O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, maio 09, 2003



Sontag is one of America’s best known fiction writers, essayists, and cultural critics. She received her B.A. at the University of Chicago and did graduate work at Harvard University and Oxford University. Her numerous awards include two fellowships from the Rockefeller Foundation, two fellowships from the Guggenheim Foundation, an Arts and Letters Award from the American Academy and Institute of Arts and Letters, and the National Book Critics Award for On Photography. Sontag teaches philosophy, history of religion and literature at a number of universities.

>SUSAN SONTAG


MULHER DE VÁRIAS LUTAS

- Distinguida com o prémio Príncipe das Astúrias

“Admirada por boa parte da intelectualide americana e européia,
senhora de uma voz respeitada nos meios universitários e literários,
tem recebido muitos outros prêmios”

“Numa entrevista ao New York Times admitiu que tinha amado tanto homens como mulheres.
Uma das suas citações mais conhecidas reza que “o que é mais belo nos homens viris é algo feminino;
o mais belo nas mulheres femininas é algo de masculino”


(Excerto tirado do Diário de Notícias de 8/5/03)


Enquanto isso, nós por cá andamos todos à

DERIVA CULTURAL

“A nossa cultura de ocidentais é a religião dessa morte de Deus sem tragédia nenhuma, a de todos nós oficiando noite na planetária Las Vegas televisiva que nos serve de vida”

“O mundo como deserto convoca os deuses dos espaços abertos, Alá ou Buda que não era um deus mas o mais fantástico dos antideuses.”

Eduardo Lourenço



BLOQUEIO EM MOVIMENTO

"Nem merecemos o que nos acontece de bom, nem o que nos acontece de mau. Nisto consiste a fragilidade da nossa auto-estima, o luso-merdismo, o desfocar das expectativas, tanto negativas como positivas. É por isso que é tão forte, entre nós, o discurso do “bota abaixo”
Como o discurso do “basta de bota abaIxo”


Boaventura de Sousa Santos



DEMOCRACIA E UNIVERSIDADE

“O que chamamos hoje democracia assemelha-se tristemente ao pano que cobre a urna onde já está apodrecendo o cadáver. Reinventemos, pois, a democracia antes que seja demasiado tarde. E que a Universidade nos ajude. Ela pode, vós podeis.”

Joé Saramago

In VISÃO – Edição comemorativa.


NOTA Á MARGEM:

Penso que apesar de Saramago ter uma mulher extraordinária e ser um apreciador da mulher em si não lhe passa pela cabeça que caiba às mulheres e não às universidades dos homens que formam a sua democracia sem o feminino - apesar de haver mais mulheres do que homens a (de)formarem-se...- salvar-nos desse cadáver pestilento que é a chamada democracia dos homens onde a mulher ainda é obrigada a prostituir-se e depois ser, ainda nos nossos dias, perseguida como na Idade Média, quer pelas outras mulherzinhas da tribo, quer pelos políciais, quando já são exploradas pelos chulos e sabe-se lá mais o quê?

Não será que caímos numa Idade Média qualquer “moderna” e podre onde as pestes se alastram como a guerra e as armas aliadas?...

- O Governo português vai mandar 120 "soldadinhos de chumo" para o Iraque para ajudar a ocupação nazi americana.
Esta dá vontade de rir para impedir um vómito...

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