O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, outubro 14, 2003

O MUNDO SEM A DEUSA...
é um mundo sem mães e de medo...
onde os homens fazem a Guerra e rezam a Deus...






"As mães não nos dizem onde estamos e deixam-nos sós;
onde os medos acabam e Deus começa - aí talvez a gente esteja..."


RILKE


Na escola de tiranos

Quem não conhece a tentação de ser o primeiro na cidade nada compreenderá do jogo político, da vontade de submeter os outros para deles fazer objectos, nem adivinhará os elementos de que é composta a arte do desprezo. A sede de poder, raros são aqueles que não a tenham num ou noutro grau experimentado: é-nos natural...
(...)


Todos os homens são mais ou menos invejosos; os políticos são-no absolutamente. Quem se transforma num deles só o faz na medida em que não suporta ninguém acima de si ou do seu par.


in HISTÓRIA E UTOPIA
E. M. Cioran

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