O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, abril 09, 2002



MYRIAM

Esperei tanto por ti, sonhei-te na noite passada.
Sonhei que vinhas e o teu perfume me inebriava.
Abraçavas-me e sorrias com uma terna malícia
Que só em sonhos antevejo e o meu coração
Rejubilava na delícia das tuas mãos...


Era duende ou fada quem comigo brincava?


E falavas de um antigo pacto, de um país de maravilhas.
E que dele me trazias as memórias e fragâncias,
As essências e mirra e o teu nome era Míriam e rias
De malícia como de ti me lembro, já me recordo, vês...


Eras tu afinal, não era sonho...
Não foi em vão que enlouqueci de tanto esperar por ti
Tu vieste e, mais do que sonho, sou eu própria a sonhar
Com o teu sonho ou ideia, que importa?
És tu e sou eu e és bem real dentro de mim!


* * *
Do LIVRO: "MULHER INCESTO SONATA E PRELÚDIO"

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