O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, dezembro 23, 2004

Natal, a Festa da Maternidade.

“O povo amava as senhoras pejadas. Ardentemente as veneravam as mulheres. Orando por uma hora “breve”, uma “hora pequenina”, um “bom sucesso” no parto. Apelando à Senhora como seu princípio, o principio feminino no céu.”


“A Senhora Mãe acalentando o seu filho. Nos braços. No regaço. Ao seio, nessas quase desconhecidas Senhoras do Leite. Mas, além destas imagens expostas, divulgadas, outras há. Durante anos e anos estiveram escondidas. Foram veladas. Foram enterradas. E até destruídas: São imagens das virgens pejadas, prenhadas, as senhoras do Ó ou da Expectação. Virgens grávidas. O repudio oficial que as atingiu é significativo do que Simone de Beauvoir chama “a repugnância do cristianismo pelo corpo da feminino” que “é tal que consente em votar o seu deus a uma morte ignominiosa, mas afasta-o da "mancha” do nascimento”.

Excertos de artigo de Helena Neves
in O Público

- Essas Deusas e Mães que abundam na memória colectiva e que revivem nas orações e peregrinações de culto mariano em Fátima, ou em Lourdes ainda são reminiscências de um culto antigo e milenar da Deusa Mãe e uma evocação À Mãe Mulher na Terra e não à Virgem Santa no Céu...
São uma evocação da Vida e do Nascimento e não da morte e do castigo como o que Cristo Homem sofreu pela mão dos romanos...e a Igreja de Roma ergueu como símbolo do horror e perseguição às mulheres, apagando o AMOR da Concepção, invertendo o seu sentido renegando o nascimento e o corpo fecundo da Mulher amada...

Em contrapartida temos agora uns anafados velhos barrigudos a fazer de pai natal...dão presentes de plástico e armas às criancinhas em vez da vida que só a Mãe pode dar!!!


“Madalena era o Sangraal, no sentido que era o “Cálice”, o útero que transportava o sangue real. A negrura simbólica da Noiva dos Cânticos dos Cânticos e dos davídicos das Lamentações estende-se a esta Maria escondida e à sua filha.”
(...)
“É provável que aqueles que, nos primeiros séculos, conheciam esta lenda
e a identidade de Madalena como mulher de Jesus a tenham associado á noiva negra dos cânticos dos Cânticos. Ela era a irmã-noiva e a amada. A sua “negritude” seria um símbolo do seu estado de escondida; ela era rainha desconhecida - irreconhecível, repudiada e vilipendiada pela Igreja ao longo dos séculos numa tentativa de negar a linhagem legítima e conservar a sua doutrina de um Jesus divino e celibatário.”


Maria Madalena e o Santo Graal
de Margaret Starbird



“SOU, CADA DIA, UM HOMEM MELHOR E MAIS PURO
PORQUE SIRVO A DAMA MAIS NOBRE DO MUNDO
E ADORO-A., DIGO-VO-LO EM VOZ BEM ALTA”

CANÇÃO DO SEC. XII do poeta Arnaut Daniel

A DAMA DO SANTO GRAAL

Quem é esta Maria, conhecida dos primeiros cristãos como a “Madalena”? E como pode ela Ter levado o sangue real para França? Terá o sangue real sido transportado num “vaso de barro”? E o vaso de barro foi uma Mulher? Talvez esta Maria tenha sido a mulher de Jesus e tenha levado o filho dele para a Provença!
(...)
A demanda do Santo Graal é um mistério velho de séculos. As pistas que ligam Maria Madalena ao Sangraal das lendas antigas abundam na arte, na literatura e no folclore da Idade Média, assim como em vários acontecimentos da História e das próprias escrituras. Muitas dessas pistas serão discutidas nos capítulos seguintes, numa tentativa de demonstrar que a Noiva de Jesus foi, acidentalmente, deixada de fora da História como resultado de um turbilhão político na província de Israel logo a seguir à crucificação.”
(...)
“O vaso, o cálice que encarna as promessas do Milénio, o “Sangraal” da lenda medieval, era, acredito agora, Maria Madalena.

1 comentário:

Ná M. disse...
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