O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, abril 26, 2004

BELAS PALAVRAS...
E MUITOS ABUSOS!



"Os votos das mulheres não se dão.
Usam-se estratègicamente,
para premiar ou castigar os resultados
e os exemplos:
A nível nacional, regional e local
e europeu.”



(..) “Os partidos proclamam que só graças a eles a mulher não é mais descriminada nem mais explorada, nem mais violentada. E continuam a descriminar as mulheres.
(...)

Nas sociedade mais democráticas, os mecanismos egualitários, são permanentemente actualizados e afinados, para o rápido sucesso da igualdade/paridade. Na nossa sociedade, os progressos são de lesma. A convergência acelerada para níveis igualitários é rara na agenda política e na agenda dos media. As palavras abortam as acções. Para descriminação e para as vítimas da violência de toda a espécie, não faz sentido falar do dia da Mulher, mas da vida das mulheres. Das descriminadas, violentadas e violadas. Das idosas atoladas na pobreza, exclusão, solidão, no inferno das bichas de espera e insuficiência de pensões. Das divorciadas vítimas da inificácia de tribunais e abusos dos ex-maridos.

O próximo ano seguirá o mesmo rítmo pachorrento, ilegal e insuportável, se os movimentos igualitátrios descurarem estratégia de mudança. E se o gender mainstreaming da UE continuar a ser desrespeitado em Portugal. Será um dia de palavras, num ano de abusos. A iguladade conquista-se. Os votos das mulheres não se dão. Usam-se estratègicamente, para premiar ou castigar os resultados e os exemplos: A nível nacional, regional e local e europeu.”


De Teresa Ribeiro da Cunha
Membro do European Women Lobby
(Excerto de artigo em “Ponto de Vista” in D.N.)

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