O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sábado, dezembro 29, 2001


“ Eu transferi o meu pensamento para a eterna Isis, a mãe e a esposa sagrada; todas as minhas aspirações, todas as minhas orações se confundem nesse nome mágico; eu sentia-me reviver nela, e, por vezes, ela aparecia-me sob a figura de Venus antiga, por vezes, também, nos traços da Virgem dos cristãos. (...) Parecia-me que a deusa me aparecia, dizendo-me: Eu sou a mesma Maria, a mesma que tua mãe, a mesma também que sob todas as formas tu sempre amaste. Em cada uma das tuas provações, eu deixei uma das máscaras com que cubro os meus traços, e dentro em breve verás como eu sou” .
in Aurélia de Gèrard de Nerval


(...) "A mulher divina no gnosticismo é essencialmente, Sofia, entidade de múltiplos aspectos e nomes. Identificada por vezes ao próprio Espírito Santo, é também, segundo os seus diversos atributos, a Mãe universal, a Mãe do Vivos ou Mãe resplandecente, o Poder do Alto, "A da Mão Esquerda" (em oposição ao Cristo, considerado seu esposo e "O da Mão Direita"), a Luxuriosa, a Matriz, a Virgem, a Esposa do Macho, a Reveladora dos Mistérios, a Santa Pomba do Espírito, a Mãe Celeste, a Extraviada, Helena (isto é Selenia, a Lua); foi concebida como a Psique do mundo e o aspecto feminino do LogosNa "Grande Revelação" de Simão o gnóstico,o tema da díade e do andrógino é dado em termos que merecem ser referidos aqui:" Este é o que foi, que é o que será, o poder macho-fêmea assim como o poder preexistente ilimitado que não tem começo nem fim, porque existe na Unidade. Foi através deste poder ilimitado que o pensamento, escondido na Unidade, agiu primeiro, tornando-se dois... Sucedeu assim que aquilo que através dele se manifestou, embora um, é de facto dois, macho e fêmea, contendo a fêmea em si próprio". in " A Metafísica do Sexo"de Julius Evola

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PIETA


Sou marginal, nómada e fiel; tenho alma hindu
coração de muçulmana e corpo de cristã...

Tudo o que eu queria era partir...
à procura do Graal,
raptar a mulher ideal.

A preferida de um Paxá, a Rainha do Sabat
ou a própria Mãe de Deus!

Fugir com ela para os confins do Universo
ou para um Oásis no deserto...

Tudo o que eu queria era que o seu corpo fosse
o cálice cuja água me saciasse desta sede eterna d'ela.

Queria que o seu sorriso fosse a luz
que me iluminasse para sempre o espírito
e morrer em paz no seu regaço!

1 comentário:

Ná M. disse...
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