, de 15 anos, é de uma vila fora de Calcutá.
Com uma voz suave, ela lembra como, há um ano, uma mulher a drogou, a raptou e lhe vendeu para uma outra mulher em Mumbai.
"Fui então informada que iria me tornar uma prostituta. Eu disse que não faria isso. Mas apanhei muito, todo o meu corpo era coberto de hematomas. Eles usaram varas de ferro quentes para me bater. Eventualmente, tive que concordar", contou.
Aklina não podia escapar, já que era vigiada pela irmã da mulher que a vendeu.
"Meu dia começava às seis horas da manhã e tinha de 12 a 14 clientes diariamente, terminando às três da madrugada."

Sua sorte mudou quando um cliente permitiu que ela usasse seu telefone para ligar para os pais.
(...)
Estigma

Aklina é uma das mais de 300 jovens resgatadas dos traficantes por Swapan Mukherjee e sua organização, baseada em Calcutá, o Centro para Comunicação e Desenvolvimento.
Pobreza e analfabetismo, geralmente, forçam famílias a levarem suas filhas a falsas promessas de trabalho ou casamento, disse Mukherjee.
Em retorno, as famílias recebem menos de US$ 10 (R$ 27).
Mesmo depois que elas são resgatadas, garotas como Aklina enfrentam o estigma de terem sido forçadas a trabalhar como prostitutas.
Mas aquelas que são infectadas com o vírus HIV são completamente ignoradas.

Medo

Quando Swapan Mukherjee permitiu que jornalistas entrevistassem algumas das mulheres resgatadas, suas franquezas tiveram resultados desastrosos.
"Naquela época, eram 34 meninas que tínhamos resgatado. Uma das garotas que era analfabeta simplesmente disse 'sim, eu sou HIV positiva'. Quando isso apareceu nos jornais, os moradores da vila isolaram a família", contou Mukherjee.
"Toda a família estava sendo terrivelmente ignorada, então, para salvar sua família, ela voltou para o bordel em Mumbai."
A menina está agora morrendo. Recentemente, ela chamou Mukherjee, mas ele diz que é muito tarde para salvá-la.

Ainda pode haver tempo para ajudar garotas que estão trabalhando como prostitutas na Índia, mas será uma tarefa difícil.
(...)
A má notícia é que a doença não está confinada apenas aos distritos de prostituição.
O vírus está espalhando-se por toda a Índia – enquanto o tráfico de jovens continuar, haverá pouca esperança de que o número de infectados irá parar de crescer.


Matthew Grant
de Calcutá

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