O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, agosto 30, 2002



Há dias que fico arrepiada com o que vejo neste mundo onde todos se julgam normais e civilizados...

Estupidamente ontem li o jornal...

É verdade que os golfinhos e as baleias estão em grande perigo e a América está em vias de extinção, perdão de uma guerra contra o Irão ( ou o Iraque?); que há 800 milhões de pessoas subnutridas e 8 biliões de gente obesa...Uma coisa assim descomunal...(Eu detesto matemática e nem tenho bem noção dos números...). Li que na República Dominicana há 70 mil mulheres traficadas a 70 mil pesos cada uma, à lista, compradas como “carne branca” na feira...e enviadas para a Europa à procura de um vida melhor...São os próprios maridos ou amantes que as vendem ou se tornam chulos delas...Quase não há mulheres nas aldeias...

Eu sei que na miséria desses países imperam os filmes baratos americanos como baratas e dos romances de cordel que são as telenovelas...e os turistas acidentais...Como sei que no meu país dito civilizado, sic, há “Casas de Passe”, (quem sabe na exploração de mulheres dominicanas, que vem para Portugal e Espanha) a sustentar equipas de Futebol de terceira. Em Braga e em Leiria, segundo as notícias e sem qualquer escrúpulo da parte dos presidentes dos ditos clubes (e bordeis).
E eu lembrei-me que, no meu tempo, as nossas raparigas que fugiam para França não foram assim exploradas pelos franceses e fizeram carreiras de “concierges” e “bonnes” de primeira...Claro porque não eram altas, nem louras ou sofisticadas, mas baixinhas e tinham pelo na venta...tal como são retractadas ainda as mulheres portuguesas no Brasil e em França...
Quem não se lembra da Linda de Susa (à francesa) e a sua mala de cartão? Era a voz do nosso Fado ao vivo e em directo da emigração. Agora nós temos as raparigas de leste que não se atrevem a abrir a boca com tanta Máfia por aí...


Juro, eu só queria falar dos Golfinhos que adoro e abomino o que os homens máus estão a fazer com eles, mas as Mulheres, MEU DEUS, AS MULHERES, NÃO! Basta de prostituição das mães

AH! Sim, não esqueço: tenho pena dos touros de morte em Portugal, mas quem sabe talvez agora em Barrancos deixe de haver tantas mulheres a levar porrada? Pelo menos durante as festas bravas da tradição machista...Porque ou bates na mulher ou vais à caça ou matas touros na arena, não esquecendo o calor do futebol em que toda a nação masculina mergulha durante o ano, enquanto as mulheres vêm a telenovela brasileira...

Lá vão desta dizer outra vez que eu sou feminista! Ou qualquer outra coisa,
mais corrosiva e destrutiva ainda desde o Império Romano?


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