O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sábado, maio 28, 2005

AS MULHERES TAMBÉM SÃO GENTE...

Sempre que escrevo ou transcrevo um texto em que aparece a expressão “O Homem”, no sentido da humanidade, em que obviamente as mulheres são aglutinadas ao termo, adopto a expressão mais abrangente e a meu ver mais correcta de “Ser humano”. Faz-me alguma confusão estar a ler certas autoras e vê-las persistentemente falar no masculino (mesmo até quando só falam de mulheres) podendo sempre recorrer a esta expressão já que não iríamos dizer “A Mulher” incluindo os homens pois pareceria imediatamente caricato e depreciativo...No entanto nós somos a metade(submetida e explorada)da Humanidade.
Se adoptarmos a expressão de “Ser Humano”, em vez de “o homem” sobretudo nós mulheres, as ignoradas pela semântica, poderemos estar de forma muito subtil, mas efectiva a transformar a linguagem que é à partida só dos homens.

Como sabemos, podemos estar várias mulheres adultas juntas a falar, mas se houver um rapazinho no meio, somos obrigadas a vergar o verbo à sua supremacia linguistica e isso eu não consigo aceitar...
Teremos efectivamente de recorrer ao sentido neutro da expressão ao referirmo-nos aos dois sexos, por exemplo, podemos dizer, além de Ser Humano, a Pessoa Humana ou a Criatura humana...ou a gente, embora não seja muito correcto, mas todos/as somos gente, pessoas, seres humanos e em suma, criaturas de Deus, partes de um/a deus/a maior, o nosso próprio ser completo!

Invente-se pois ou crie-se um termo mais abrangente e justo que englobe os dois sexos!
Assim como somos todos/as filhos/as da Grande Mãe Terra e do Pai Céu. Tal como no Princípio, Deus/a nos criou homem-mulher.


R.Leonor Pedro

A DUALIDADE HUMANA
E A DIVISÃO DOS DOIS PRINCÍPIOS


"Dessa dualidade - Deus pai ou Deusa mãe - vai nascer uma dupla visão da Deusa dos tempos primordiais: Virgem prudente ou Virgem louca? A questão parece banal, mas ela compromete todos os séculos que irão seguir-se, não apenas no plano puramente estético, mas naquele muito mais carregado de consequências, da especulação religiosa. (...)

Isto denota uma considerável evolução das mentalidades: tudo se passa como se tivesse querido, conscientemente ou não, eliminar a imagem de uma mulher divina forte em proveito de um homem divino todo poderoso, cuja relação com a mulher se limitaria a uma relação filho-mãe. "(...)


in A GRANDE DEUSA - Jean Markale

Sem comentários: