O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, outubro 06, 2004

VIVEMOS E MORREMOS
FECHADOS NO NOSSO PRÓPRIO SONHO
Y.K. Centeno


Ah! estas árvores! Estas árvores!

Cheiram a princípio do mundo.
Um mundo de seiva

Que não foi criado com lágrimas
Nem soluços de deuses,

Mas com espadas de fogo
fundas como terramotos

a fenderem o pasmo dos vulcões
E queres tu criar não sei o quê

Com o espírito que paira nas
lágrimas dos pobres



José Gomes Ferreira,
in «A morte de D. Quixote»,

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