O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, novembro 13, 2005

“Sintam no âmago das suas identidades,
a nutrição, a dádiva e o mistério da Mãe.
Haverá um retorno e um despertar da Deusa Mãe.”*

ART-MONTSERRAT

A DEUSA É TODAS AS DEUSAS
E UMA SÓ DEUSA DESDE O PRINCÍPIO DOS TEMPOS


Lisboa inteira, cristã, laica e pagã consagrada
à Virgem Católica, dos padres e dos políticos…
A Humanidade não precisa de Procissões de velas nem penitências, mas de amar a Terra e a Mulher, respeitando a sua integridade e a Natureza!


Uma amiga disse-me, porque eu me recusei a ver, que as ruas de Lisboa estavam apinhadas de gente, milhares de pessoas silenciosas seguiam o andor da Nossa Senhora de Fátima, ao longo da Avenida da Liberdade, parado o trânsito, guardada pelos seus carrascos, padres e bispos, ridiculamente com vestidos e com os paramentos das antigas sacerdotisas que perseguiram e baniram da sua igreja, prisioneira a Deusa numa Imagem de louça vazia, fetiche de um poder secular que a oprime, e oprime todas as mulheres, que a reduz a ELA e desvirtua da sua humanidade de Mãe e Mulher, convertendo-a em estandarte do seus paradoxos - como negar à mulher o direito de sacerdócio - e aproveitarem-se das mulheres, na base de uma miragem da miraculosa e imaculada mãe, em obediência ao Filho e ao Pai, redentora de pecadores que somos todos nós, principalmente as mulheres por existirem, manifestamente segregadas das suas igrejas e repudiadas pelos padres misóginos e ascetas…

HÁ SEM DÚVIDA UMA RESPOSTA COLECTIVA, PRINCIPALMENTE DA PARTE DAS MULHERES, AO APELO DA DEUSA MÃE FACE Á NECESSIDADE EMERGENTE DO PRINCÍPIO FEMININO, MAS É RIDÍCULO O APROVEITAMENTO DA DEUSA-MÃE, PELA PARTE DOS POLÍTICOS DE DIREITA E DA IGREJA, QUANDO NEGAM ÀS MULHERES O DIREITO À SUA AUTO-DETERMINAÇÃO (NO CASO DA INTERRUPÇÃO VOLUNTÁRIA DA GRAVIDEZ, POR EXEMPLO)E À SUA PLENITUDE COMO MULHERES LIVRES E DE PLENOS DIREITOS!!!
Mas
“A Deusa é uma consciência que permite todas as coisas. É a fonte que mantém toda a união, a cola da criação. Este é um conceito difícil de ser absorvido por algumas pessoas. É difícil para as mulheres conceber uma energia poderosa, que corre através do seu próprio sangue, em semelhança com elas mesmas. É chocante para os homens pensar que, talvez, uma vibração feminina possa ser a fonte que está por detrás de todas as coisas.”*

A Senhora, a Grande Deusa-Mãe, Princípio Criador, pouco ou nada tem a ver com este aproveitamento da ignorância popular de religiosos e políticos, quase carnavalesco se não fosse tétrico, de que os padres e a Igreja de Roma se servem para amarrar ainda mais as mulheres e manter na estrita ignorância as populações através do medo do pecado e da guerra, das pestes e doenças, instigando o ódio às mulheres, que marcham como manchas negras e anónimas nas procissões, caminhando batendo no peito um mea culpa, anuladas da sua essência, caladas e sofredoras como as suas freiras e santas, a quem eles patriarcas do deserto roubaram a vitalidade e a essência.


"É verdade que o Criador Primordial é uma vibração feminina. A Fonte, como a conhecemos, é uma vibração feminina. Os consortes deste princípio feminino, a vibração masculina, competindo pelo amor da Deusa, começaram a se fragmentar num mau uso da energia, há milhões de anos. Vocês constituem uma parte fragmentada desse mau uso de energia.”*

Que venha A Antiga e verdadeira Deusa, que se manifeste, sim! Que o mundo inteiro Lhe seja consagrado, mas sejam as mulheres as suas representantes e sacerdotisas em festa livre e pagã, enfeitadas de flores e risos de esperança, cheias de compaixão e amor no coração e não este pesadelo trágico das aves agoirentas do Cristo crucificado pelo "pecado dos homens", mas em que as mulheres é que pagam sempre as favas…
Mas mesmo assim,
"A Deusa é muito generosa. Ela permaneceu por detrás da cena nessa batalha do patriarcado, porque sabe que é a força criativa em todas as coisas e que todas as coisas precisarão finalmente de reencontrá-la.”*

Sim,
“Houve um declínio e uma queda da Deusa por razões muito importantes. A energia da Deusa sempre reconheceu o direito da fertilidade. A energia dela não é como no mundo ocidental; para ela, o sexo não era vergonhoso. A Deusa amava o sexo, que é obviamente, a herança natural dos humanos.”*
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*IN TERRA - CHAVES PLEIADIANAS PARA A BILBLIOTECA VIVA
BÁRBARA MARCINIAK

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