O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, dezembro 23, 2002



"No fundo, o homem religioso é um hedonista. O instinto religioso de modo geral é um instinto de prazer, de ter tudo resolvido na vida. Deter-se só perante a Verdade é doloroso para o homem. A realidade é muda e fria."

in "TEXTOS FILOSÓFICOS" de Fernando Pessoa

ESCREVO OU NÃO ESCREVO, EIS A QUESTÃO...

Estava eu aqui a pensar em como me falta paciência para este mundo consumista e hipócrita que se exacerba sempre em ocasiões especiais...Como se a necessidade de recorrer à mentira para encobrir a falsidade das coisas se tornasse mais intensa...

NATAL...o mês mais triste do ano, em que se acentuam as diferenças e os males do mundo e nem o nascimento nem a morte de um Ser dito Excepcional, mudou a sua face ou alterou a consciência dos homens ao longo dos milénios, pois o ódio e a guerra e a destruição do Mundo está mais evidente do que nunca sob o espectro da guerra sempre iminente entre Impérios e Ditaduras...

Mas, mais grave ainda, para mim, é a alienação da própria humanidade nos seus festejos e na sua superficialidade...

A nossa "evolução" como Planeta é a aposta na técnica e em armas sofisticadas, em armadas e exércitos, em que se gastam milhões de dólares só num foguete de "precisão" enquanto milhões de seres morrem à fome e sem abrigo...
Sei que este lamento é tão velho como o mundo e que devia ser positiva e não estar sempre a apontar para a "caca do cão"...



Mas eu não gosto deste mundo, nem destes homens, dos políticos e dos ideólogos...e fico a pensar na Galiza com as praias e o mar cheio de Crude...por um "Prestige" de m...e não consigo pôr-me a olhar para as estrelas do céu ou para as estrelas da ficção...

ENQUANTO O MAR LÁ NO FUNDO VAI MORRENDO COM O NOSSO LIXO...E VAIDADES!!!

Odeio todo este cinema e teatro de falsidades...toda esta vã glória de mandar matar...

Sim, sei bem que não devia escrever aqui estas coisas porque toda a gente gosta de se distrair das tristes realidades e fingir que tudo vai bem e a vida corre ao sabor do nosso egoísmo. Neste caso o que vos dou como conselho é nunca mais me lerem...



P.S.
Mas se me quiserem ler mais, comprem a "ESPAÇO & DESIGN" de Natal e leiam o meu artigo em "CANTATAS EM DÓ MENOR",
sobre o Prestige dos homens...

1 comentário:

Anónimo disse...

Rosa, seu blog está MARAVILHOSO
Bjus Ana