O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, dezembro 27, 2001

A PÉTALA




SER UMA INTÉRPRETE

Esta não é uma caixinha mágica que quando se abre tudo aparece no ecram. Por momentos parece que tenho essa expectativa. Como se uma forma algo abrecadraba se produzisse ao abrir da tampa, ao acender das luzes ou uma varinha mágica, trouxesse as palavras atrás dela como estrelas a cintilar... Escrever devia ser algo mágico...devia haver um gesto, um sentimento, um olhar que rompesse a barreira do inconsciente e se tivesse acesso a um lugar dentro de nós admirável.
Acreditei em tempos que assim era dentro de nós. Esperei anos por uma iluminação ou “aparição”, uma voz do outro lado, uma indicação de como seguir em frente e penetrar os mistérios... uma INICIAÇÃO, uma “Deusa", um acordar espiritual, uma nova fé inabalável, outra dimensão!
Uma forma de comunicar ou sentir que nos ligasse a todos por um fio invisível...
Antenas ou sentidos que se abrissem para o cosmos...




Quarto Motivo da Rosa

Não te aflijas com a pétala que voa:
também é ser, deixar de ser assim.
Rosas verá, só de cinzas franzida,
mortas, intactas pelo teu jardim.
Eu deixo aroma até nos meus espinhos
ao longe, o vento vai falando de mim.
E por perder-me é que vão me lembrando,
por desfolhar-me é que não tenho fim.


Cecília Meireles 

1 comentário:

Ná M. disse...
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