O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, junho 13, 2002


Tanta grandeza em si mesma é morta!
Tanta nobreza inútil de ânsia e dor!
Nem se ergue a mão para a fechada porta,
Nem o submisso olhar para o amor!


13 de junho de 1888
Dia de nascimento de Fernando Pessoa, dia de Stº António, tendo ele sido baptizado como: Fernando António Pessoa.

FERNANDO PESSOA é e será para sempre, o grande Arauto da língua portuguesa que como ele dizia ser a nossa língua a nossa verdadeira pátria ou mátria como diria certamente Natália Correia, destacando-se a "Mensagem" como expressão do seu sonho ou visão do 5º Império, o Império da Alma e do Ser que tanto falta aos portugueses de hoje...
Contamos com o Brasil para nos avivar essa memórias...


"Mas os laços que os portugueses mantêm com o Brasil na Internet vão além dos jornalistas. Unem-se também num certo prazer literário que leva duas blogueiras lusitanas, Gata de Pantufas e Rosa Leonor, a publicar em seus diários poemas e cartas de Cecília Meirelles."

Que esses laços se intensifiquem e a Ponte entre as nossas almas se faça de mãos dadas por mais uns séculos...

l'Empire Androgyne

(...)
"Or, l’Idée d’Empire, en ouvrant une troisième voie entre l’isolement égotiste et le nivellement collectif, ressuscite aussi une certaine forme d’espoir métapolitique. Diversité ordonnée, hiérarchie au sens étymologique du terme, fondant le principe de l’Autorité sur le Sacré et non plus sur le pouvoir temporel, l’Empire dont rêve Pessoa est à la ressemblance du beau cosmos miroitant, de cette terre clarifiée...
Obscurcie par ses parodies successives, l’Idée d’Empire est devenue aujourd’hui presque incompréhensible. « Tout Empire qui n’est pas fondé sur un impérialisme spirituel est un cadavre régnant, une mort sur un trône » écrit Fernando Pessoa. Il importe ici de retrouver le sens du discernement et ne plus confondre totalité et totalitarisme, unité et uniformité, Autorité et pouvoir, Gloire et réussite, Métaphysique et idéologie, intransigeance et fanatisme, Principes et valeurs."

(...)
« Inventons, écrit Pessoa, un Impérialisme Androgyne réunissant qualités masculines et féminines ; un impérialisme nourri de toutes les subtilités féminines et de toutes les forces de structuration masculines. Réalisons Apollon spirituellement. Non pas une fusion du christianisme et du paganisme, mais une évasion du christianisme, une simple et stricte transcendantalisation du paganisme, une reconstruction transcendantale de l’esprit païen. »

Luc-Olivier d'Algange
(Lamento o texto em francês, não o traduzi como queria...mas a língua francesa também está guardada no meu coração)

Vou traduzir para o EDU este parágrafo de Pessoa:

"Inventemos, escreve Pessoa, um Imperialismo Andrógino reunindo as qualidades masculinas e femininas; um imperialismo alimentado de todas as subtilezas femininas e de todas as forças de estruração masculinas. Realizemos Apolo espiritualmente. Não uma fusão do cristianismo e do paganismo, mas uma evasão do cristianismo, uma simples e estrita transcendência do paganismo, uma reconstrução transcendental do espírito pagão."

Nota: O que Pessoa não disse é que o Paganismo transcendente tem de ter em conta a Deusa Mãe como Senhora e Centro do culto pagão, anterior a Apolo...R.L.

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