O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, agosto 07, 2005

PORTUGAL IMOLADO PELO FOGO...



A INCÚRIA DOS HOMENS QUE GOVERNAM O MUNDO:
CRIAM BOMBAS ATÓMICAS, SUSTENTAM MILHARES DE JOVENS QUE APRENDEM A MATAR,
CRIAM EXÉRCITOS DE INÚTEIS, FOMENTAM AS GUERRAS...

ENQUANTO MILHARES DE CRIANÇAS E MULHERES POR TODO O PLANETA MORREM À FOME...

ESTE É O MUNDO EM QUE VIVEMOS HOJE, COM DESFILE DE HORRORES, EM TODOS OS CONTINENTES, TODOS OS DIAS À HORA MARCADA, ENQUANTO JANTAMOS, SOB O COMANDO DOS MÍDEA...



OS SENHORES DA GUERRA HÁ MUITO QUE
VENCERAM O MUNDO DOS HUMANOS...


“A ilusão de um amanhã melhor há muito murchou (...). Por todo o lado impera a força das armas e a pirataria das armas. Evaporou-se a água que refresca os destinos da humanidade, tudo é fogo.

Mulher e homem, forte e fraco, fogo e água, desfilam em círculo como as estações do ano. Morre um vem outro, nuca caminhando juntos para a harmonia da natureza. As palavras fome, guerra, greve, fuga, massacre, roubo, desgraça, fazem hoje o discurso da maioria. Os passos dos homens já não são desfiles serenos, mas marchas de protesto. As palavras poder, revolução, soam como maldição, nos ouvidos ensurdecidos pela violência das explosões em nome da democracia.

O derramamento de sangue é premeditado, planeado, com uma intenção benéfica e um projecto de nobreza.(...) Há cada dia menos escolas, menos emprego, menos chuva, mais sol, mais armas. Há mais mortos do que vivos, mas ainda não é chegado o fim do mundo, a vida triunfará para a glória do vencedor. O campeão desta guerra construirá o majestoso palácio imperial com ossadas humanas que andam às toneladas nas matas.”

(...) “A rádio não dá os bons dias ao povo, nem um despertar suave para reanimar as esperanças. Nos dias que correm, as emissoras radiofónicas pactuam com a morte. O locutor de rádio anuncia a morte de homens em combates. Fala de gente morta de fome, de sede, de desespero em todos os cantos do país. O locutor de rádio é um mensageiro da morte e executa a tarefa com competência e ingenuidade. O conteúdo do seu noticiário pretende apenas dizer: sou a morte! Sou o rei das trevas! Onde quer que estejas, desperta, escuta-me, prepara-te, que eu te virei buscar mesmo a ti que ainda dormes e roncas.”


In O SÉTIMO JURAMENTO
De Paulina Chiziane

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