O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sábado, novembro 16, 2002

"Uma ilha, com efeito, se encontrava diante
do estreito que vós chamais as colunas de Hércules.
Esta ilha era maior do que a Líbia e a Ásia juntas;
daí era possível aos navegadores de antigamente
a passagem para outras ilhas, e, dessas ilhas
para todo o continente situado em frente delas
o que rodeia esse mar longínguo, o verdadeiro mar"


Platão ("Timeu")

PORTUGAL



ALMAS ERRANTES...

ANTÓNIO HOUAISS

O MAIOR FILÓLOGO DO SÉCULO XX

De ascendência árabe filho de libaneses imigrados no Brasil, nasce no Rio de Janeiro em 1915. Com apenas 16 anos começa a dar aulas de português...
Morreu em 1999, com 83 anos sem ter assistido ao culminar do seu sonho:


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SUA DEFINIÇÃO DE SAUDADE: "SENTIMENTO MAIS OU MENOS MELANCÓLICO DE INCOMPLETUDE"

"O Império dessa língua portuguesa que Pessoa, no prefácio referido a Alma Errante, designa como "uma das mais completas, subtis e opulentas línguas do mundo", tem que primar sobre o da raça cuja alma apresenta como "incoordenada e difusa", tal como se manifesta na sua literatura."

De mim mesmo viandante
Olhos as músicas na aragem,
E a minha mesma alma errante
É uma canção de viagem
.
(...)
Quando é que passará este drama sem teatro,
Ou este teatro sem drama,
E recolherei a casa?
Onde? Como? Quando?




Gato que me fitas com olhos de vida, que tens lá no fundo?
É esse! É esse!
Esse mandará como Josué para o sol e eu acordarei;
E então será o dia.


FERNANDO PESSOA

EU TENHO SAUDADES DE UM PORTUGAL VERDADEIRO e do seu Mar... de um país centro de cada um de nós, esquecido em lutas mesquinhas e vãs...

"No centro do nosso país, a escolha das grutas naturais ou a construção das artificiais e das tholoi, teria pertencido ao sacerdócio de então, como detentor do conhecimento das correntes da energia telúrico-cósmicas atravessando o nosso solo e os pontos de seu cruzamento, como pontos máximos de sua concentração. Rede de correntes telúricas, por ela ligadas aquelas mais vastas e circundantes da rede cósmica: ou como sua projecção na terra. Seria o conhecimento desta estrutura energética, que teria marcado a nossa geografia sagrada.
Assim, nesta imortalidade telúrica e celeste, doada pala deusa-lua, fazendo-se no devir e ultrapassando-o através da sua dor e alegria, assumindo a terra e sublimando-a no céu, tentemos vislumbrar algo das origens da saudade.
(...)
Pareceu-nos que, tendo a saudade sua existência peculiar neste território e humanidade galaico-português, e sendo dele herdado, suas raízes afundariam na mais funda essência sagrada desse território e humanidade, como sua religião primeva;" (...)


in "DA SERPENTE À IMACULADA” – Dalila L.Pereira da Costa

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