O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, outubro 26, 2005

A MULHER FERIDA
NA SUA BELEZA INTRÍNSECA



A ROSA SECRETA DO CORAÇÃO

Maria Madalena – a Mulher essência Reveladora dos Mistérios, Sacerdotisa da Grande Deusa e iniciadora do homem ao amor divino da Mãe, é no arquétipo católico, castigada e obrigada a negar o seu poder de amante sagrada, estigmatizada pela Igreja de Roma e pelos patriarcas, é toda e qualquer mulher madura que acorda da sua condição de escrava do senhor, do pai e do filho, reduzida a um sexo e a um ventre ao serviço da economia familiar e social patriarcal.

Qualquer mulher é ainda hoje acusada e difamada se ousar exercer a sua liberdade de ser autónomo ao exprimir o seu dom de cura e amor que lhe é inerente como dádiva.

Os homens desejam a mulher objecto em duas formas restritas quer como esposa e mãe quer como prostituta, separando os dois aspectos da mulher, dividindo-a em duas como um ser sexual apenas e o outro tão só maternal, forçando-a a uma dicotomia permanete configurada nas personagens religiosas da Nossa Senhora, a Imaculada e da Maria Madalena a Pecadora. De um lado, a esposa como função procriadora e de outro a prostituta como função de prazer, mas em pecado! Isto aconteceu ao longo de séculos e acontece ainda hoje em dia de formas disfarçadas, com os preconceitos mais diluídos…

Tal como Maria Madalena foi estigmatizada de prostituta e exortada ao arrependimento a mulher que acorda para ela mesma depois de cumprir as funções de mãe e esposa é igualmente condenada pela sociedade, pelo filho e pelo seu dono e senhor, chamado de marido.

Acontece que quando na Menopausa a Mulher acorda na sua dimensão ontológica, dá-se conta da sua prisão, sente o seu potencial e a força da sua alma emergir, tenta naturalmente sair ou libertar-se. Ela não pode mais ser acorrentada e tem de rebentar as grades da sua prisão! Se o não fizer condena-se a ela mesma ao vazio, ao abandono na velhice, pelo marido e pelos filhos, inutilizada pela sociedade, condenada ao histerismo ou a uma doença terminal que é a forma banal a que quase todas as mulheres do mundo são condenadas e sujeitas depois dos 40 anos e início da Menopausa…

R.L.P.

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